Psicóloga do Comitê Olímpico do Brasil. Formada pela PUC-SP. Psicóloga do time de vôlei SESC RJ Flamengo. Espe...
iDiversos corredores confirmam a importância do preparo emocional nos momentos de pré-competição e durante a competição, pois relatam ficar ansiosos, desconcentrados e acabam não rendendo o que podiam, ou mesmo não chegam perto daquilo que alcançam nos treinos. Este e outros exemplos comprovam que o treinamento antes encarado apenas sob o ponto de vista físico, é visto hoje como um conjunto de preparações: a preparação física e a preparação mental.
Mesmo sabendo da necessidade do preparo psicológico ainda restam muitas dúvidas à respeito da Psicologia do Esporte. Afinal, para que ela serve? Que benefícios ela traz? Como e com o quê o psicológo do esporte trabalha? Será que eu preciso de um psicólogo
do esporte ou posso fazer meu treinamento mental sozinho? Para começarmos a responder as indagações acima precisamos explicar que a Psicologia do Esporte é uma ciência que existe há muito tempo. Na década de 80 ainda não existiam estudos controlados que comprovassem sua eficácia, mas foi na década seguinte que foram produzidos inúmeros estudos que deram credibilidade a área e daí em diante a presença de psicólogos do esporte nas equipes multidisciplinares que apoiam atletas tem sido cada vez maior.
Apesar de ser uma especialidade da Psicologia e, por isso carregar o estigma de lidar com casos-problemas , a Psicologia do Esporte trabalha com o comportamento esportivo, e tem o objetivo de potencializar e desenvolver as habilidades psicológicas e cognitivas como por exemplo: concentração e ansiedade, flexibilidade e capacidade de solução mental, auto-motivação gerenciamento e enfrentamento de estresse.
A maneira como lidamos com cada uma destas habilidades são aprendidas ao longo de nossas experiências de vida, cada indivíduo responde a um mesmo evento de uma maneira singular. Assim como as habilidades físicas devem ser praticadas sistematicamente para melhorarmos nossa performance nos treinos, nossas habilidades cognitivas e emocionais também funcionam assim. Portanto o psicólogo do esporte muitas vezes trabalha na esfera educativa, ajudando o corredor a identificar que comportamentos e pensamentos que são eficazes na sua prática e quais comportamentos atrapalham ou deveriam ser aprimorados.
A partir destes dados constrói junto com o atleta um plano de ação e em seguida utiliza diversos recursos e técnicas específicas, como a reetruturação cognitiva (reestruturar a maneira de pensar sobre um mesmo evento), técnicas de relaxamento, visualização e auto-falas. É bom lembrar que nosso corpo é governado pelos nossos pensamentos, sensações e vivências. É no cérebro que sentimos dor e prazer, fome e satisfação. Sinto fome (sensação) busco alimento (comportamento) eu não sou bom corredor (pensamento) não me esforço pra sobrepujar as dificuldades nos treinos (comportamento). Portanto para mudar comportamentos emocionais ou motores é preciso treinar a mudança do pensamento. Eu tenho uma boa técnica de corrida (Pensamento) me comprometo a realizar treinos com qualidade (comportamento).
O psicólogo do esporte é a pessoa habilitada para avaliar, diagnosticar as habilidades mentais do atleta e implementar um programa de treinamento mental.
O treinamento mental beneficia qualquer praticante de atividade física seja o atleta profissional ou o iniciante porque amplia as competências psicológicas que podem ser usadas em qualquer situação do cotidiano. Pense nisso e observe como seus pensamentos influenciam em como você treina, avalie seus pontos fortes e fracos e modifique seu pensamento para obter melhora no seu rendimento e bem estar. Se precisar de ajuda, procure um psicólogo do esporte!
Carla Di Pierro é especialista em psicologia do esporte pelo Instituto Sedes Sapientiae, psicóloga do Instituto Vita e triatleta amadora.
Para saber mais, entre em contato:carla@vita.org.br