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O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que ocorram mais de 65 mil novos casos da doença por ano. Desse total, são registrados mais de 15 mil óbitos.
Com o início do Novembro Azul, mês de conscientização sobre o câncer de próstata, o MinhaVida recebeu o médico urologista Elias Chedid, que esclareceu todas as dúvidas sobre essa doença silenciosa. Confira a seguir as principais perguntas e respostas que aconteceram durante o bate-papo, fruto de uma parceria com a CDB Inteligência Diagnóstica:
MinhaVida: Como o câncer de próstata atinge a população?
Dr. Elias Chedid: O câncer de próstata aparece com a idade. Isto é, quanto maior a idade do paciente, mais chances ele tem de desenvolver a doença. Em segundo lugar, vem a hereditariedade, quando tem algum parente consanguíneo com câncer de próstata. Por exemplo: se o pai tem o câncer, a chance do filho também ter é por volta de 30 a 40%.
Por isso, se um indivíduo saudável deve fazer os exames preventivos anualmente, o paciente consanguíneo deve realizar, pelo menos, a cada seis meses, a partir dos 40 anos.
MinhaVida: Por que o câncer de próstata é considerado uma doença silenciosa?
Dr. Elias Chedid: O câncer de próstata, às vezes, pode ser silencioso. Ou seja, o indivíduo não apresenta nenhum sintoma atípico, e consegue urinar normalmente. E aí a pessoa pode perguntar: "Eu não sinto nada, por que vou fazer exame?". Bom, sabemos que a incidência do câncer de próstata é alta, e que ele pode vir de maneira silenciosa. Atualmente, é possível fazer cada vez mais diagnósticos precoces através dos exames de prevenção.
MinhaVida: Quais exames preventivos fazem parte desse rastreamento precoce?
Dr. Elias Chedid: Antes de tudo, eu acho importante que, a partir dos 40 anos, o paciente passe uma vez por ano no urologista. Na consulta, ele será submetido a um "interrogatório", onde o médico irá perguntar se o indivíduo acorda à noite para ir ao banheiro, qual o intervalo entre uma micção e outra, se ele tem que fazer força para urinar, se goteja no final da micção e se a parte sexual está em ordem.
Acompanhado desse interrogatório, é feito um exame físico, que inclui aferir a pressão arterial, examinar o abdômen e, finalmente, fazer o exame do toque retal. Apesar da próstata pertencer ao sistema urinário, o exame é feito por via retal. O médico irá avaliar se o órgão e os lobos da próstata estão macios.
Também pode ser pedido o exame de sangue que avalia o nível do PSA, marcador importante para detectar a presença do câncer de próstata. Assim, conseguimos fazer um diagnóstico mais precoce, que tranquiliza o paciente e a família.
MinhaVida: Quanto ao tratamento da doença, alguns casos envolvem remoção da próstata. Como essa cirurgia é feita?
Dr. Elias Chedid: A remoção da próstata, também chamada de prostatectomia radical, era uma cirurgia muito condenada. Isso porque o paciente apresentava muitas sequelas pós-cirurgia, como perda urinária e disfunção sexual. Mas, com o aparecimento da laparoscopia e, posteriormente, da cirurgia robótica, a incidência de sequelas reduziu consideravelmente. Agora, a incontinência urinária, por exemplo, acontece em menos de 2% dos casos.
Seja por vídeo, seja por robô, a cirurgia consiste em realizar uma pequena incisão ao lado do umbigo e duas incisões menores, de meio centímetro, para retirar toda a próstata.
O tempo de recuperação também diminui. Antes, com a cirurgia aberta, o paciente ficava com sonda por, no mínimo, 14 dias. Com a robótica, esse período é de 5 a 7 dias. [...] Se mesmo assim aparecer alguma sequela, existem tratamentos para disfunção sexual e para incontinência urinária que podem ser feitos logo após cirurgia. Quer dizer, hoje o indivíduo tem todos os tipos de tratamentos disponíveis para ter uma ótima qualidade de vida.
MinhaVida: O que causa o câncer de próstata?
Dr. Elias Chedid: O que a gente pode falar é que, basicamente, tem o fator de envelhecimento e o fator genético. Também se fala sobre dieta rica em gorduras. Ainda não existe nenhum trabalho científico de alto espectro que confirme essa relação entre o câncer de próstata e uma alimentação desbalanceada. Mas lógico que o indivíduo que tem uma dieta rica em gorduras tende a ter uma saúde pior do que o indivíduo que se mantém com uma boa dieta.
Tem ainda a relação com a raça. No Brasil, por exemplo, a raça negra tem uma incidência maior de câncer de próstata. [...] Outra coisa importante é avaliar se o paciente tem sintomas de infecção urinária ou infecção de repetição. Afinal, quem teve mais infecção ao longo da vida tem mais chances de desenvolver o câncer de próstata. Isso porque os resíduos da urina podem alterar a forma das células - que podem se transformar em tumor.
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