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Quem nunca ouviu falar que viajar enriquece a alma e faz bem para a saúde? Essas afirmações são verdadeiras e a ciência já tem evidenciado cada vez mais esse fato. Além de fazerem você entrar em contato com outras pessoas e culturas, o que facilita a socialização, as viagens podem fazer bem para as saúdes mental, física e cognitiva.
Um estudo recente, publicado no Journal of Transport & Health, descobriu que as pessoas que enfrentam dificuldades para viajar, ou não viajam para tantos lugares quanto gostariam, relatam mais problemas de saúde do que aquelas que podem viajar para longe de casa.
Para o trabalho, os pesquisadores entrevistaram 2.747 pessoas no norte da Inglaterra, que declararam quais eram seus níveis de restrição à frequência de viagem, o número de lugares visitados, a distância da viagem e o modo de viagem para lugares a mais de 24 quilômetros de distância de casa.
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A análise testou associações entre essas restrições, indicadores de participação social (ver familiares e amigos ou ser membro de clubes ou sociedades) e a autoavaliação da saúde (como as pessoas enxergavam a própria saúde). Segundo os pesquisadores, a falta de oportunidades de interação social estava diretamente ligada a problemas de saúde.
Para eles, os resultados confirmam a importância de poder deslocar-se para fora da área onde uma pessoa mora para uma maior participação social e para a saúde, destacando a necessidade de políticas públicas que reduzam as limitações de locomoção para essas viagens.
De acordo com Miguel A. Mauleon Lee, neurologista membro da Comunidade Neuropediátrica PX Docs, nos Estados Unidos, as viagens são capazes de revitalizar tanto a mente quanto o corpo e o espírito. “As férias são necessárias porque os nossos processos intelectuais, feitos pela mente, são recursos cerebrais e, por isso, têm um limite. Então, preciso de descanso”, explica.
O MinhaVida resolveu investigar quais são os outros possíveis benefícios de viajar que já foram estudados pela ciência. Listamos quatro deles a seguir:
1. Combate o estresse, a ansiedade e a depressão
Não é nenhuma novidade que viajar promove o bem-estar mental e físico, principalmente se você consegue se desligar do trabalho durante o período de férias. Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, em 2018, mostrou que as viagens, mesmo que curtas, melhoram o nível de estresse e o bem-estar das pessoas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores recrutaram 40 gerentes intermediários, sendo 67,5% homens e 32,5% mulheres. Desse grupo, metade passou férias curtas (de quatro dias) em um hotel e a outra metade passou férias em casa.
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Os resultados mostraram que as férias de curta duração, independente do modo como elas são aproveitadas, têm efeitos positivos e imediatos na percepção de estresse, recuperação, tensão e bem-estar. Porém, os níveis de tensão diminuíram em maior extensão no grupo que viajou para um hotel em relação ao grupo que ficou em casa.
Para o neurologista Miguel, as viagens curtas podem, sim, ter um papel importante no descanso da mente. “O mais importante é que a viagem seja prazerosa, de acordo com as preferências da pessoa ou da família”, afirma.
2. Aumenta a produtividade e a motivação
Para viajar, é preciso tirar férias ou, pelo menos, alguns dias de folga ou reservar o final de semana para se desligar do trabalho. Esse período sem trabalhar é essencial para aumentar a sua produtividade e te deixar mais motivado para trabalhar quando voltar à ativa.
Uma pesquisa realizada pela auditoria EY (Ersnt & Young), que trabalha com serviços profissionais, constatou que o desempenho dos funcionários que tiraram férias foi melhor após o período de folga. “Para cada 10 horas de férias que uma pessoa tirou, descobrimos que as avaliações de desempenho eram, em média, 8% mais altas”, explicou Maryella Gockel, líder de estratégia de flexibilidade da EY, ao CNBC.
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Além disso, as férias também ajudaram a diminuir a rotatividade de funcionários, com cada 40 horas de tempo livre estendendo a permanência dos funcionários na empresa em oito meses. Esse dado mostra que as férias podem ajudar a aumentar a motivação do funcionário em relação ao seu trabalho.
Nesse mesmo sentido, um estudo publicado na revista científica Psychology & Health, em 2001, descobriu que as férias diminuíram as tensões psicológicas e comportamentais causadas pelo estresse no trabalho. Após quatro semanas de férias, os funcionários de uma fábrica em Israel apresentaram menor nível de estresse e esgotamento físico e mental, além de terem reduzido a taxa de absenteísmo (padrão habitual de ausências no trabalho, seja por falta ou atraso).
3. Ajuda no combate de doenças cardíacas
Os benefícios de viajar nas férias não são apenas psicológicos. Segundo um estudo publicado na revista científica Psychosomatic Medicine, férias anuais frequentes reduziram o risco de morte por doenças cardíacas, incluindo infarto do miocárdio e doença arterial coronariana (DAC).
Os pesquisadores recrutaram homens de meia-idade com risco alto para DAC. Eles foram avaliados por nove anos e, anualmente, eram questionados se haviam tirado férias no ano anterior. A frequência dessas férias anuais durante o período de estudo foi usada em uma análise prospectiva de todas as causas de morte após o estudo durante o acompanhamento.
Outra pesquisa, publicada pelo National Institutes of Health’s Heart, Lung, and Blood, mostrou que quem tira férias e viaja frequentemente tem 21% menos chances de morrer por qualquer causa e 32% menos chances de morrer de doenças cardiovasculares.
4. Proporciona felicidade
Viajar é sinônimo de felicidade. Além de poder conhecer novos lugares, culturas e criar memórias incríveis, a viagem pode reduzir o estresse, a ansiedade e a depressão, como já vimos. Mas esse benefício não é sentido apenas durante o período de viagem. Antes mesmo, já no planejamento, é possível se sentir mais animado e feliz.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Psychological Science, compras experienciais (ou seja, o dinheiro gasto em algo que será feito, como é o caso das viagens) tendem a proporcionar uma felicidade mais duradoura do que as compras materiais (dinheiro gasto em algo físico, a aquisição de um objeto, por exemplo). Segundo os autores da pesquisa, esperar uma experiência tende a ser mais prazeroso e emocionante do que esperar para receber um bem material.
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