Gabriella atua na especialidade Pediatra. Com experiência na área, é reconhecido pelo seu comprometimento em oferecer tr...
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O câncer de mama é o tumor mais incidente entre as mulheres em todo o mundo e é mais comum entre aquelas com mais de 50 anos. Porém, apesar de ser mais raro, a doença também pode ser diagnosticada durante a gravidez.
De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), cerca de 3% dos diagnósticos ocorrem na gestação. Quando isso acontece, a condição passa a ser chamada de câncer de mama gestacional. Apesar de a incidência ser baixa, é o tipo de câncer mais comum a ser diagnosticado durante a gravidez ou ao longo da amamentação.
O tratamento nessa fase pode ser mais complexo, pois é preciso avaliar opções que também são seguras para o bebê. O mesmo vale para as mamães que já são lactantes - e é sobre isso que vamos falar a seguir!
Pode ou não pode amamentar durante o tratamento de câncer de mama?
De acordo com Gabriella Maria Ramos Ávila, pediatra do Grupo Prontobaby, pacientes com câncer de mama que estejam realizando sessões de quimioterapia ou radioterapia não são aconselhadas a amamentar durante esse período, por conta do risco de a medicação intoxicar o bebê.
“Como opção, o lactente pode receber fórmulas infantis adequadas a menores de seis meses ou um ano, a depender da faixa etária. A mulher pode ainda recorrer ao banco de leite na tentativa de alimentar o bebê com leite humano”, sugere a especialista.
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A pediatra explica que é preciso aguardar até que a medicação seja metabolizada pelo organismo, no caso de tratamentos quimioterápicos ou hormonioterápicos, para que o aleitamento seja seguro para o bebê.
“Depois do término da quimioterapia, o ideal é esperar de 60 a 90 dias, dependendo da droga utilizada. Mas, em geral, após a quimioterapia, a maioria das pacientes precisa dar continuidade com a hormonioterapia, que também impede a amamentação”, explica a médica.
E quem já passou pelo tratamento, pode amamentar?
Para pessoas que já passaram pelo tratamento do câncer de mama durante a gestação ou, até mesmo, antes, e já estão em fase de segmento, a amamentação é segura e pode ser feita sem nenhum risco.
“Pacientes que retiraram uma das mamas e têm a outra sem alteração também podem amamentar. Já em mulheres que fizeram a retirada parcial do seio, pode depender do tipo de cirurgia realizada e como a doença se manifestou. Se os dutos que levam o leite até o mamilo não tiverem sofrido alteração, ela pode ocorrer naturalmente”, explica a pediatra.
É fundamental lembrar que a amamentação aumenta a imunidade infantil por transferir anticorpos importantes para proteger o bebê de infecções virais e bacterianas. Além disso, o aleitamento também contribui para proteger contra alergias, contra diabetes e doenças cardiovasculares no futuro.
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Também é válido ressaltar que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconizam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade. Mesmo após a introdução alimentar, a amamentação pode ser benéfica para a saúde do bebê até os dois anos.