Com a chegada do outono e inverno, uma preocupação comum entre pais de bebês, principalmente os recém-nascidos, é a bronquiolite - uma infecção respiratória que se destaca como a principal causa de internação de crianças pequenas nessa época do ano.
Apesar de ser preocupante, existe um lado positivo nessa história que muita gente não sabe: a bronquiolite tem prevenção e ela pode ser feita de forma bem simples.
O MinhaVida entrevistou André Ricardo Araújo, infectologista do Grupo Prontobaby, que explicou tudo sobre a bronquiolite e compartilhou dicas valiosas para proteger os pequenos durante o outono e inverno. Acompanhe!
Por que a bronquiolite é mais comum nas épocas frias?
Durante os meses mais frios, as pessoas tendem a passar mais tempo em lugares fechados e mal ventilados, facilitando a transmissão de vários tipos de vírus, incluindo aqueles que causam bronquiolite - VSR (vírus sincicial respiratório), rinovírus e vírus parainfluenza tipo 3.
Além disso, o ar frio e seco acaba ressecando bastante as vias respiratórias, tornando-as mais vulneráveis a infecções. Esses fatores criam o cenário perfeito para a disseminação de vírus respiratórios.
O infectologista André Ricardo Araújo explica que, durante o outono, os casos de infecções respiratórias aumentam e acometem, principalmente, crianças menores de dois anos.
“Os vírus que causam a bronquiolite circulam no Hemisfério Sul até o início do inverno. Além de serem períodos de climas mais frios, as pessoas tendem a ficar em ambientes fechados, com pouca circulação de ar, favorecendo a transmissão desses vírus de contato”, esclareceu.
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Por que a bronquiolite causa a internação de bebês e crianças pequenas?
A bronquiolite é uma das principais causas de internações em crianças e se caracteriza por uma infecção nos bronquíolos, estruturas que transportam oxigênio para o interior dos alvéolos pulmonares. Mas por que os bebês e crianças pequenas estão mais suscetíveis à internação por bronquiolite?
Eles estão mais sujeitos à bronquiolite por causa de seus sistemas imunológicos ainda em desenvolvimento e vias respiratórias mais estreitas. Os prematuros e as crianças com condições médicas preexistentes, como doenças cardíacas ou pulmonares, estão em risco ainda maior de internação.
André Ricardo ressalta os sintomas comuns de um quadro de bronquiolite e faz um alerta para os cuidadores:
“A criança pode ter uma respiração acelerada; som característico no peito, como um chiado de gato; febre baixa e tosse. O chiado, quando acompanhado de dificuldade para respirar, é um indicativo para a internação, pois pode causar falta de oxigênio nos pulmões e insuficiência respiratória”, pontua o especialista.
Como prevenir a bronquiolite em bebês e crianças?
Muita gente não faz ideia, mas existem algumas medidas simples que podem ajudar a reduzir o risco de infecção pelos vírus causadores da bronquiolite.
O infectologista sugere que os pais devem se atentar mais à saúde dos pequenos, evitar aglomerações, estimular a amamentação, higienizar as mãos com frequência e não levá-los à creche se estiverem com sintomas respiratórios. “Essas são medidas que ajudam, mas não evitam totalmente o problema”, comenta o infectologista.
Como é uma doença causada por vírus contagiosos, os sintomas da bronquiolite devem ser tratados dentro de casa, na maioria das vezes. André recomenda que os pais só devem procurar um hospital quando a criança começar a ficar muito desconfortável:
“Leve a criança a um pronto-atendimento se ela ficar roxa na hora de respirar, com o ossinho do pescoço indo para dentro e para fora; quando há alternância do sensório, ou seja, quando ela está alerta e do nada começa a ficar sonolenta ou irritada; ou até mesmo quando não consegue ingerir líquidos”, alertou o especialista.
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