Nutricionista graduada pela UNIVAP, pós-graduada em Nutrição Clínica e Funcional pela Santa Casa de São Paulo e pós-grad...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iO café descafeinado é a solução para aquelas pessoas que adoram beber um cafezinho, mas que não podem tomar nada com cafeína.
Embora, aparentemente, não haja nada demais nessa bebida, uma nova polêmica está surgindo nos Estados Unidos, colocando em prova a segurança do consumo deste produto para a saúde.
Recentemente, o portal de notícias Xataka publicou um artigo sobre a presença de substâncias potencialmente cancerígenas no processo de descafeinação da bebida, e isso tem gerado um grande efeito nos EUA, que estão considerando a proibição de certos tipos de café descafeinado no país.
Afinal de contas, será que o café descafeinado pode causar riscos à sua saúde? O MinhaVida esclareceu essa dúvida para você. Acompanhe!
Café descafeinado pode causar câncer? Entenda o caso
Atualmente, existem três processos de descafeinação. Um deles é químico, no qual os grãos de café são tratados com "solventes", como acetato de etila ou cloreto de metileno, para separar a cafeína.
Outro método é feito por água, em que os grãos são imersos em água quente para separar a cafeína. A água é então tratada com um filtro que remove a cafeína, e os grãos são novamente imersos para reabsorver algumas das propriedades perdidas no processo. Entretanto, isso não remove toda a cafeína e acaba sendo um processo bem caro.
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Finalmente, há outro método usado em cafés muito sofisticados, que consiste em remover a cafeína através de um sistema que combina pressões de 275 atmosferas com um ambiente rico em CO2 que dissolve essa parte do café.
O primeiro método é o mais comum entre os cafés comercializados. Mas, afinal de contas, por que algumas pessoas estão pedindo para que essa bebida seja proibida nos Estados Unidos?
Porque a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional (OSHA), uma agência do Departamento do Trabalho dos EUA, acredita que o cloreto de metileno, usado no processo químico, pode estar ligado ao câncer.
"O cloreto de metileno é usado em vários processos industriais em muitos setores diferentes, incluindo decapagem de tintas, fabricação de produtos farmacêuticos, fabricação de solventes para tintas e limpeza e desengorduramento de metais", diz a OSHA, que também considera o cloreto de metileno um potencial carcinogênico.
O café descafeinado vai parar de ser vendido?
Em janeiro deste ano, a FDA, agência de vigilância sanitária dos EUA, enviou uma petição solicitando que algumas substâncias potencialmente prejudiciais fossem removidas de alimentos e bebidas. Benzeno, tricloroetileno, dicloreto de etileno e cloreto de metileno estão no topo da lista.
Se essa proposta for aprovada e as diluições de cloreto de metileno forem maiores do que as consideradas pela nova regulamentação, isso poderá acabar com grande parte do setor de café descafeinado, pelo menos nos Estados Unidos.
Isso não significa que o café descafeinado esteja em perigo, pois, como vimos, há outros métodos que não envolvem o uso deste solvente, mas, considerando que os métodos alternativos são um pouco mais caros, quem sabe o que pode acontecer com o preço desse café.
Curiosamente, há quem já esteja realizando estudos em cafés comerciais para verificar se eles têm traços de cloreto de metileno. Especificamente, o Clean Label Project encontrou traços do solvente em cafés da Amazon Fresh, Bustelo, Gevalia Kaffe, Great Value, Green Mountain Coffee Roasters, Kirkland Signature, Kroger, Maxwell House ou Seattle's Best.
Nenhum traço foi encontrado no café descafeinado de redes como Dunkin' Donuts, Starbucks, Folgers, Caribou Coffee, ILLY, Allegro Coffee, Archer Farms, Community Coffee, Dazbog Coffee, Kicking Horse Coffee, NESCAFÉ, The Organic Coffee Co. ou Tim Hortons. No caso do Peet's Coffee, foram encontrados traços no "Decaffeinated House Blend", mas não no "Decaffeinated Major Dickason's Blend".
Café com ou sem cafeína: qual é a opção mais saudável?
A resposta não é tão simples e vai depender das necessidades e preferências pessoais de cada pessoa.
Se você ama aquele impulso energético da cafeína e não sofre com seus efeitos colaterais, o café com cafeína pode ser uma excelente opção. Por outro lado, se você prefere evitar os efeitos dessa substância, mas não abre mão de uma xícara de café, o descafeinado é a sua melhor escolha.
De acordo com a nutricionista Ana Luisa Duque, em entrevista anterior ao MinhaVida, as contraindicações da cafeína existem para pessoas que apresentam diagnóstico de arritmia cardíaca, hipertensão e problemas gastrointestinais, como refluxo, gastrite e úlcera no estômago.
Além disso, mulheres grávidas devem limitar a sua ingestão devido à possibilidade de a cafeína atravessar a barreira placentária, o que aumenta o risco de aborto espontâneo ou baixo peso do bebê ao nascer.
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