Título de Especialista em Otorrinolaringologia (2018). Residência Médica na especialidade de Otorrinolaringologia pelo I...
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iVocê já deve ter visto alguém usando descongestionantes nasais com frequência para tratar o nariz entupido. Apesar de serem populares e facilmente encontrados nas farmácias, descongestionantes nasais são medicamentos que devem ser usados com moderação.
Quando usados corretamente e com indicação médica, esses remédios ajudam no tratamento da congestão nasal (nariz entupido), atuando de forma a reduzir o inchaço dos vasos sanguíneos no nariz, o que facilita a respiração.
“A medicação é indicada em casos de resfriados, gripes e rinossinusites, patologias com uma curta duração, considerando que os descongestionantes nasais podem ser usados no máximo por 7 dias”, indica o otorrinolaringologista Cassiano Mangini Dias Malpaga em artigo no MinhaVida.
Riscos dos descongestionantes nasais
O uso dos descongestionantes nasais por longos períodos, principalmente sem orientação médica, pode trazer riscos para a saúde, incluindo:
- Aumento da pressão arterial
- Taquicardia (batimento cardíaco rápido)
- Ansiedade
- Insônia
- Dependência
Além disso, “acima deste período se tem a chance de apresentar um efeito rebote, em que, após o efeito da medicação, a obstrução nasal piora, sendo necessário, então, novamente o uso do medicamento”, explica Cassiano.
Quando precisa de cirurgia?
Com o uso contínuo, o nariz pode se tornar dependente do medicamento para funcionar corretamente, um fenômeno conhecido como rinite medicamentosa.
Na maioria dos casos, a rinite medicamentosa pode ser tratada sem a necessidade de cirurgia, mas pode, sim, “evoluir para um quadro que é revertido apenas com cirurgia”, alerta Arnaldo Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista em entrevista ao site do hospital.
Entretanto, a cirurgia para tratar esse efeito é raramente indicada. Apenas se causar alterações estruturais significativas ou se houver outras condições que contribuem para a congestão, como desvio de septo ou pólipos nasais, a intervenção cirúrgica pode ser considerada.
Lidando com a rinite medicamentosa
A chave para evitar a dependência de descongestionantes nasais e os riscos de necessidade de uma cirurgia é limitar seu uso a curto prazo, não mais que 3 a 5 dias consecutivos ou segundo a orientação médica, além de procurar alternativas se a congestão nasal persistir.
Na maioria dos casos, a rinite medicamentosa pode ser tratada sem a necessidade de cirurgia. O tratamento geralmente envolve a interrupção gradual do uso do descongestionante nasal e o uso de outras terapias para controlar os sintomas durante o processo de “desmame”, como:
- Corticosteroides nasais: medicamentos que ajudam a reduzir a inflamação e a aliviar a congestão
- Soluções salinas: para manter as vias nasais hidratadas e ajudar na limpeza
“Quando o paciente já está dependente dos descongestionantes nasais, é importante procurar ajuda de um otorrinolaringologista, pois é necessário ter o diagnóstico do problema que causa a obstrução nasal”, fala Cassiano. “É importante que o paciente tente fazer um desmame da medicação, usando menos vezes ao dia, e fazendo uma diluição com soro fisiológico progressivamente”, finaliza.