Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Ao longo da vida adulta, acabamos refletindo muito sobre os acontecimentos da nossa infância. Talvez essa fase da vida tenha sido mais feliz do que você se lembra. Ou talvez, ao olhar para trás e revisitar o seu passado, perceba que algumas situações ou experiências não foram um mar de rosas.
Se você tentou conversar com seus pais sobre isso, mas suas emoções foram invalidadas, existem muitas razões para essa reação, começando pelo fato de que, como seres humanos, somos imperfeitos e sujeitos a erros.
É natural que essa rejeição aos seus sentimentos machuque e, se persistir ao longo do tempo, leve ao afastamento. Compreender por que eles agem assim pode facilitar a busca por uma solução. Para esclarecer melhor, vamos analisar algumas possíveis razões pelas quais um pai pode ignorar os sentimentos e emoções de seu filho adulto quando ele fala sobre sua infância.
Eles têm dificuldade em admitir que estavam errados
Uma razão para um pai menosprezar, ignorar ou desconsiderar os sentimentos de um filho pode ser o fato de se sentir responsável por tê-los causado. A psicóloga clínica e especialista em relacionamentos, Dra. Susan Pazak, explica que, nesses casos, as emoções descartadas geralmente são as mais difíceis de processar.
"Os pais muitas vezes têm dificuldade em admitir que suas ações, palavras ou estilo parental podem não ter sido eficazes ou, pior, terem causado danos", diz a especialista. Ela acrescenta que, quando sentem que não podem ajudar, consertar ou lidar com a situação, tendem a minimizar ou descartar as emoções envolvidas.
Eles se sentem atacados
A Dra. Gloria Brame disse ao YourTango que alguns pais podem ser excessivamente sensíveis às emoções dos filhos adultos, interpretando-as como críticas ao seu estilo parental. Isso pode levá-los a adotar uma postura defensiva, simplesmente porque não sabem como lidar com possíveis questionamentos.
"O pai também pode ter dificuldade em expressar ou receber manifestações de emoções intensas", explica a especialista. Por isso, ele pode se retrair ou tentar encerrar a conversa rapidamente, por não ter maturidade emocional para lidar com a situação. Vale destacar que isso não os absolve nem justifica esse comportamento, mas compreender esse mecanismo pode nos ajudar a enxergar a situação sob outra perspectiva.
"Quanto mais frágeis eles se sentem, menos preparados estão para conversas difíceis", diz Brame. Ela acrescenta que, em alguns casos, o peso da culpa por decisões passadas—como permitir abusos dentro da família, maus-tratos ou até problemas com álcool e drogas—pode impedi-los de aceitar a responsabilidade por suas escolhas e ações.
Eles não se lembram da história do mesmo jeito que você
Ninguém gosta de ver seus erros expostos, especialmente quando se trata da criação dos filhos. Quando tentamos explicar aos nossos pais situações do passado que nos machucaram, muitas vezes estamos reconstruindo uma história diferente da que eles têm na memória.
Cada pessoa vive a mesma experiência sob perspectivas diferentes. No caso da relação entre pais e filhos, eles podem ter enxergado a história de uma maneira distinta da sua. Se, ao expressar sua versão, seus pais sentirem vergonha ou remorso, podem reagir negando sua visão dos fatos, preferindo acreditar na narrativa que criaram para si mesmos—uma na qual tudo era feliz e você nunca sofreu. Se seu pai construiu uma lembrança idealizada e você afirmar que não foi bem assim, ele pode tentar ignorar suas emoções para preservar essa ilusão.
Compreender os motivos de um comportamento não exige que você perdoe um passado de negligência ou ausência apenas porque eles são seus pais. Se você se encontra em uma encruzilhada com sua família, vale a pena tentar resolver a situação.
No entanto, se mesmo após diversas tentativas a relação continuar a lhe causar sofrimento, talvez seja necessário considerar o afastamento. Se distanciar da família pode ser doloroso, mas, em alguns casos, é fundamental para preservar sua saúde emocional—especialmente quando há um padrão recorrente de desrespeito aos seus limites e de invalidação dos seus sentimentos.
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