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A Geração Z decidiu que o álcool não é mais necessário para se divertir. Enquanto garrafas de vinho ou cerveja ficavam na geladeira dos pais, os jovens nascidos entre 1995 e 2012 preferem ficar sóbrios. Uma tendência que, curiosamente, nos conecta a um visionário que já tinha isso muito claro muito antes: Steve Jobs.
De acordo com um relatório da World Finance, a Geração Z bebe, em média, 20% menos que a geração Y. Aqueles que já bebiam menos que seus antecessores. Uma pesquisa Gallup de 2023 confirma isso: a porcentagem de adultos com menos de 35 anos que relatam beber caiu dez pontos percentuais em duas décadas, de 72% para 62%. E a tendência continua descendente.
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A geração que prefere estar presente
Para entender esse fenômeno, é preciso entrar na cabeça de um típico Geração Z. O que esses jovens têm na cabeça? 86% consideram que sua saúde mental é tão importante quanto sua saúde física ao decidir se devem beber álcool. E não é que eles sejam chatas. Eles simplesmente decidiram priorizar.
Perder uma noite de festa e depois o dia seguinte inteiro por causa de uma ressaca? Em que isso contribui? Absolutamente nada. A matemática é simples: por algumas horas de euforia artificial, você sacrifica um dia de produtividade ou bem-estar em casa. Um acordo que, para esta geração obcecada em aproveitar ao máximo cada minuto, simplesmente não vale a pena.
Steve Jobs e sua obsessão pela clareza mental
Walter Isaacson, em sua biografia de Jobs, conta como o empreendedor raramente consumia álcool. Ele sempre preferiu manter o controle de sua mente. Para Jobs, não havia diferença entre o pessoal e o profissional. Tudo fazia parte do mesmo objetivo: excelência. E o álcool simplesmente não se encaixava nessa equação.
Na verdade, sua obsessão pela clareza mental era tão intensa que até transformava almoços de negócios em situações tensas. Como disse o ex-engenheiro da Apple David Black: "Ninguém queria sentar à mesa com ele". O motivo não era desrespeito, mas o medo de que uma simples refeição se transformasse em um teste surpresa com uma pergunta devastadora: "No que você vai trabalhar hoje?"
Ele aplicou a mesma intensidade ao seu corpo. Sua dieta predominantemente vegetariana, suas práticas de meditação e sua rejeição ao álcool faziam parte de uma filosofia de vida focada em manter sua mente clara e presente. Algo que agora, décadas depois, a Geração Z está redescobrindo.
Por que esta geração diz não ao álcool?
Especialistas apontam vários fatores. De acordo com George F. Koob do Instituto Nacional sobre Abuso de Álcool: "O álcool tende a ser uma droga social. Parte do declínio pode estar relacionado à menor socialização face a face".
Soma-se a isso a influência das mídias sociais, para o bem ou para o mal. A especialista em medicina de família e dependência, Dra. Sybil Marsh, explica: "Houve um tempo em que beber álcool era uma marca de maturidade e sofisticação. Mas agora, é apenas uma das muitas maneiras pelas quais as pessoas podem relaxar".
A Geração Z parece ter chegado à mesma conclusão. Eles não rejeitam o álcool por tédio ou repressão, mas porque querem estar lá e viver cada momento. Eles querem experimentar a realidade sem filtros. Eles querem, como Jobs, manter o controle de suas mentes e de suas vidas.
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