
Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
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Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Você já deve ter ouvido falar por aí que dar algumas responsabilidades para as crianças dentro de casa é importante — mas talvez não tenha ideia do quanto isso pode impactar no futuro delas. A verdade é que ajudar a arrumar o quarto, guardar os brinquedos ou colocar a mesa vai muito além de “dar uma mão” para os pais.
A psicóloga Larissa Fonseca mostra que incluir os pequenos nas tarefas domésticas desde cedo contribui para o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais que eles levarão para a vida toda. Quer saber que tipo de adulto essas práticas ajudam a formar? A seguir, a especialista mostra quais são essas principais características:
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1. Responsabilidade
Desde guardar os brinquedos até ajudar a pôr a mesa, pequenas ações no dia a dia ajudam a construir uma noção de dever e compromisso. “A introdução das tarefas deve acontecer de forma natural e lúdica, aproveitando a fase em que a criança tem vontade de imitar os adultos”, diz Larissa. Isso faz com que a ideia de responsabilidade seja associada à convivência e ao cuidado com o outro.
2. Autonomia
Conforme a criança vai adquirindo maturidade, ela também aprende a se virar sozinha em determinadas situações. Tarefas domésticas são um ótimo treinamento para isso. “Adultos que tiveram esse tipo de experiência na infância tendem a ser mais autônomos, com maior capacidade de resolver problemas”, afirma a psicóloga.
3. Organização
Guardar os brinquedos, dobrar a roupa ou regar as plantas são atividades que ensinam, de forma prática, a importância da organização - e isso se reflete nos hábitos da vida adulta. Quem teve contato com essas responsabilidades desde cedo tende a ser mais organizado não só em casa, mas também no trabalho e nas relações pessoais.
4. Empatia
Participar das atividades da casa faz a criança perceber o esforço envolvido em manter tudo funcionando bem — e isso amplia sua capacidade de entender e valorizar o trabalho do outro. “Ao cooperar, ela desenvolve empatia e senso de colaboração”, diz Larissa.
5. Autoestima fortalecida
Sim, até a autoestima entra nessa equação! Isso porque, ao contribuir e perceber que é capaz, a criança sente que tem um papel importante no ambiente em que vive. “Do ponto de vista emocional, fortalece a sensação de capacidade, melhorando — e até construindo — a autoestima”, afirma a psicóloga.
6. Resiliência e tolerância à frustração
Aprender que nem tudo acontece do jeito que se quer e que as tarefas podem exigir paciência e esforço também é um exercício emocional importante. “Essas experiências se associam a níveis de resiliência, uma habilidade essencial para lidar com pressões e conflitos de forma equilibrada”, destaca Larissa.
Como incentivar a colaboração sem transformar as tarefas em algo punitivo?
A especialista aponta que, a partir dos 2 anos, os pequenos já podem começar com tarefas simples, como guardar os próprios brinquedos com a ajuda de um adulto. Entre os 3 e 5 anos, dá para evoluir um pouco: colocar ou tirar a mesa, regar plantas e até ajudar a arrumar a cama.
A chave aqui é o equilíbrio — respeitar a maturidade da criança e aproveitar a fase em que elas têm vontade de imitar os adultos. “O mais importante é que a introdução aconteça de forma natural e lúdica, aproveitando essa vontade. Isso consolida a ideia de que contribuir faz parte da convivência”, afirma Larissa.
E os benefícios não param por aí. Quando crescem com esse senso de cooperação e responsabilidade, essas crianças tendem a se tornar adultos mais autônomos, organizados e resilientes. “Desenvolvem maior capacidade de resolver problemas, tolerar frustrações e entender que esforço gera resultado”, completa a psicóloga.
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