Reumatologista pela Faculdade de Medicina de Itajubá com especialização em reumatologia pelo Hospital do Servidor Públic...
iEmbora não tenha sido absolvido da culpa de causar manchas, queimaduras e câncer de pele e envelhecimento precoce, o sol, quando bem administrado, traz muito mais benefícios à saúde do que pode mos imaginar.
Como é essencial para a síntese da vitamina D - encontrada em baixíssima quantidade nos alimentos -, ele participa de processos metabólicos importantes e atua sobre diversos órgãos, ajudando a prevenir doenças.
A ação principal e mais conhecida desta vitamina é proporcionar o equilíbrio dos níveis de cálcio e fósforo do organismo, permitindo que as atividades nas quais esses íons estão envolvidos ocorram de maneira adequada.
A vitamina também participa de aspectos importantes da função neuromuscular, que repercutem na capacidade de realizar movimentos rápidos.
Além disso, o composto ajuda a regular as contrações do músculo cardíaco, o que viabiliza o bombeamento do sangue para todo o corpo.
Assim, ao manter os níveis ideais do micronutriente no organismo, estamos contribuindo para a prevenção de complicações de ordem cardiovascular. A vitamina age, ainda, na fixação do cálcio pelo organismo. Sua deficiência causa raquitismo na criança e osteomalácia no adulto.
A capacidade de resistir às doenças e de combatê-las também está relacionada à quantidade encontrada da vitamina D no organismo.
Essa vitamina tem ação bactericida e estimula a fagocitose, agindo no combate a algumas infecções, como a tuberculose. Atua ainda, direta e indiretamente, na diferenciação e ativação de linfócitos T-CD4+, que são células de defesa, prevenindo o desenvolvimento de doenças autoimunes.
Com tantos efeitos benéficos, não é de se estranhar que ela venha sendo apontada como fator capaz de garantir a longevidade.
Vitamina D e osteoporose
Somente cálcio não é suficiente para manter ossos fortes e saudáveis e evitar fraturas osteoporóticas. Há muitos estudos demonstrando que a vitamina D - na presença de cálcio - ajuda a reduzir a perda óssea e o risco de fratura em pessoas com osteoporose.
Dados sugerem que o nutriente reduz o risco geral de fraturas em até 20%, e fraturas de quadril, pulso, antebraço ou coluna em até 30%. Estudos clínicos apontam como ela é capaz de melhorar a força do músculo e o balanço do corpo, ajudando a evitar quedas em pacientes com osteoporose.
A Vitamina D é um componente essencial no tratamento da osteoporose e, por isso, é geralmente recomendada a todos os pacientes em tratamento para a doença.
Tem o papel vital de garantir que o organismo possa absorver cálcio do intestino.A inadequação do nutriente está difundida entre mulheres na pós-menopausa com osteoporose, independentemente do local onde vivem.
Recentes estudos epidemiológicos desenvolvidos na América do Norte, América Latina, Europa, Oriente Médio, Ásia e Costa do Pacífico demonstraram que mais da metade das mulheres na pós-menopausa com osteoporose apresentam níveis inadequados de vitamina D.
A principal fonte dela, também conhecida como a -vitamina do sol-, é a exposição à luz solar. Ao contrário do cálcio, a vitamina D não está tão facilmente disponível nas dietas. Ela é encontrada em apenas um número reduzido de alimentos, tais como gema de ovo, fígado, ostras e alguns peixes oleosos.
Embora a maior fonte de vitamina D seja a luz solar, a quantidade produzida pela pele varia de acordo com a hora do dia, estação do ano, latitude geográfica, quantidade de nuvens, poluição, roupas, filtro solar e pigmentação da pele. Quanto mais clara for a cor da pele, mais vitamina D irá fabricar.
Com o envelhecimento, a pele se torna menos apta a converter luz solar em vitamina D e o rim menos capaz de converter o nutriente em sua forma ativa. Evitar a exposição ao sol por muitas mulheres na pós-menopausa - por motivo de saúde e/ou beleza - também limita a produção de vitamina D neste grupo da população.
Necessidade de suplementação
Como a vitamina D é encontrada naturalmente em um número pequeno de alimentos, a maioria das dietas normalmente não contém quantidades adequadas da mesma.
As orientações na maioria dos países, inclusive nos guias europeus emitidos pela Scientific Committee for Food - Comitê Científico sobre Alimentação da Commission of the European Communities - Comissão das Comunidades Européias, recomendam no mínimo 400 UI como dose diária de vitamina D.
Geralmente ela é recomendada para todos os pacientes que estejam sendo tratados da osteoporose. É importante garantir que estes pacientes recebam níveis adequados desta vitamina para reduzir o risco de fraturas.
Saiba mais: Osteoporose: evite a progressão da doença