Dra. Juliana Korth é especialista em Clínica Médica e membro da Soc. Brasileira de Clínica Médica. Em 2001 foi para os E...
iQuando se passa dos 50 anos de idade, uma das maiores preocupações é a saúde. Muitas pessoas deixam para fazer exames e exercícios somente quando observam que estão envelhecendo e precisam se cuidar.
Mas a prevenção ainda continua sendo o melhor remédio para evitar complicações no corpo. Uma das queixas frequentes nos consultórios médicos é quanto ao enfraquecimento dos ossos.
Ao longo dos anos, ocorre uma diminuição da massa óssea com perda da densidade. A doença se chama osteoporose é o problema ósseo mais comum, afetando uma em cada cinco mulheres na pós-menopausa.
Geralmente, o enfraquecimento dos ossos ocorre de forma lenta e não causa sintomas, motivo pelo qual é essencial procurar saber se você tem ou se está predisposto (a) a ter osteoporose.
Causas
As principais causas da osteoporose são:
- a diminuição dos níveis de estrogênio nas mulheres (na pós-menopausa) e de testosterona nos homens;
- estar confinado a uma cama;
- artrite reumatoide crônica, insuficiência renal crônica;
- uso crônico de corticoides (prednisona, metilprednisolona) ou de anticonvulsivantes;
- hiperparatireoidismo (doença que causa alteração no metabolismo do cálcio).
Outros fatores que aumentam o risco são a história familiar ( mãe, pai ou irmãos com osteoporose), ter pele clara, baixo peso corporal, ser fumante e ter uma dieta pobre em cálcio.
Mulheres com mais de 50 anos e homens acima de 70 anos de idade têm maior risco de osteoporose e devem fazer exames de prevenção.
Sintomas
Não há nenhum sintoma nas fases iniciais da doença, porém a osteoporose avançada pode levar a dores ósseas, em especial na região lombar e diminuição da altura ao longo dos anos (isso se deve ao "achatamento" e fraturas dos ossos da coluna).
As fraturas são bastante comuns e podem ocorrer até mesmo sem trauma.
Exames
O exame chamado Densitometria Óssea mede a quantidade de osso que você tem e com ele prever o seu risco de fraturas no futuro. Ele deve ser pedido para diagnosticar e, também, para acompanhar a resposta ao tratamento.
Tratamento
Visa reduzir a perda da massa óssea, controlar a dor e evitar fraturas futuras. Existem diferentes tratamentos para a osteoporose:
-Bifosfonados: são os mais usados para prevenir e tratar a osteoporose em mulheres pós-menopáusicas;
- Calcitonina: diminui a perda óssea e alivia a dor. Ela vem como um spray nasal ou injectável;
- Paratormônio: usado em casos especiais em mulheres com alto risco para fraturas;
-Raloxifeno: usado para a prevenção e tratamento da osteoporose. Parece reduzir o risco de fraturas vertebrais em 50%, mas não parece ser eficiente evitar fraturas de outros ossos;
-Exercício: exercícios regulares podem reduzir o risco de fraturas. Os mais recomendados são: exercícios com carga, andar, correr, jogar tênis, dançar. Deve-se evitar qualquer atividade que aumente o risco de queda, visto que pessoas com osteoporose são mais propensas a fraturar ossos em atividades de alto impacto;
-Dieta: ingerir diariamente pelo menos 1.200 miligramas de cálcio por dia e 800 UI de vitamina D3 (* a vitamina D ajuda o corpo a absorver cálcio). Alimentos ricos em cálcio : queijos, sorvetes, vegetais folhosos verdes(espinafre e couve), leite, salmão, sardinhas (com ossos), tofu e iogurtes.
- Hábitos: adote hábitos saudáveis. Se você fuma, pare. Diminua também o consumo de álcool .
- Prevenção de quedas: talvez tão importante quanto o próprio tratamento, evitar situações de risco de quedas é fundamental. Não abusar de calmantes e sedativos. Retirar do chão obstáculos como tapetes e fios elétricos. Usar barras de apoio em escadas e banheiros. Colocar piso antiderrapante em piscinas, escadas e no chuveiro. Ir ao oftalmologista regularmente para certificar-se que está enxergando bem, usar sapatos confortáveis.
- Expectativas: o tratamento pode ajudar a evitar fraturas, mas vértebras já fraturadas não podem ser curadas. A osteoporose avançada pode incapacitar gravemente uma pessoa que sofreu uma queda e fraturou o quadril. Estima-se hoje que cerca de metade das pessoas que fraturam o quadril não consegue voltar a andar de forma independente.