Alex Botsaris é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especializado em doenças infecciosas pelo Hospital...
iAo longo dos últimos 50 anos, vimos a incidência de muitas doenças em mulheres aumentar, sem que toda a tecnologia da medicina tenha encontrado uma resposta mais definitiva para acabar com o problema. Em primeiro lugar, considerando o medo das pessoas e as estatísticas de mortalidade e morbidade, está o câncer, em especial, o câncer ginecológico e de pulmão. Este último resulta do aumento de mulheres fumantes que ocorreu a partir de meados do século passado.
O câncer ginecológico, todavia, merece maiores considerações. Mesmo que não exista um consenso sobre a sua origem, há um grupo de médicos e ambientalistas que aposta na relação desse aumento com o progressivo despejo no ambiente de substâncias conhecidas como xeno-estrogênios. Essas substâncias são moléculas sintéticas que tem capacidade de se ligar aos receptores de hormônios femininos, gerando efeitos danosos. Elas têm sido colocadas em alimentos, cosméticos, medicamentos, produtos de limpeza e defensivos agrícolas. Assim, acabam contaminando as pessoas. Muitas destas substâncias são organo-depositárias, ou seja, ficam no organismo causando problemas por muitos anos.
No topo da lista, está o câncer de mama, entretanto, outros tumores como ovário, colo de útero e endométrio também têm feito um estrago enorme. O ideal seria proibir a fabricação e comercialização de toda substância com potencial de atuação como xeno-estrogênio, mas, infelizmente, o Brasil é ainda um dos países mais tolerantes com a indústria química e permite moléculas que já estão condenadas em outros países. Recomendo aos meus pacientes só ingerirem água mineral, preferirem alimentos orgânicos e ingerirem vitaminas e fitoterápicos com atividade quelante (ou seja: que eliminam essas substâncias do organismo).
Outros problemas que podem estar relacionados aos xeno-estrogênios são a infertilidade, a menopausa precoce, as irregularidades menstruais, o ovário policístico, a endometriose, a dismenorréria e redução da libido feminina. Ao interagir com os receptores hormonais, esses tóxicos sintéticos causam danos permanentes ao aparelho reprodutor feminino, reduzindo a capacidade de reprodução feminina. Sem dúvida, a negligência das autoridades em relação a essas substâncias nos produtos e no meio ambiente é um desrespeito à saúde feminina e precisa ser combatida no Brasil.
Medidas naturais para libido
Os efeitos sobre a fertilidade e a libido feminina afetam aspectos fundamentais para o bem-estar da mulher. Se no caso da reprodução assistida, a solução é complexa, técnica e cara, em se tratando da libido, algumas medidas simples podem ajudar. Aquelas que sofrem com a redução da libido devem, primeiramente, procurar um ginecologista, que irá avaliar se ela está sendo causada pela baixa de hormônios ou por problemas ginecológicos. Se a diminuição não estiver relacionada à saúde, as mulheres podem utilizar a aromaterapia, chás e fitoterápicos, por exemplo.
De acordo com o conhecimento tradicional, algumas essências de flores e vegetais são eficazes na libido feminina. Entre as principais estão: ylang-ylang (Cananga odorata), jasmim (Jasminus officinalis), rosa (Rosa galica) e sândalo (Santalum álbum). Todos os dias à noite, devem ser colocados de cinco a dez gotas do óleo no aromatizador, que deve ficar ao lado da cama. Outra dica é aumentar a circulação de sangue no clitóris. Faz-se uma mistura com 20 gotas de óleo de canela e 100 ml de óleo de linhaça. Há duas formas de usá-la: com uma massagem com os dedos ou colocar em adesivo na calcinha com 40 a 50 gotas da mistura. É claro que quem tem alergia à canela, não deve seguir essa dica. Além disso, existem plantas medicinais que podem aumentar a libido, como chás de erva-doce, melissa, gengibre e hibisco. A mulher pode potencializar o efeito ao usá-los de forma combinada, uma a duas vezes ao dia.
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