Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, com mestrado e doutorado em Ciências Médicas pelo Departame...
iA diverticulite aguda é causada pela inflamação de um segmento do intestino em pacientes portadores de divertículos, que são formações saculares que podem ser encontradas em todo o tubo digestivo, localizando-se, entretanto, com maior frequência ao longo do intestino grosso.
O risco de aparecimento dessa doença aumenta progressivamente com a idade e está presente em 30% dos indivíduos com mais de 50 anos e em 50% na faixa etária acima de 70. Ocasionada pela obstrução dos divertículos por fezes ou por alguns alimentos, a diverticulite aguda está extremamente relacionada com o tipo de alimentação do indivíduo. As dietas industrializadas, refinadas e pobres em fibras aumentam o risco de desenvolver divertículos (as formações saculares) no intestino grosso.
O sintoma mais comum da diverticulite aguda é dor na região inferior esquerda do abdome de início súbito, acompanhada ou não de febre, e alteração do hábito intestinal. Para comprovar o diagnóstico clínico, geralmente, solicita-se a realização de alguns exames iniciais: o hemograma, para avaliar se há indícios de infecção, e a ultrassonografia ou tomografia computadorizada de abdome, para definir com precisão a presença de diverticulite aguda ou não. O exame de colonoscopia não é indicado nesses casos porque existe risco de aumento da perfuração.
Depois de diagnosticada, a diverticulite não-complicada, quando não apresenta pus ou fezes na cavidade abdominal, pode ser tratada com antibióticos e repouso. Porém, nos casos complicados da doença, é necessária a realização de uma intervenção cirúrgica de urgência para ressecção do órgão acometido e lavagem da cavidade abdominal.
A cura para esta doença só é alcançada por meio da ressecção cirúrgica, ou seja, a extração dos segmentos comprometidos do intestino, mas esta só é indicada nos quadros complicados, com necessidade de cirurgia de urgência, ou naqueles reincidentes (que foram tratados e voltaram a apresentar o problema), nos quais a cirurgia pode ser planejada.
A ressecção cirúrgica do segmento intestinal acometido pela diverticulite com reconstrução do trânsito intestinal, por meio de sutura manual ou grampeadores cirúrgicos, é tradicionalmente realizada através de uma incisão abdominal de 15 a 20 cm. Entretanto, nos últimos 20 anos surgiu uma nova abordagem por meio da laparoscopia, onde a mesma cirurgia é realizada através de pequenos orifícios de 1 cm, por onde são introduzidos instrumentos delicados e uma câmera. As vantagens nesse novo método são: menor dor no pós-operatório, curto tempo de jejum e alta hospitalar precoce com recuperação rápida.
Recentemente, a abordagem pela cirurgia robótica, disponível em poucos centros no Brasil, oferece ainda mais vantagens técnicas para realização deste tipo de procedimento cirúrgico, com alta médica em apenas 2 ou 4 dias após a cirurgia, com recomendação de dieta liquida acompanhada de suplemento protéico por mais 7 dias.
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