Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iCafé da manhã com um pãozinho e manteiga e um pedaço de bolo é prazer simples para começar bem o dia. Mas esse não é sabor do amanhecer para quem sofre de doença celíaca (incapacidade de digerir o glúten, proteína encontrada no trigo, no centeio, na cevada, no malte e na aveia). "Diarreia, vômitos e fraqueza são alguns dos sintomas que surgem caso haja o consumo", afirma a médica Vera Lúcia Sdepanian, chefe do Departamento de Gastroenterologia da Unifesp. O diagnóstico da doença é feito a partir de avaliação clínica e biópsia do intestino, para descobrir se há limitações na digestão.
Constatado o problema, o maior desafio é montar uma dieta livre de receitas com trigo ou outro cereal com glúten. Não é moleza: a maioria de pães, bolos, molhos cremosos e sobremesas conta com a proteína, ainda que em pequenas quantidades. Mas existem alternativas, como mostram os especialistas que o Minha Vida entrevistou. Para montar a galeria de sugestões que você acompanha a seguir.
Milho
O milho é rico em nutrientes como proteínas e fibras, além de oferecer em minerais (como fósforo, ferro, potássio e zinco), e vitaminas do complexo B. Facilmente encontrado, o pão de milho serve como substituto para o pão feito francês, feito com farinha de trigo "Diferente do que acontece com o pão de trigo, o pão de milho não perde a casca durante o processo de preparação. Isso faz com que ele preserve todos os nutrientes do grão", afirma o nutricionista Vinicius Oliveira, da Academia Forum Exere Fitness. Fubá e milharina, outros derivados do milho, também são ingredientes versáteis para receitas, lembra a a nutricionista Rosana Farah, especialista do Minha Vida.
Linhaça
Pão, farinha, vitamina, molho e o óleo de linhaça trazem benefícios ao corpo, por serem fontes de vitamina A, cálcio, ômega 6, fibras, ligananas - fitoestrógenos capazes de regular os hormônios femininos, principalmente na menopausa e períodos pré-menstruais.
A grande quantidade de ômega-3 é o grande destaque deste grão. "A linhaça evita a formação de coágulos ao diminuir as taxas de colesterol total e de LDL, o colesterol ruim. Ela também contribui para a diminuição de pressão arterial, deixando o coração mais protegido", explica a nutricionista, Flávia Morais, da rede Mundo Verde.
De acordo com o nutricionista Vinicius Oliveira, o pão de linhaça ainda proporciona aumento de energia e de vitalidade. "A linhaça acelera o metabolismo, dando mais disposição e diminuindo o cansaço. É uma ótima opção de lanche após o treino", afirma.
Grão de bico
Rico em vitaminas do complexo B e vitamina A, o grão de bico também oferece grande quantidade de fibras lipossolúveis, que ajudam a eliminar açúcares e gorduras do organismo. "O grão de bico diferencia-se das outras leguminosas porque tem digestão mais fácil e grandes doses de ferro numa porção", afirma a nutricionista Rosana Farah.
Além disso, o grão ajuda a manter o bom humor. Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém e da Universidade de Haifa, ambas em Israel, desenvolveram um estudo que comprovou: quem come grão-de-bico diariamente é mais alegre.O triptofano, aminoácido essencial para a produção da serotonina, explica a reação do organismo. Essa substância ativa os neurotransmissores cerebrais que dão sensação de bem-estar, satisfação e confiança. Por ser feito com grão de bico, o húmus, espécie de pasta comum no oriente médio, também traz esses benefícios ao corpo. O grão ainda pode ser usado na preparação de pães.
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Painço
Ainda pouco conhecido no Brasil, o painço, assim como o trigo, contém grandes quantidades de proteínas, mas não contém glúten. Fósforo, manganês e magnésio, minerais que ajudam a manter o sistema imunológico em dia, são outros nutrientes encontrados no painço.
"Por ser uma fonte de fibras, o painço ajuda na absorção da glicose pelo organismo, indicado a pacientes com diabetes. Vale lembrar que alimentos ricos em fibras dão mais saciedade, reduzem o colesterol, melhoram a digestão e o funcionamento do intestino", diz a nutricionista Daniela Jobst, especialista do Minha Vida. A farinha de painço pode ser usada no preparo de bolos, tortas, mingaus e sopas.
Amaranto
Um estudo feito pela Universidade de Campinas, diz que o amaranto ajuda a combater a aterosclerose e os altos níveis de colesterol ruim, o LDL, no sangue. Esse tipo de colesterol é aquele que forma as placas de gorduras que podem entupir as artérias, causando infartos e derrames. Além disso, os autores do estudo afirmam que o amaranto contém esqualeno, um antioxidante que inibe a produção de uma enzima responsável pela síntese de colesterol ruim, sem alterar a produção do HDL, conhecido como colesterol bom.
Ele também é rico em proteínas de alto valor biológico, minerais como cálcio, fósforo, potássio, vitaminas e aminoácidos essenciais para o bom funcionamento do organismo.
Quinoa
Rica em aminoácidos, carboidratos complexos e proteínas, a quinoa é outro grão que não contém glúten e pode fazer parte da dieta de celíacos. Ela é fonte de gorduras boas, como o ômega 3, capaz de proteger os vasos sanguíneos e diminuir os riscos de complicações cardiovasculares. A quinua também é rica em ferro, magnésio e fósforo, minerais importantes para o organismo, principalmente para a saúde dos músculos.
"A quinoa é um grão que também pode ser encontrada na forma de farinha e farelo. É um produto riquíssimo em proteína e foi considerado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação como sendo um alimento perfeito", explica Rosana Farah.
No entanto, a quinoa tem um ponto fraco: seu preço. Mesmo que esteja cada vez mais comum, esse grão ainda custa caro, cerca de 30 reais um pacote de 500 gramas.
Arroz
Além desses grãos, outros alimentos podem ser usados para substituir a farinha de trigo como fonte de fibras e proteínas. É o caso do arroz. Ele é um cereal importante por ser uma boa fonte de carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais, principalmente em sua versão integral. "Opções feitas com farinha de arroz, fécula de batata e mandioca são ótimas alternativas. Esses alimentos, assim como o trigo, a centeia e a aveia, são ricos em fibras e proteínas", Vera Lúcia Sdepanian, chefe do Departamento de Gastroenterologia da Unifesp.