Referência em Pediatria no Brasil por seu enorme conhecimento, o Dr. Jorge Huberman é pós-graduado em Neonatologia pelo...
iPara alguns bebês e mamães, a amamentação segue bem desde o início e não há qualquer problema durante esse período. Mas amamentar no peito pode ter seus altos e baixos, especialmente no começo. Aqui vão algumas sugestões para que a mãe saiba o que fazer no caso de:
1. Sensibilidade alimentar
Vez ou outra é comum sentirmos que determinado alimento não nos caiu bem no estômago. Da mesma forma, dependendo da comida que você ingerir, o bebê pode sentir algum tipo de reação após receber o leite materno. Ele pode reagir chorando, tornando-se inquieto, querendo mamar mais frequentemente e na maioria das vezes ficando inconsolável.
É fácil confundir este problema com as cólicas do recém-nascido, mas existe uma diferença: enquanto as cólicas normalmente ocorrem diariamente durante os três primeiros meses, as dores provenientes da sensibilidade alimentar ocorrem somente depois que a mãe ingere o alimento sensibilizante e a reação no bebê desaparece dentro de, no máximo, 24 horas.
Alimentos que provocam gases, como repolho, cebola, alho, brócolis, couve, couve-flor, feijão e nabo, podem causar desconforto a alguns bebês. Geralmente os sintomas somem em menos de um dia e não ocorrem mais até que a mãe se alimente novamente com a mesma comida.
Em alguns casos mais raros, os bebês podem desenvolver uma grande alergia a leite de vaca ou outros laticínios que façam parte da dieta alimentar da mãe e terão cólicas por períodos de várias horas após receberem o leite materno. Esse tipo de problema costuma causar, além das cólicas, um grande desconforto gastrointestinal, fazendo com que o bebê estique as perninhas em sinal de dor. Na dúvida, consulte o pediatra.
Você pode testar quais alimentos causam reações no bebê voltando a consumi-los aos poucos, um de cada vez, com vários dias separando a ingestão entre eles. Só assim é possível saber se o bebê é sensível ou não.
2. Mamilos rachados
Se o bebê não for bem posicionado no peito ou não souber sugar corretamente quando começar a mamar, você pode acabar tendo os mamilos rachados ou machucados.
Mamilos rachados quase sempre resultam de um posicionamento incorreto do bebê no peito da mãe e da pega incorreta que faz com que o bebê morda ou traumatize o mamilo materno. A amamentação não deve causar dor ou desconforto para a mãe. Se o mamilo ou outras regiões do peito estiverem muito doloridos, procure orientação de algum grupo de apoio à amamentação.
Lave os seios somente com água, sem sabonete. Cremes e loções também devem ser evitados, pois costumam agravar o problema. Procure variar a posição do bebê na hora de amamentar, limitando a duração das mamadas em cada peito entre cinco e 10 minutos.
3. Ingurgitamento mamário
Como já mencionado, os seios podem ficar doloridos e "duros" se o bebê não se alimentar bem e com frequência nos primeiros dias após a descida do leite. É normal acontecer um pouco de ingurgitamento quando se inicia a amamentação, mas casos mais severos precisam de ajuda médica. O melhor tratamento para casos comuns é a ordenha entre as mamadas e a certeza de que o bebê mame em ambos os seios a cada mamada. Banhos mornos também ajudam o leite a descer.
4. Mastite
Mastite é uma infecção no peito causada por uma bactéria. Ela causa inchaço, calor e dor. Ele geralmente afeta um peito ou parte dele, levando a mãe a um estado febril e causando sensação de mal estar. Esses casos devem ser tratados por um médico, que vai receitar algum antibiótico para conter a infecção e que, ao mesmo tempo, possibilite a continuação da amamentação.
Preparação, esterilização e estocagem das mamadeiras
A água a ser utilizada na preparação das mamadeiras (fórmulas) deve ser filtrada e esterilizada (fervida). Também todos os utensílios, como bicos, mamadeiras e qualquer outro utilizado no processo de amamentação, devem ser bem limpos e esterilizados.
Para esterilizá-los, coloque-os em uma panela com água fervendo durante cinco a 10 minutos. Se você preparar as mamadeiras com antecedência, deve mantê-las na geladeira para evitar a proliferação de bactérias. As mamadeiras mantidas na geladeira e que não forem utilizadas dentro de, no máximo, 24 horas devem ser descartadas.
Na hora de dar a mamadeira
A hora de amamentar deve ser tranquila e agradável para a mãe e o bebê. É uma excelente oportunidade para a troca de afeto e para que ambos se conheçam. Se a mãe estiver calma e alegre, seu filho provavelmente também ficará calmo. Se, ao contrário, estiver nervosa e se sentir indiferente ao dar a mamadeira, provavelmente presenciará reação de inquietação no filho.
A mãe ficará mais confortável em uma cadeira com braços ou com almofadas que apoiem seus braços enquanto dá a mamadeira. Procure carregá-lo em uma posição semierguido. Não o amamente enquanto ele estiver "totalmente deitado", pois isso aumenta o risco de sufocação. Esta posição também pode fazer com que o leite chegue até o ouvido, provocando infecção.
Quantidades e horários das mamadas
O bebê recém-nascido costuma tomar de 60 a 90 ml de fórmula por mamada e irá mamar em intervalos de três a quatro horas nas primeiras semanas. Durante o primeiro mês, se o bebê dormir mais do que quatro ou cinco horas direto e começar a pular algumas mamadas, acorde-o e ofereça a mamadeira.
Depois do primeiro mês de vida, ele começará a tomar pelo menos 120 ml por mamada com intervalos aproximados de quatro horas entre uma mamada e outra. Aos seis meses, ele tomará entre 180 e 240 ml por mamada de quatro a cinco vezes cada 24 horas.
Em média podemos dizer que o bebê mama cerca de 150 ml de fórmula para cada quilo de peso por dia, mas ele irá regular a quantidade necessária de acordo com a sua própria vontade. Contudo, é essencial ter bom senso. A maioria dos bebês se satisfaz com 90 a 120 ml de fórmula por mamada no primeiro mês, aumentando a quantidade em 30 ml por mês até atingir 240 ml. Se o seu bebê demonstrar querer sempre mais ou menos do que isso, converse com o pediatra. O bebê não deve ingerir mais do que 960 ml de fórmula em 24 horas.
Aos dois meses (ou cerca de 5 kg), a maioria dos bebês não necessita mais da mamada no meio da madrugada, porque já mamam mais durante o dia e começam a ter um sono noturno mais regular, mas isso pode variar de bebê para bebê. A coisa mais importante a se ter em mente ao amamentar, não importa se for no peito ou com a mamadeira, é que ele deve ser muito especial.
Saiba mais: Como evitar o leite empedrado