Referência em Pediatria no Brasil por seu enorme conhecimento, o Dr. Jorge Huberman é pós-graduado em Neonatologia pelo...
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Se existe uma característica comum a todos os bebês saudáveis, só pode ser a pele macia e sedosa, que deu origem à expressão "pele de bebê". Segundo o pediatra e neonatologista Jorge Huberman, qualquer alteração que fuja dessa maciez merece a atenção dos pais e precisa de tratamento imediato. "O problema pode causar desconforto à criança e pode ser sinal até de que seu organismo não está recebendo oxigênio o suficiente", explica.
O Minha Vida foi atrás de especialistas para saber quais são os problemas de pele mais comuns em bebês e como cuidar de cada um deles. Confira:
Brotoejas
"As brotoejas são bolinhas vermelhas que costumam aparecer em dobrinhas, no pescoço ou nas axilas do bebê, resultado do entupimento das glândulas sudoríparas da criança", aponta a pediatra Camila Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz. Isso ocorre porque essas estruturas ainda estão em desenvolvimento quando ela nasce e, portanto, ainda não funcionam adequadamente.
Perigo: as brotoejas podem coçar, causando incômodo ao bebê e, por serem uma irritação, tornam-se foco de infecções.
Como tratar: já que elas surgem pela transpiração e o que faz a criança transpirar é o calor excessivo, a solução é deixá-la o mais fresquinha possível. Dar mais de um banho por dia sem usar sabonete em todas as lavagens, vesti-la com roupas leves, secar as regiões úmidas de seu corpo, utilizar talco líquido e mesmo limpar a saliva que escorre da boca do bebê podem evitar o problema.
Hemangiomas
Resultado da projeção dos vasos sanguíneos na superfície da pele, os hemangiomas, que nada mais são do que manchas avermelhadas, são bastante comuns em bebês. "A anormalidade é inata, ou seja, a criança já nasce com ela", afirma o pediatra Sylvio de Barros, da clínica MBA Pediatria.
Perigo: há o risco de o sintoma evoluir para problemas mais graves e, por isso, um dermatologista deve ser consultado se as manchas não desaparecerem.
Como tratar: o pediatra deve ser consultado para poder receitar o medicamento adequado à situação, caso necessário.
Descamações
De acordo com o pediatra Jorge Huberman, a descamação da pele é completamente normal e até esperada logo após o nascimento do bebê. "Ele passou 40 semanas em meio aquático, portanto, sua pele precisa ser trocada para atender às exigências do novo meio", esclarece. O problema também acomete as crianças no inverno, quando os banhos tendem a ser mais quentes, o que destrói a camada de gordura protetora da pele.
Perigo: a descamação pode ser uma reação a algum produto utilizado na higiene do bebê, pode ser sinal de alergia ou ainda uma dermatite, inflamação da pele.
Como tratar: evite produtos com muita química, usando apenas um bom sabonete de glicerina durante o banho da criança e fazendo a higienização com água morna e algodão. Mesmo os lencinhos umedecidos devem ser evitados sempre que possível. Peça ao pediatra a indicação de um bom hidratante e, se o problema persistir, consulte-o novamente.
Picadas de inseto
A melhor maneira de evitar que seu filho seja picado por um inseto é colocando mosquiteiro em seu berço e fazendo uso de tomadas que liberem substâncias repelentes. Há ainda produtos que podem ser passados na roupa do bebê para afastar mosquitos.
Perigo: se o bebê for picado e não demonstrar qualquer reação a não ser a típica bolinha vermelha, os pais não terão com que se preocupar. "É preciso lembrar, entretanto, que a criança pode ser alérgica a determinados mosquitos, o que pode levar a uma reação exagerada do seu organismo, culminando em inúmeras lesões pelo corpo", aponta a pediatra Camila.
Como tratar: fazer compressas frias no local da picada pode aliviar a sensação de coceira e, no caso de insetos como a abelha, impede que o veneno do ferrão se espalhe. Se for identificada uma reação alérgica, o bebê deve ser levado ao médico.
Impetigos
De acordo com o pediatra Sylvio de Barros, impetigo é uma infecção de pele que se apresenta com machucados cheios de pus e furúnculos. Muitas vezes, é decorrente de uma simples picada de mosquito, que foi contaminada por bactérias do tipo estreptococo ou estafilococo.
Perigo: enquanto a bactéria está alojada na superfície da pele, as pessoas que entram em contato com a criança correm risco de se contagiar. O perigo maior, entretanto, é a migração desse micro-organismo para o resto do corpo.
Como tratar: o tratamento do impetigo deve ser feito por meio de antibióticos prescritos pelo pediatra da criança e pode durar meses, dependendo da resistência da bactéria.
Eczemas
"O eczema, irritação da pele evidenciada pela secura, espessura ou escamosidade da pele do bebê, ou mesmo pelo aparecimento de bolhas, nem sempre pode ter sua causa diagnosticada", alerta Jorge Huberman. Em alguns casos, entretanto, ele acontece pelo contato com alimentos ou produtos irritantes para o organismo da criança.
Perigos: o problema pode causar coceira e desconforto ao bebê. Eczemas também se tornam uma porta de entrada a agentes infecciosos.
Como tratar: se a causa for identificada, o produto ou alimento irritante deve ser substituído por outros, de acordo com as instruções passadas pelo pediatra. Mas, se a causa for desconhecida, um estudo mais aprofundado deve ser realizado pelo profissional.
Assaduras
Assaduras incomodam muito o bebê, causando dor e tornando-se foco de infecções. "A pele da criança tem, naturalmente, uma barreira protetora, mas ela pode ser rompida quando fica muito tempo exposta à urina, fezes e mesmo ao calor intenso", alerta o pediatra Sylvio de Barros.
Perigo: o calor intenso aliado à transpiração da pele, coberta por fralda descartável, pode originar micoses e causar irritações.
Como tratar: passar pomadas neutras para fortalecer a barreira de proteção da pele pode evitar assaduras, mas recomenda-se deixar a região respirar livremente. De acordo com o especialista, o sol saudável - antes das 10h e depois das 16h - auxilia na esterilização da pele do bebê.