Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iUma pesquisa feita na Universidade de McMaster, no Canadá, descobriu que pessoas que consomem sal com moderação têm menos risco de problemas cardíacos, em relação àquelas quem consome sal demais ou mesmo muito pouco.
Para chegar a esses resultados, a equipe coletou os níveis de sódio e potássio na urina de 30 mil pessoas. Depois de quatro anos, 16% delas tiveram problemas cardíacos.
Analisando as amostras, os estudiosos descobriram que quem consumia mais de 7 ou 8 gramas de sódio por dia teve mais risco cardíaco - fato que já é bem conhecido. Porém, eles notaram que aqueles que consumiam menos de três gramas de sódio por dia também tiveram maior risco de morte ou hospitalização por problemas cardíacos.
Entretanto, os médicos afirmam que essa pesquisa precisa ser lida com cuidado, já que a estimativa de consumo de sal baseada em amostras de urina pode levar a um problema na interpretação dos dados. Além disso, os eventos cardiovasculares foram bem menos frequentes entre as pessoas que comiam pouco sal do que entre quem consumia em maiores quantidades.
Menos sal é igual a mais sabor e saúde
Você já parou para pensar no quanto consome de sal por dia? Se ainda não, é melhor começar a verificar o quanto coloca desse ingrediente na suas refeições. Isso porque o sal é rico em sódio e, apesar de ser uma substância essencial para manter o equilíbrio de líquidos no corpo e ajudar na transmissão de impulsos nervosos e no relaxamento muscular, faz mal se você consumi-lo em excesso.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é não exceder seis gramas (pouco mais de uma colher de chá) ao dia e nessa quantidade já devem estar inclusos o sal dos alimentos industrializados, ou seja, é bem pouquinho mesmo. Os perigos de salgar demais a comida você entende a seguir.
Hipertensão
A relação entre o consumo excessivo de sódio e o aumento da pressão arterial é velha conhecida da ciência. Mas um novo estudo da Universidade Estadual de Campinas estabeleceu uma ligação ainda mais forte. A questão é que quanto maior o consumo de sal, mais alterados ficam as funções da artéria carótida, como a elasticidade e a rigidez. Isso prova que o excesso de sódio pode sozinho aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
A explicação é simples: o sal retém água no corpo, fator que desequilibra a concentração de plasma sanguíneo. E, como acaba existindo maior volume de líquido no sangue, o coração bate mais acelerado: o motivo da hipertensão.
Pesquisas internacionais também reforçam essa ligação. Em um trabalho da Universidade Harvard, 2.400 pessoas reduziram o consumo de sal de cerca de dez para seis gramas diários. A prevalência de doenças cardíacas caiu e veio a conclusão de que diminuir a quantidade do tempero garante uma proteção 25% maior ao coração.
"Compre sal marinho ou sal light em vez do sal tradicional. O primeiro tem outros nutrientes que fazem bem ao organismo e o segundo, por levar cloreto de potássio, tem teor de sódio menor."
Peso extra
Apenas um grama de sal retém cerca de 200 mililitros de água no nosso corpo. Para voltar ao normal e mandar embora o excesso dessa substância, o organismo precisa de até três dias. Sabe o que acontece nesse período? Quando você subir na balança, ela vai apontar alguns quilinhos a mais. Agora, se o abuso de sal durar mais tempo, o peso extra vai seguir você por mais dias também. Por isso, mesmo fazendo regime, você vai sentir que o corte de calorias não tem resolvido muita coisa.
A questão dos quilinhos a mais não para por aí: quem consome com frequência pratos mais salgados têm uma tendência maior a ingerir mais calorias. Seja por causa do refrigerante ou suco docinho para aplacar o sabor salgado na boca ou até mesmo porque a comida fica mais saborosa e aí se torna uma missão impossível não repetir o prato, certo?
Problemas respiratórios
Poucas pessoas sabem dessa consequência, mas as pitadas excessivas de sal e crises de asma (entre as pessoas que já têm a doença) estão intimamente ligadas. A pesquisa concluiu que o sódio em excesso favorece o broncoespasmo, uma condição na qual a musculatura dos brônquios fica contraída, o que dificulta a respiração. Quando há abuso crônico, a tendência é que os brônquios fiquem nessa situação constantemente.
Para reduzir o consumo de sal
Evite sempre que puder comer embutidos (como salsicha, mortadela e cia.), salgadinhos (do tipo industrializado) e temperos prontos (molhos e até o pozinho do macarrão instantâneo). Esses alimentos têm muito sódio, às vezes o total que você precisa ingerir no dia está em apenas um desses alimentos. Escolha um dia da semana para comer embutido, por exemplo, e depois maneire.
Quando temperar saladas dê preferência a azeite e ervas secas, por exemplo. Se possível, até retire o saleiro da mesa porque, às vezes, a comida está boa, mas pelo vício colocamos sal sem perceber.
Compre sal marinho ou sal light em vez do sal tradicional. O primeiro tem outros nutrientes que fazem bem ao organismo e o segundo, por levar cloreto de potássio, tem teor de sódio menor. Se você almoça fora com frequência, não tempere a salada com sal. Isso porque você não faz ideia do quanto de sal eles colocam na comida.
A princípio, você pode estranhar a falta de sal no dia a dia, isso porque esse tempero vicia o paladar. Mas, aos poucos, conforme o organismo desintoxicar do excesso de sódio, você vai sentir melhor o sabor dos alimentos. Sem contar o tanto que fará bem à sua saúde e da sua família. É um hábito que vale muito a pena.
Saiba mais: Excesso de sódio afeta o coração