Quais alimentos ajudam no combate a depressão e também a ansiedade?
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde também realizou mestrado em Psiquiatria. Doutor e...
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Existe uma série de estudos sobre a questão de alimentos e depressão, principalmente no sentido de detectar quais nutrientes poderiam ser úteis na prevenção e tratamento da depressão. Entretanto, os estudos nem sempre são de boa qualidade. Numa série de meta-análises que consultei, existem evidências, principalmente, de que a FALTA de alguns nutrientes pode estar relacionada a quadros de depressão, porém as evidências são questionáveis de que, em pessoas adequadamente nutridas e deprimidas, algum nutriente possa ser usado no tratamento.Numa revisão em pessoas normais, observaram-se algumas evidências em estudos em crianças de que a suplementação alimentar possa ser útil. Da mesma forma, foi feita uma revisão de vários estudos em populações normais (isto é, ainda sem depressão ou ansiedade) e observou-se que a suplementação nutricional poderia ser útil em diminuir a percepção, pelas pessoas, de emoções depressivas ou ansiosas.Quanto ao tipo de nutrientes envolvidos nos estudos, são os mais diversos: vitamina D, ácidos graxos, complexo B, ácido fólico, ômega-3 e vários outros.Assim, de modo geral, pode-se dizer que pessoas adequadamente alimentadas talvez tenham menores chances de desenvolver quadros de ansiedade ou depressão. Porém, não é possível dizer se isto vale para todos. Possivelmente, uma parte destas pessoas desenvolverá depressão e ansiedade mesmo que se alimente adequadamente pois, COM CERTEZA, o fator nutricional não é o único envolvido na ansiedade e na depressão e, aparentemente, NÃO é o principal.Quanto à validade de se consumir vitaminas e micronutrientes, as opiniões divergem: há aqueles que consideram que as alimentação das pessoas tende a ser inadequada e dificilmente obterão todas as vitaminas e micronutrientes necessários e, assim, seria conveniente complementarem com compostos multivitamínicos e com micronutrientes. Há outros que consideram que tal uso não traria nenhum benefícios, na maioria das pessoas.Finalmente, tratamentos baseados na assim chamada medicina ortomolecular que, frequentemente, envolvem o uso de micronutrientes, NÃO possuem nenhuma evidência científica de serem eficazes.
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