Tenho 22 anos e venho sofrendo com um quadro de hipocondria, e fezes mole porem sem dores, inchaço, o que poderia ser? Respostas dos nossos especialistas

Hipocondria é como chamamos o quadro, onde a pessoa apresenta uma alteração considerável da atenção em si mesma, no que diz respeito à prevenção/medo de doenças, sintomas e consumo de medicamentos.
Alteração na quantidade, porque a atenção voltada a si é excessiva, muito além do necessário, e em qualidade, porque tanto o foco da atenção, como a interpretação desse foco, são distorcidos, estão em desalinho com a realidade.
A identificação correta do quadro, é o primeiro passo.
Seja suspeitada pela própria pessoa, pelos que convivem com ela, ou concluída pelo profissional de saúde.
De modo geral, a Hipocondria vem associada à Ansiedade, mesmo que episódios de Depressão, também estejam presentes.
A queixa de “fezes mole sem dores ou inchaço”, pode confirmar a hipótese de Ansiedade.
Algum aspecto de herança, o ambiente e finalmente, escolhas pessoais constituem um "pacote", onde encontramos algumas razões para explicar grande parte do que acontece conosco.
Com a Hipocondria não é diferente.
Ambiente no sentido do histórico, à partir da infância, onde pode ter existido realmente uma doença grave, gerando preocupações fundamentadas na família e na criança adoecida, ou mesmo em outro membro da família, colocando a doença no centro da comunicação e dos relacionamentos, agregando e perpetuando grande valor a ela, mesmo depois que foi superada ou controlada.
Outro fator no ambiente é quando, mesmo não havendo doença, existem preocupações infundadas e exageradas com saúde, necessidade de visitas frequentes à médicos ou até mesmo dependência de medicamentos, mesmo que a justificativa seja, prevenção.
Pensamentos e emoções equivocados sobre saúde, podem levar alguém a se tornar hipocondríaco.
Ideias tais como, após observar um sintoma, como dor, alteração de temperatura, cor ou textura na pele, maximizar a impressão, o que pode potencializar emoções naturais, como o medo por exemplo, e esse medo, especialmente o medo de morrer, como resposta desproporcional, certamente fará com que a pessoa perca a competência para decidir pela melhor conduta em relação ao que sente, ou pensa que sente.
A perda do controle da situação pode a agravar o quadro e torna-lo repetitivo.
A conduta sugerida é que observe melhor seus conceitos sobre saúde e doença, vida e morte, e seja mais realista ao analisar as ocorrências passadas, quando grandes preocupações foram cultivadas e não se provaram como necessárias.
Procurar sempre dar a dimensão que o que está acontecendo merece, sem aumentar ou diminuir.
Evitar auto medicação. Buscar sempre ajuda quando não conseguir superar os sintomas.
Reconhecer quando a situação estiver sob controle, chegando a isso só ou com ajuda, e à partir daí tirar o foco de si e prestar mais atenção ao que ocorre ao redor.
Saber que nosso organismo é vivo, tudo o que há em nosso interior se movimenta o tempo todo e às vezes experimentamos desconfortos, sim. E não se trata de doença.
Faz parte da vida.
A conscientização do custo/benefício que os medicamentos oferecem, também pode ser um fator importante para a decisão de se empenhar na busca de pensamentos mais saudáveis sobre o próprio corpo, a opção pela alimentação saudável e atividade física, o conhecimento de tratamentos alternativos e naturais, tudo isso pode nos poupar dos efeitos colaterais e indesejáveis que muitos medicamentos, ou o uso abusivo deles, causam.
A literatura para leigos, hoje é farta e disponível, em sites confiáveis, como o Minha Vida, por exemplo.

Em relação a hipocondríaco é muito importante que você faça uma avaliação psicológica para sabermos de onde veio esse diagnóstico e como essa condição impacta em sua vida e relações diárias. O acompanhamento psicológico é psiquiátrico podem te ajudar no controle dos sintomas e os impactos causados nas suas relações. Espero ter ajudado.