Doutor em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina, tem título de especialista e...
iEm 2014 um total de 340 mil morreram de doenças cardiovasculares pelo Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS). As doenças que mais mataram foram:
- Infarto agudo do miocárdio, com 87 mil mortes
- Acidente vascular cerebral (AVC), com 40 mil mortes
- Insuficiência cardíaca, com 26 mil mortes
- Hipertensão arterial, com 22 mil mortes.
A distribuição destas mortes parece proteger as mulheres até a menopausa. Após esta, o risco se equipara ao dos homens.
O que estas doenças têm em comum? Todas têm fatores de risco semelhantes, e alguns deles são evitáveis, como o sedentarismo e dieta desequilibrada. Além disso, alguns fatores de risco podem ser administrados antes de causarem complicações, no caso as doenças como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, entre outros. Composição genética ainda é pouco gerenciável como fator de risco, mas pode ser utilizada como marcador de pessoas em maior risco.
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Por que estes fatores matam tanto?
Estes fatores levam ao estreitamento de artérias por colesterol depositado. Com isso, ocorre um enrijecimento e estresse causado pela pressão nas paredes do vaso que leva a ruptura das artérias para dentro do vaso, levando a trombose, ou para fora, levando a hemorragias.
A lesão do endotélio deflagra a cascata de coagulação e entope vasos, evitando oxigenação de tudo que seria nutrido por aquele vaso. O musculo cardíaco a seguir daquele vaso sofre e morre (infarto). Ou o cérebro sofre e morre (acidente vascular encefálico). Os dedos dos pés (mais sensíveis e sob maior pressão) sofrem e morrem, levando a amputação e limitação funcional. Existem diversos estudos correlacionando baixa pressão nos pés e pernas com doença cardíaca. Salvo raras exceções, as doenças coexistem e coabitam o mesmo paciente.
Quando rompem para fora do vaso o sangue exerce pressão, esmagando as estruturas em volta (como nos olhos, causando cegueira) e ou no cérebro, causando o dano decorrente acidente vascular hemorrágico.
Como reverter estas doenças do coração?
Olhando de dentro para fora dos problemas as soluções parecem simples. E são mesmo. Mas difíceis de serem tomadas.
Por exemplo, a cada 10 mmHg de redução na pressão arterial em uma pessoa com diabetes e hipertensão, por exemplo, salva uma vida a cada 15 pessoas tratadas. Ou seja, só de a pressão reduzir de 14 por 8 para 13 por 8, já é possível ter resultados.
Então, se todas as pessoas que passam em consulta com seu médico em um dia normal reduzirem a pressão arterial em 10 mmHg (pressão máxima ou sistólica) e 5 mmHg (pressão mínima ou diastólica), em dez anos o consultório deste medico continuará cheio com os mesmos pacientes.
- Agenda organizada de alimentação
- Sono regular e de qualidade
- Redução do perímetro abdominal (na altura do cinto mesmo), deixando-a abaixo de 102 cm em homens e 89 cm em mulheres
- Exercícios regulares.
Observação de sintomas de infarto (dor no peito, mandíbula ou início do abdome, cansaço, desmaios), sintomas de AVC (perda de visão, de consciência ou perda de força, transitória ou não), e sintomas de insuficiência vascular (pernas e pes frios, pele descamando, pálida, dores importantes em panturrilhas ao caminhar que melhoram com repouso) ajudam a evitar complicações maiores.
Organize sua vida para evitar remédios. Ou tome os remédios corretamente para evitar complicações.