Redatora especialista em bem-estar, família, beleza, diversidade e cuidados com a saúde do corpo.
Os efeitos que a contaminação pelo novo coronavírus podem causar no corpo humano seguem sendo estudados todos os dias. As diferentes respostas que cada organismo apresenta após a confirmação do diagnóstico, como a presença ou não de sintomas, confirmam que não há uma regra universal sobre como o patogênico vai interferir na saúde de cada indivíduo.
Assim como ocorre com algumas outras doenças, como é o caso da catapora, alguns pacientes recuperados da COVID-19 acreditam que já estão imunizados e, consequentemente, não precisam se vacinar. Mas qual é a diferença entre a imunização que ocorre com a infecção e a que vem com a vacina?
Segundo Matheus Todt, médico infectologista da S.O.S. Vida, a imunidade adquirida pela infecção existe, mas é temporária. "Acredita-se que possa durar alguns meses. A vacinação permite uma proteção mais duradoura. Por isso, a vacina também deve ser tomada pelas pessoas que já tiveram COVID-19", explica.
Ainda de acordo com o especialista, o número de doses da vacina não se difere entre quem já foi contaminado e quem nunca recebeu o diagnóstico positivo de coronavírus. "Todos os protocolos vacinais que dispomos hoje preveem as mesmas quantidades de doses (geralmente duas doses com intervalos de algumas semanas) para todos", explica Matheus.
Anticorpos e COVID-19
Entre os exames que podem diagnosticar um caso de coronavírus está o teste de sorologia. Feito através da análise do sangue, essa testagem determina se houve a produção dos anticorpos IgG e IgM pelo organismo.
IgG e IgM são classes de anticorpos (moléculas de defesa), produzidos pelo corpo especificamente contra um determinado antígeno - substância estranha ao organismo, que pode ser um vírus, bactéria ou toxina.
Saiba mais: Entenda como funciona a produção de IgG e IgM no organismo
Já foram relatados alguns casos de pacientes que tiveram o diagnóstico positivo da doença e, ao realizarem o exame de sorologia, foi apontado que a produção de anticorpos contra as proteínas da SARS-CoV-2 foi considerada baixa ou até mesmo inexistente.
Além disso, uma pesquisa recente feita pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, revelou que a imunidade causada pela infecção do coronavírus pode ser pouco duradoura, desaparecendo após a quarta semana de tratamento contra a doença.
Saiba mais: Anticorpos de COVID não duram para sempre, diz estudo
Portanto, os especialistas afirmam que a vacinação deve ocorrer mesmo após a confirmação de que houve a produção de anticorpos no teste de sorologia.