Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fez residência em Clínica Médica pela mesma in...
iJornalista especializado na cobertura de temas relacionados à saúde, bem-estar, estilo de vida saudável e à pratica esportiva desde 2008.
iO que é Câncer de pulmão de células pequenas?
O câncer de pulmão de pequenas células é o tumor que se espalha de forma mais rápida pelo pulmão. Também chamado de carcinoma de pulmão de pequenas células, ele pode ser dividido entre carcinoma de pequenas células e carcinoma de pequenas células combinadas.
Aproximadamente 15% de todos os casos de câncer de pulmão são de pequenas células, sendo mais comum em homens do que mulheres. É a forma mais agressiva de câncer de pulmão, iniciando geralmente nos brônquios e com alto potencial para criar metástases em outras partes do corpo, como cérebro, fígado e osso. Quase todos os casos de câncer de pulmão de pequenas células são devidos ao tabagismo.
O câncer de pulmão de pequenas células pode ser do tipo metastático, ou seja, ser uma consequência de um tumor primária em outros órgãos, como bexiga ou mama.
Há dois tipos principais de câncer de pulmão: não pequenas células e pequenas células. Enquanto o câncer de pulmão de não pequenas células se desenvolve em células epiteliais, o câncer de pulmão de pequenas células atinge as vias aéreas centrais.
Entretanto, é importante ressaltar que nem todos os cânceres de pulmão de pequenas células são iguais. Dentro dessa categoria cabem várias características diferentes, que não são baseadas exclusivamente no tamanho e formato das células. Durante os últimos anos tem ficado claro que essa classificação não é suficiente para entender a biologia diferente de todos os cânceres de pulmão, uma vez que tumores de aparências semelhantes possuem caraterísticas biológicas diferentes entre si.
Causas
A causa mais comum do câncer de pulmão é o tabagismo por um longo período de tempo. A maioria das mortes por câncer de pulmão de pequenas células é causada pelo tabagismo ou exposição ao fumo passivo.
Além do cigarro, está claro que a pessoa fumante está em maior risco para o câncer de pulmão quando exposta a outros fatores, como:
- Alterações genéticas hereditárias
- Inalação de agentes químicos, como asbesto, radônio, amianto e arsênio
- Inalação de poeira e poluição do ar
- Fumo passivo
- Algumas doenças também predispõem à malignidade, como a tuberculose e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Câncer de pulmão em não-fumantes
É raro alguém que nunca fumou ser diagnosticado com câncer de pulmão de pequenas células, mas pode acontecer. O câncer de pulmão em não-fumantes pode ser causado pela exposição a substâncias como radão, ao fumo passivo, à poluição do ar ou outras substâncias.
Uma pequena parcela dos casos de câncer de pulmão ocorre em pessoas sem fatores de risco conhecidos para a doença. Alguns deles podem ser apenas eventos aleatórios que não têm uma causa exterior, mas outros podem ser devido a fatores que nós ainda não conhecemos.
Tipos
Existem dois tipos principais de câncer de pulmão de células pequenas: o carcinoma de pequenas células e o carcinoma de pequenas células combinadas. Essa classificação é feita de acordo com a aparência das células tumorais ao microscópio e como elas são encontradas.
Sinônimos
Carcinoma de pulmão de pequenas células
Sintomas
A maioria dos sintomas de câncer de pulmão de células pequenas demora para se manifestar. Quando o paciente nota algum desconforto, em muitos casos o tumor já se disseminou e pode ter metástase. Os principais sintomas são:
- Tosse
- Dor no peito
- Rouquidão
- Perda de apetite e peso
- Falta de ar
- Fadiga
- Tosse com expectoração de mucosa
- Tosse com sangue
- Infecções recorrentes.
Diagnóstico
Em alguns pacientes que não apresentam sinais e sintomas, o câncer de pulmão pode ser detectado por meio de radiografia de tórax ou tomografia computadorizada. No entanto, a maioria das pessoas com câncer de pulmão é diagnosticada quando o tumor cresce ou começa a interferir em outros órgãos e/ou tecidos.
Embora o câncer possa se disseminar para qualquer parte do corpo, os locais mais comuns são os gânglios linfáticos, os próprios pulmões, ossos, cérebro, fígado e as glândulas suprarrenais. As metástases podem causar desconfortos respiratórios, dores nos ossos, fraqueza, dores abdominais, dor nas costas, dor de cabeça, convulsões, alterações neurológicas, icterícia ou inchaço.
Há diversos exames importantes a serem avaliados para o câncer de pulmão de pequenas células, tanto no momento do diagnóstico quanto no acompanhamento, os principais são:
- Broncoscopia
- Cintilografia óssea
- Tomografia computadorizada do tórax
- Radiografia torácica
- Estudos citológicos de fluido pleural ou saliva
- Biópsia pulmonar com agulha
- Biópsia pulmonar cirúrgica.
Entre esses exames, destacam-se a tomografia computadorizada e a cintilografia óssea. Recentemente está sendo utilizada uma ferramenta importante em alguns casos, que é o exame chamado de tomografia por emissão de pósitrons (PET-TC). Este é um equipamento que une os recursos diagnósticos da Medicina Nuclear (PET) e da Radiologia (CT). O equipamento sobrepõe as imagens metabólicas (PET) às imagens anatômicas (CT), produzindo assim um terceiro tipo de imagem. Pode auxiliar no diagnóstico precoce, avaliar a extensão da doença, a eficácia de um tratamento, assim como no planejamento da radioterapia. Em alguns casos, pode-se até evitar procedimentos invasivos.
Converse com seu médico
Após receber um diagnóstico de câncer de pulmão de pequenas células, você pode querer fazer diversas perguntas ao médico. Estar informado sobre a sua condição ajuda a entender melhor o problema e buscar os melhores tratamentos para você:
- Qual o tipo de câncer de pulmão que eu tenho?
- Qual é o estágio do meu câncer de pulmão?
- Posso ver a radiografia de tórax ou tomografia computadorizada, que mostra o meu câncer?
- Meu câncer se espalhou para outras partes do corpo?
- Quais são as minhas opções de tratamento?
- Algum desses tratamentos pode curar meu câncer?
- Quais são os efeitos colaterais de cada tratamento?
- Existe um tratamento que você acha que é melhor para mim?
- Existe um benefício se eu parar de fumar agora?
- E se eu não quiser que o tratamento?
- Existem maneiras de aliviar os sinais e sintomas que eu estou experimentando?
- Posso me inscrever em um ensaio clínico?.
Fatores de risco
Tabagismo
A incidência de câncer de pulmão é altamente correlacionada com o consumo de cigarros. Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão surgem como resultado do tabagismo. O risco de câncer de pulmão aumenta com o número de cigarros fumados ao longo do tempo.
O cigarro contém mais de 4.000 compostos químicos, muitos deles comprovadamente cancerígenos. Os dois agentes cancerígenos primários do tabaco são as nitrosaminas e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Eles irão influenciar na mutação das células pulmonares, que podem começar a se dividir descontroladamente, acarretando um câncer.
Além dos cigarros, fumar cachimbos, charutos e outros tipos de tabaco pode causar câncer de pulmão de pequenas células, embora o risco não seja tão elevado. Enquanto alguém que fuma um maço de cigarros por dia tem um risco de câncer de pulmão 25 vezes maior do que um não-fumante, pessoas que fumam cachimbo e charuto fumantes têm um risco de câncer de pulmão cerca de cinco vezes maior do que um não-fumante.
O risco de desenvolver câncer de pulmão de pequenas células diminui a cada ano após a cessação do tabagismo, uma vez que as células normais crescem e substituem as células danificadas no pulmão. Em ex-fumantes, o risco de desenvolver câncer de pulmão começa a aproximar-se daquele de um não-fumante cerca de 15 anos após a cessação do tabagismo.
Tabagismo passivo
O tabagismo passivo também é um fator de risco estabelecido para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Segundo dados no Instituto Nacional do Câncer (INCA) adultos que são expostos ao fumo passivo tem um risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão do que os não-fumantes que não se expõem.
Outros fatores de risco:
Sabe-se que o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão de células pequenas. No entanto, existem outros hábitos de estilo de vida e fatores que podem influenciar nesse risco, ainda que de forma mais discreta. Veja quais são:
- Exposição ao amianto: as fibras de amianto são fibras de silicatos que podem persistir por toda a vida no tecido pulmonar após a exposição. O local de trabalho é uma fonte comum de exposição às fibras de amianto, que foi amplamente utilizado no passado para confecção de materiais de isolamento térmico e acústico. Hoje, o uso do amianto é limitado ou proibido em muitos países. O câncer de pulmão está relacionado com a exposição ao amianto, sendo que o risco aumenta drasticamente se a pessoa também cultiva hábitos de tabagismo
- Histórico familiar: o fato de que nem todos os fumantes desenvolvem câncer de pulmão sugere que outros fatores, como a suscetibilidade genética individual, pode desempenhar um papel na causa do câncer de pulmão. Numerosos estudos têm mostrado que o câncer de pulmão é mais provável em pessoas com casos de câncer de pulmão na família do que na população em geral. No entanto, são necessários mais estudos para dizer que quais os genes podem estar relacionados a essa predisposição
- Doença pulmonar: a presença de certas doenças do pulmão, como DPOC, está associada com um risco ligeiramente aumentado para câncer de pulmão, mesmo depois que os efeitos do fumo são excluídos
- História prévia de câncer de pulmão: sobreviventes de câncer de pulmão têm um risco maior do que a população em geral de desenvolver um segundo câncer de pulmão. Quem já teve câncer de pulmão não-pequenas células têm um risco aditivo de 1 a 2% por ano para o desenvolvimento de um segundo câncer de pulmão
- Poluição: a poluição do ar, a partir de veículos, indústrias e usinas de energia pode aumentar a probabilidade de desenvolver câncer de pulmão em indivíduos expostos. Até 1% das mortes por câncer de pulmão são atribuíveis a respirar ar poluído, e os especialistas acreditam que a exposição prolongada ao ar altamente poluído pode levar um risco semelhante ao do fumo passivo para o desenvolvimento de câncer de pulmão de pequenas células.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar câncer de pulmão de pequenas células são:
- Oncologistas
- Pneumologistas
- Cirurgiões torácicos.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando os sintomas começaram?
- Os sintomas são contínuos ou ocasionais?
- Quão grave são os seus sintomas?
- Você fuma? Há quanto tempo?
- Você sente um chiado ao respirar?
- Você tem uma tosse que parece que está limpando sua garganta?
- Você já foi diagnosticado com enfisema ou DPOC?
- Você toma medicamentos para a falta de ar?
- O que, ou algo, parece melhorar os seus sintomas?
- O que, ou algo, parece piorar os seus sintomas?.
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para câncer de pulmão de pequenas células, algumas perguntas básicas incluem:
- O que está causando os meus sintomas?
- Quais exames eu preciso fazer?Devo consultar um especialista?
- Há publicações ou outro material que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?.
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Buscando ajuda médica
Qualquer uma das manifestações de sintomas, principalmente se conhecida a exposição aos fatores de risco, devem servir como um alerta para a procura de orientação médica. Mudanças características da tosse, como aumento da frequência e produção de catarro, são indicativos para procurar um médico.
Em alguns pacientes que não apresentam sinais e sintomas, o câncer de pulmão de pequenas células pode ser detectado por meio de radiografia de tórax ou tomografia computadorizada. No entanto, a maioria das pessoas com câncer de pulmão é diagnosticada quando o tumor cresce ou começa a interferir em outros órgãos e/ou tecidos.
Tratamento
As principais formas disponíveis são: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e outros métodos paliativos. Elas podem ser utilizadas de forma individual ou de forma combinada, dependendo do tipo de tumor e nível de evolução. As opções de tratamento devem ser discutidas com a equipe médica que irá definir a melhor opção para cada organismo.
Quimioterapia
A quimioterapia utiliza medicamentos que impede o crescimento de células cancerosas, ou então mata as células existentes por parar a divisão celular. A quimioterapia pode ser ministrada por via oral ou injetada na veia ou no músculo.
Os fármacos entram na corrente sanguínea e podem atingir as células cancerosas por todo o corpo, num processo chamado quimioterapia sistêmica. Quando a quimioterapia é colocada diretamente na coluna vertebral, um órgão ou uma cavidade do corpo (como o abdômen), as drogas afetam principalmente as células cancerígenas nessas áreas - no tratamento conhecido como quimioterapia regional. A forma como a quimioterapia é administrada depende do tipo e do estádio do cancro a ser tratado.
A quimioterapia para câncer de pulmão de pequenas células é geralmente administrada como uma combinação de dois fármacos. As combinações mais frequentemente utilizadas para tratar o câncer de pulmão de pequenas células são:
- Cisplatina e etoposido
- Carboplatina e etoposido
- Cisplatina e irinotecano
- Carboplatina e irinotecano.
Radioterapia
A radioterapia é um tratamento que utiliza raios-x de alta energia ou outros tipos de radiação para matar células cancerosas. O tipo mais utilizado para o câncer de pulmão de pequenas células é a radioterapia externa, que usa uma máquina fora do corpo para enviar radiação ao câncer.
Além disso, a radiocirurgia é um método de administração de radiação diretamente no tumor, com poucos danos ao tecido saudável. Não envolve procedimento cirúrgico e podem ser utilizado para tratar certos tumores em pacientes que não podem fazer a cirurgia.
A forma como a terapia de radiação é administrada depende do tipo e do estágio do câncer a ser tratado. O tipo de terapia de radiação mais frequentemente usado para tratar o câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) é chamado de radioterapia externa (RT). Ele proporciona a radiação a partir do exterior do corpo e que se concentra no cancro.
A radiação pode ser usada para encolher tumores e aliviar sintomas de câncer de pulmão, como sangramentos, dificuldade para engolir, tosse, falta de ar, dor óssea e problemas causados pelas metástases.
Cirurgia
Quatro tipos de cirurgia são utilizados:
- Ressecção em cunha: também chamada de segmentectomia, a ressecção em cunha consiste no procedimento cirúrgico para remover uma fatia em forma de triângulo do tecido pulmonar. A segmentectomia é usada para remover um tumor e uma pequena quantidade de tecido normal em torno dele. Quando uma quantidade ligeiramente maior de tecido é retirada, é chamada uma ressecção segmentar
- Ressecção em luva: cirurgia para remover parte do brônquio
- Lobectomia: cirurgia para remover um lóbulo inteiro do pulmão
- Pneumonectomia: procedimento cirúrgico para remover todo um pulmão. Esse tratamento é utilizado apenas em casos muito avançados.
Outros tratamentos
Além das formas convencionais de combater o câncer de pulmão de pequenas células, podem ser usadas outras abordagens. Veja:
- Terapia a laser: a terapia com laser é um tratamento de câncer que utiliza um feixe de laser (um feixe estreito de luz intensa) para matar as células cancerígenas. A indicação do laser e forma como o procedimento é feito depende do tipo e do estádio do câncer de pequenas células
- Terapia fotodinâmica: é por vezes utilizada para tratar câncer de pulmão de pequenas células em estágio muito. Ele também pode ser usado para ajudar a abrir as vias aéreas bloqueadas por tumores para ajudar as pessoas a respirarem melhor. Para esta técnica, uma droga chamada porfímero de sódio é injetada na veia e se acumula nas células cancerosas dentro de alguns dias. Então um broncoscópio é inserido até o pulmão sob anestesia local ou geral. Uma luz laser especial colocada na extremidade do broncoscópio é dirigida ao tumor, ativando a droga que destrói as células cancerígenas. Isso quer dizer que apesar do medicamento estar lá e disseminado pelas células, só fará efeito quando for exposto a luz. Uma vez que as células tumorais estão mortais, elas são removidas durante a broncoscopia. A terapia fotodinâmica pode provocar inflamação na via aérea por alguns dias, causando falta de ar, tosse com sangue ou muco espesso.
Se o tratamento parar de responder
Para casos raros ou muito avançados, pode acontecer de as terapias convencionais não funcionarem mais. Mesmo que o câncer não possa ser curado, deve-se evitar o máximo qualquer possível sintoma da doença. Se o tratamento curativo não é uma opção, o tratamento se destina a aliviar os sintomas e até mesmo retardar a disseminação da doença.
A decisão sobre o momento certo para interromper o tratamento e se concentrar apenas no alívio dos sintomas deve ser feita pelo paciente em conjunto com sua equipe médica. Apesar de não ser uma decisão fácil, a comunicação com médicos, enfermeiros, familiares e amigos pode ajudar.
Tem cura?
A taxa de sobrevida em 5 anos refere-se à porcentagem de pacientes que vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico de câncer. Para câncer de pulmão de células pequenas, estima-se que 31% das pessoas diagnosticadas em estágio inicial tenham uma taxa de sobrevivência de 5 anos, enquanto que 8-2% das pessoas diagnosticadas em estágios mais avançados e com metástases consigam atingir essa meta.
As taxas de sobrevivência são muitas vezes baseadas em resultados anteriores do grande número de pessoas que tiveram a doença, mas não se pode prever o que vai acontecer com cada caso. Muitos outros fatores também podem afetar a perspectiva de uma pessoa, tais como a saúde geral, o tratamento recebido e como o câncer responde ao tratamento. O seu médico pode dizer-lhe como os números se aplicam a você.
Prevenção
Evitar os fatores de risco e aumentar os fatores de proteção pode ajudar a prevenir o câncer de pulmão de pequenas células.
Pare de fumar
O tabagismo é o fator de risco mais importante para o câncer de pulmão de pequenas células. Cigarro, charuto, cachimbo e outras formas de consumo do tabaco podem aumentar o risco de câncer de pulmão. O tabagismo causa cerca de 9 em cada 10 casos de câncer de pulmão em homens e cerca de 8 em cada 10 casos de câncer de pulmão em mulheres.
O risco de câncer de pulmão também está relacionado com o número de cigarros fumados por dia e o tempo de vício - logo, quanto mais cigarro você fuma por dia e quanto mais cedo você começa, maior é risco. Pessoas que fumam têm cerca de 20 vezes o risco de câncer de pulmão em comparação com aqueles que não fumam.
Evite o fumo passivo
Estar exposto à fumaça do tabaco é também um fator de risco para câncer de pulmão de pequenas células. O fumo passivo é a fumaça que vem de um cigarro aceso ou outro produto do tabaco, ou que é exalada pelos fumantes. As pessoas que inalam o fumo passivo estão expostas aos mesmos agentes causadores de câncer, embora em quantidades menores.
Suplementos de betacaroteno em fumantes pesados
Esse nutriente está presente em diversos alimentos, principalmente naqueles que cor alaranjada, como a cenoura. No entanto, a suplementação de betacaroteno em pessoas fumantes podem diminuir o risco de câncer de pulmão, especialmente naqueles que fumam um ou mais maços por dia.
Convivendo (Prognóstico)
O tabagismo tem relação com mais de 90% dos casos de câncer. Dessa forma, cessar o cigarro deve ser o primeiro passo para uma pessoa que está com câncer de pulmão de pequenas células. Doenças complexas como o câncer de pulmão exigem o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Médicos, fisioterapeutas, cirurgiões-dentistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais fazem parte desta equipe.
Seguir suas orientações e utilizar corretamente os tratamentos de suporte prescritos são fundamentais para o êxito na terapêutica oncológica. Manter uma alimentação equilibrada, ingestão de água adequada e atividade física, assim como uma atitude pró-ativa e otimista ao longo do caminho, são fundamentais.
Complicações possíveis
As complicações possíveis decorrem do tamanho, local da lesão e eventualmente de substâncias produzidas pelo tumor e liberadas na corrente sanguínea. O seu crescimento pode afetar por invasão, obstrução ou compressão de estruturas respiratórias, vasculares ou nervosas. Há sempre o potencial de hemorragia, e sintomas podem ocorrer em decorrência de elementos secretados pelo tumor ou dos locais das metástases.
Se o câncer de pulmão de pequenas células avançar pelo órgão, pode surgir um líquido na cavidade pleural, ocupando o pulmão inteiro e causando uma insuficiência respiratória. Se avançar para cima do coração, pode diminuir a funcionalidade deste, bem como causar insuficiência hepática se pegar o fígado. O câncer de pulmão também pode avançar para o sistema nervoso central ou coluna, podendo causar paralisia, lesões e deficiência de movimento.
Quando o câncer de pulmão se espalha para órgãos distantes (metástase), pode causar:
- Dor óssea (como dor nas costas ou quadris)
- Alterações neurológicas (tais como dor de cabeça, fraqueza ou dormência de um braço ou perna, tonturas, problemas de equilíbrio ou convulsões)
- Amarelamento da pele e dos olhos (icterícia)
- Protuberâncias perto da superfície do corpo.
Se você sofre com câncer de pulmão de pequenas células e apresenta algum desses problemas, é importante consultar o médico ou médica imediatamente para que a causa seja detectada e tratada, se necessário.
Referências
- Artur Katz, oncologista e coordenador de oncologia clínica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês
- Junia Thirzah Gehrke, oncologista do Instituto de Câncer de Brasília (CRM DF 20039)
- USA National Cancer Institute
- American Cancer Society
- Organização Mundial de Saúde.