Possui graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, título de especialista em Patologia Clínica...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Cancro mole?
O cancro mole é uma infecção sexualmente transmissível (IST) caracterizada por feridas avermelhadas, irregulares e dolorosas na região genital. No entanto, a doença pode se espalhar para outras partes do corpo e também atingir lábios, língua e garganta. Ela afeta ambos os sexos, mas é mais frequente em homens. Além das lesões, seus sintomas incluem dor de cabeça, febre e o surgimento de nódulos na virilha.
Causas
O cancro mole é causado por uma bactéria chamada Haemophilus ducreyi, transmitida via contato sexual. Ela entra no corpo por meio de pequenos cortes presentes na pele ou por membranas mucosas. Não há evidências de que o cancro mole possa ser transmitido durante a gravidez.
Transmissão do cancro mole
O período de incubação da doença é geralmente de três a cinco dias, podendo se estender por até duas semanas ou mais. O risco de infecção em relações sexuais é de 80%.
Saiba mais: ISTs: conheça os exames para identificá-las e quando fazê-los
Sintomas
Os primeiros sintomas de cancro mole são dor de cabeça, febre e fraqueza, que podem aparecer de dois a 15 dias depois do contágio. No entanto, nem todos apresentam esses sinais. Dessa forma, os sintomas mais perceptíveis são:
- Feridas múltiplas e dolorosas de tamanho pequeno com presença de pus, que aparecem com frequência nos órgãos genitais (pênis, ânus e vulva)
- Podem aparecer nódulos (caroços ou ínguas) na virilha
No pênis, as feridas aparecem na glande. Em outros quadros, os ferimentos surgem na vagina e/ou na região anal. Nem sempre a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.
Diagnóstico
Aos primeiros sintomas do cancro mole é essencial procurar um médico para identificar as lesões. Para confirmar o diagnóstico, serão necessários exames laboratoriais, como:
- Teste molecular
- Pesquisa de DNA
- Raspagem
Por ser uma doença muito parecida com a sífilis, o médico poderá pedir para que seja feito o exame VDRL, para descartar essa possibilidade.
Exames para outras IST’s
Se você tem cancro mole, peça para fazer exames relacionados a outras infecções sexualmente transmissíveis, incluindo, clamídia, gonorreia, hepatite B e HIV. Se você é mulher e tem 21 anos ou mais, certifique-se de ter feito um papanicolau recentemente.
Saiba mais: Dor no pênis: possíveis causas e tratamentos
Fatores de risco
Alguns fatores são considerados de risco para contrair o cancro mole. São eles:
- Manter relações sexuais desprotegidas com uma ou mais pessoas
- Estar infectado com o vírus do HIV, causador da AIDS
Tratamento
O tratamento para cancro mole mais indicado pelos médicos é feito à base de penicilina, um antibiótico comprovadamente eficaz contra a bactéria. Uma única injeção de penicilina já é o bastante para impedir a progressão da doença, principalmente se ela for aplicada no primeiro ano após a infecção.
Quando tratado corretamente, o cancro mole não costuma causar maiores danos à saúde e o paciente é curado dentro de semanas. O paciente deve ser reexaminado sete dias após o início da terapia, devendo, ao fim desse período, haver melhora dos sintomas e da própria lesão.
Durante o primeiro dia de tratamento, o paciente poderá sentir aquilo que os médicos chamam de reação de Jarisch-Herxheimer, que inclui uma série de sintomas que não costumam durar mais do que um dia. São eles:
O tratamento dos parceiros sexuais até 10 dias antes da relação sexual está recomendado mesmo que a doença clínica não seja demonstrada, pela possibilidade de existirem portadores assintomáticos, principalmente entre mulheres.
Saiba mais: Sintomas de HIV: fases e primeiros sinais da doença
Tem cura?
Quando diagnosticado precocemente, o cancro mole tem cura e pode ser tratado e curado sem complicações.
Convivendo (Prognóstico)
Durante o tratamento do cancro mole, é importante tomar cuidados como:
- Evitar relações sexuais até que a infecção esteja curada, de acordo com a orientação do médico
- Beber muita água e cuidar do sistema imunológico
- Avisar seus parceiros sexuais sobre o diagnóstico para que eles também possam fazer os exames
Referências
Government of South Australia
Manual de controle das doenças sexualmente transmisíveis (DST)