Possui graduação em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1981), doutorado em Ginecologia, Obstet...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO que é Cervicite?
Cervicite é a inflamação da cerviz, cérvix ou cérvice, que é a parte mais estreita do órgão conhecido como colo uterino. A sua anatomia é em formato que lembra de um pescoço, que se projeta no fundo da vagina. Externamente o colo é revestido pela mucosa em continuidade com a mucosa da vagina e por dentro por revestimento glandular que continua com a cavidade do útero. Esta anatomia, junto de um ecossistema complexo e um sistema imunológico competente, formam uma verdadeira barreira que protege e impede que as bactérias e infecções genitais baixas subam para o útero, as trompas, os ovários e para a cavidade abdominal. Vale lembrar que a cavidade abdominal da mulher se comunica com o meio externo, com isso o colo do útero assume esta função de guardião.
Causas
As infecções mais comuns e importantes causas da cervicite são as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como clamídia e gonorreia. No entanto, outras causas também ocorrem como tricomonas, herpes, infecções vaginais (vaginose), Streptococos, Micoplasma genitalium, outras bactérias e até mesmo a tuberculose. Algumas das infecções são facilitadoras para outras bactérias que se desenvolvem, progridem e sobem pelo trato genital, levando a quadros de infecção pélvica.
Tipos
Os tipos de cervicites (que significa inflamação) podem ser:
- Crônica - quando a inflamação não tem relação com infecções, mas com trauma, produtos químicos e alergênicos como: tampão, diafragma, látex de preservativos, duchas vaginais, cremes etc.
- Aguda - quando a inflamação é causada por infecções que são frequentemente assintomáticas. Conforme a localização e disseminação da infecção, a mulher apresenta sintomas característicos.
Sintomas
Os sinais e sintomas mais comuns de cervicite são: corrimento mucopurulento e os sangramentos depois das relações sexuais e fora dos períodos menstruais.
Diagnóstico
O diagnóstico de cervicite é feito levando-se em conta:
- a queixa da paciente quanto a corrimento vaginal, sangramento, dor, dor na relação sexual e sintomas urinários
- o exame físico, que avalia o colo com a saída de material purulento, edema, sangramento fácil e dor ao examinar
- realização exames específicos e culturas para a pesquisa dos agentes causadores.
Tratamento
O tratamento em casos de emergência depende do quadro clinico e tende a ser abrangente para clamídia, gonorreia, micoplasma e outros.
Os pacientes e parceiros devem ser alertados, orientados, acompanhados e avaliados para o controle de cura e pesquisa de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). É indicado evitar relações até completar o tratamento para evitar reinfecções.
Prevenção
O uso adequado de preservativos masculino e feminino previne as DSTs e outras infecções. Atualmente o número de infecções por clamídia tem aumentado principalmente no grupo de jovens menores de 25 anos. Em quase todas as DSTs as mulheres, as gestações, e os recém nascidos são os que mais sofrem suas consequências por vezes fatais.
Complicações possíveis
Quando a infecção da cervicite avança, ela pode levar a infecção do útero (endometrite), Doença Inflamatória Pélvica Aguda (DIPA), abdome agudo infeccioso com todos os seus riscos e consequências como: infertilidade, risco de gravidez ectópica e dor pélvica crônica.
As complicações na gravidez e depois do parto são: infecções no feto, placenta, causa de partos prematuros, rotura prematura das membranas, infecções no puerpério, etc.
Observamos que parece existir uma associação entre cervicite e o risco de adquirir HIV assim como sua disseminação.
Referências
Escrito por: Fabio Laginha, ginecologista e obstetra especialista Minha Vida - CRM: 42141/SP.