Tricomoníase: saiba o que é, sintomas, tratamento e se tem cura

O que é Tricomoníase?

A tricomoníase é uma infecção sexualmente transmissível (IST), da vagina ou da uretra, causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Costuma ocorrer com maior frequência em mulheres e pode ser assintomática ou provocar sintomas como uretrite ou vaginite, cistite, epididimite e prostatite.

Causas

A tricomoníase é causada por um protozoário unicelular chamado Trichomonas vaginalis ou T. vaginalis, um tipo de parasita que podemos encontrar em partes do sistema geniturinário. A tricomoníase é transmitida durante a relação sexual, no contato de uma pessoa infectada.

O período de incubação entre a exposição e a infecção pode variar de cinco a 28 dias. Nas mulheres, a parte mais afetada do corpo é o trato genital inferior (vulva, vagina, colo do útero ou uretra).

Nos homens, a parte do corpo mais comumente afetada é o interior do pênis (uretra). Não é comum o parasita infectar outras partes do corpo, como as mãos, a boca ou o ânus.

Tricomoníase na gravidez

Mulheres grávidas também podem contrair a tricomoníase. A condição pode trazer alguns riscos, como:

• Parto prematuro
• Bebê nascer com pouco peso
• Transmissão da infecção para o bebê no nascimento

Se você acha que pode estar grávida - ou está planejando engravidar - não deixe de conversar com seu médico sobre o teste para tricomoníase.

Saiba mais: 15 perguntas que você sempre quis fazer sobre sexo e saúde íntima

Sintomas

No início, a doença pode ser assintomática. No entanto, quando há manifestações, os sintomas de tricomoníase mais comuns são:

• Forte odor na região genital
• Vermelhidão genital
• Dor ou ardor ao urinar
• Dor ou ardor durante a relação sexual
• Dor abdominal
• Febre baixa

As mulheres também podem ter como sintomas de tricomoníase:

• Corrimento vaginal amarelo-esverdeado
• Irritação na vulva
• Coceira vaginal
• Dificuldade em urinar
• Piora dos sintomas durante a menstruação

Os sintomas de tricomoníase em homens incluem:

• Corrimento esbranquiçado leve
• Irritação na parte interna do pênis
• Ardor ao urinar ou ejacular

Diagnóstico

A suspeita de tricomoníase pode ocorrer durante a realização de exames de rotina como papanicolau, onde será observado se a mulher possui corrimento amarelado e odor forte na vagina.

Tanto para homens quanto para mulheres será necessário realizar alguns exames laboratoriais, como coleta de secreções, PCR ou exame de sangue para confirmar o diagnóstico da tricomoníase.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco para tricomoníase são:

• Relações sexuais sem camisinha
• Histórico de outras DSTs
• Infecção prévia de tricomoníase
• Imunidade baixa

Saiba mais: Pequenos sintomas podem sinalizar uma IST

Tratamento

Os tratamentos de tricomoníase envolve doses altas de metronidazol, secnidazol ou tinidazol. O medicamento ministrado por via oral é mais eficaz do que a aplicação de pomada na região.

Tanto o paciente quanto os parceiros sexuais precisam de tratamento e evitar ter relações sexuais desprotegidas até que a infecção seja curada. Gestantes infectadas que estejam passando pelos três primeiros meses de gravidez não devem tomar remédio para tricomoníase, pois pode ser prejudicial ao bebê.

Medicamentos

Os medicamentos para tricomoníase mais utilizados são:

• Colpatrin
• Colpistatin
• Flagyl
• Flogo Rosa
• Gynopac
• Helmizol (comprimido)
• Helmizol (gel)
• Metronidazol
• Secnidazol

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.

Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Tem cura?

A tricomoníase tem cura se o seu tratamento for feito da forma correta. Após tratar, um paciente pode voltar a ter a doença. Para evitar uma nova infecção, certifique-se de que todos os seus parceiros sexuais sejam tratados. Além disso, aguarde de sete a 10 dias após o tratamento para retornar às atividades sexuais.

Prevenção

Para prevenir a infecção por tricomoníase é recomendado:

• Usar camisinha corretamente em todas as relações sexuais
• Evitar práticas sexuais sem preservativo
• Não ter contato sexual com uma pessoa infectada
• Evitar trocar frequentemente de parceiro sexual
• Ao receber o diagnóstico de tricomoníase, notifique todos os seus parceiros ou parceiras sexuais recentes para que possam também receber tratamento.

Saiba mais: Tire 12 dúvidas sobre o uso da camisinha

Convivendo (Prognóstico)

O ideal é não manter relações sexuais durante o tratamento da doença. A tricomoníase leva cerca de uma semana para ser eliminada do organismo se tiver tratamento adequado. Portanto, é importante seguir as orientações médicas e ingerir a medicação indicada.

Complicações possíveis

A tricomoníase pode aumentar o risco de infecção pelo HIV ou de outras doenças sexualmente transmissíveis. Isso porque o protozoário ativa uma resposta imune celular local, com inflamação do epitélio genital de homens e mulheres, como sugere um artigo realizado por estudantes da Unifavip.

Referências

Viviane Lopes, ginecologista e obstetra do Femme Laboratório da Mulher e mestre em Obstetrícia pela UNIFESP (CRM/SP: 105166)

Alberto d’Auria, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana.

Ministério da Saúde

American Sexual Health Association (ASHA)

Mayo Clinic

Centers for Disease Control and Prevention (CDC)