Médico especializado em angiologia e cirurgia vascular graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é...
iManuela Pagan é jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2014) e em fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2008).
iO que é Claudicação intermitente?
A claudicação intermitente é uma condição caracterizada pela dor ou desconforto recorrente nos membros inferiores durante a atividade física. Ocorre quando as artérias que levam sangue para as pernas ficam estreitas ou bloqueadas.
Quando estamos em repouso, o fluxo de sangue nas pernas é normal, mas durante uma caminhada, por exemplo, torna-se insuficiente. Como resultado, o músculo sente falta do sangue e se manifesta através de dor, desconforto, cãibra e sensação de queimação na panturrilha. Geralmente, os sintomas desaparecem após alguns minutos em repouso - mesmo com o indivíduo em pé.
Segundo especialistas, aproximadamente 2% a 3% dos homens e 1% a 2% das mulheres com 60 anos ou mais apresentam algum sintoma de claudicação. Além disso, até 20% dos pacientes que não são tratados podem necessitar de amputação.
Causas
A principal causa da claudicação intermitente é a doença arterial periférica (DAP), que afeta aproximadamente 15 a 20% dos indivíduos acima de 70 anos. Isso porque essa condição dificulta o fluxo sanguíneo, fazendo com que ele não consiga chegar às extremidades do corpo.
Além disso, a claudicação intermitente pode surgir devido à aterosclerose, que acontece quando placas de gordura se acumulam nas paredes das artérias, levando ao estreitamento e obstrução do fluxo sanguíneo.
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Sintomas
Sintomas da claudicação intermitente
Os sintomas da claudicação intermitente podem variar entre cada pessoa, mas os principais incluem:
- Dor nas pernas
- Cãibra ou sensação de queimação na panturrilha, coxa, nádega ou pé
- Dor ao caminhar
- Sensação de dormência
- Fraqueza muscular
- Mudanças na cor da pele
Caso você apresente algum desses sintomas, busque orientação médica para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Diagnóstico
Diagnóstico para claudicação intermitente
A claudicação intermitente pode se manifestar devagar, evoluindo progressivamente, até que impeça a prática de exercícios físicos. Por isso, o recomendado é buscar ajuda médica o mais precoce possível. Ou seja, ao sentir dor nas pernas durante uma caminhada ou corrida.
O diagnóstico da condição, por sua vez, é feito durante a consulta médica, geralmente feita com um angiologista ou cirurgião vascular. Primeiro é feito o exame físico, onde o especialista avalia os sintomas e mede a pressão arterial das pernas para observar a circulação sanguínea.
O médico também pode solicitar testes complementares para identificar a condição. Incluindo exames de imagem como o ultrassom doppler, que mostra a situação das artérias dos membros inferiores, e a angiotomografia, para visualizar lesões mais altas.
Fatores de risco
Os fatores de risco para a claudicação intermitente são:
- Sexo: indivíduos do sexo masculino são mais propensos a desenvolver DAP
- Idade: o risco de DAP aumenta com a idade. Pois a prevalência de claudicação intermitente em indivíduos com 60 a 65 anos é de aproximadamente 35% e aumenta para 70% com a idade entre 70 e 75 anos
- Tabagismo: o risco da doença arterial em fumantes é 16 vezes maior
- Diabetes: cada 1% de aumento da hemoglobina glicada aumenta em 25% o risco de DAP. Pacientes diabéticos apresentam dez vezes mais chance de amputação quando comparados a não diabéticos
- Hipertensão: hipertensos apresentam o dobro de chance de apresentar DAP quando comparados à população em geral
- Dislipidemia: aumento do colesterol total, LDL, triglicérides e lipoproteína são fatores de risco para o desenvolvimento de claudicação intermitente
- Inflamação: níveis elevados de proteína C reativa, fibrinogênio e alterações no sangue têm sido associados à maior prevalência de DAP
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Tratamento
Tratamento para claudicação intermitente
O tratamento para claudicação intermitente depende de vários fatores como a gravidade dos sintomas e a extensão da doença arterial periférica (DAP). Veja as opções de tratamentos mais comuns:
Fisioterapia
A fisioterapia é muito importante no tratamento da claudicação intermitente. Os exercícios específicos indicados pelo fisioterapeuta ajudam a melhorar a força muscular das pernas, aumentar a tolerância ao exercício e controlar a circulação sanguínea. Além disso, técnicas como a reabilitação vascular e a terapia com pressão negativa podem ser usadas para melhorar a cicatrização de feridas ou úlceras nas pernas.
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Medicamentos
Normalmente, os médicos indicam o uso de medicamentos à base de estatinas para aliviar os sintomas. Remédios chamados de vasodilatadores também costumam ser utilizados, dependendo da gravidade da doença.
Cirurgia
Em casos graves, quando os tratamentos indicados para o paciente não apresentam resultados, é necessário optar pelo procedimento cirúrgico.
Cuidados
Cuidados para claudicação intermitente
Agora que você já sabe o que é a claudicação intermitente e como ela afeta a saúde, é importante entender quais são os cuidados após o diagnóstico para reduzir os sintomas:
- Parar de fumar, e se for o caso, procurar auxílio de um psiquiatra para eliminar o vício
- Controlar rigorosamente o colesterol, triglicérides e glicose
- Pacientes obesos com IMC maior que 25 e circunferência abdominal maior ou igual a 102 cm (homens) e 88 cm (mulheres) devem emagrecer
- Praticar exercício físico pelo menos 150 minutos por semana. É necessário o estímulo da dor para formação de uma circulação nova e fina
- Usar calçados confortáveis e apropriados (tênis) para evitar bolhas, lacerações e machucados
- Controlar a pressão arterial
Referências
Silva, Rita e Colombo, Marcela. Aspectos relevantes para identificação da claudicação intermitente. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/4ZSdYy44nhHzbL9PZbXzbVM/?lang=pt#
Cleveland Clinic