Possui graduação em medicina na Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, onde também realizou Residência Médi...
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O que é Doença renal policística?
A doença renal policística (DRP), também conhecida como cistos renais e rim policístico, é um distúrbio hereditário caracterizado pela presença de múltiplos cistos nos rins, que crescem lenta e progressivamente. Eles são preenchidos com líquido, como se fossem várias bexigas ou bolhas cheias de água de diferentes tamanhos. Alguns quadros podem apresentar sintomas como sangue na urina, pressão alta e dores abdominais causadas por cálculos renais.
Causas
A doença renal policística é hereditária em 90% dos casos e a sua causa decorre de mutações nos genes PKD1 (85%) e PKD2 (15%), que passa de pais para filhos de forma dominante — isto é, se um dos pais tiver a doença, o filho tem chance de 50% de herdá-la. Quando descoberta a doença renal policística em uma família, todos os parentes próximos deverão ser investigados após os 18 anos de idade e aconselhados, caso desejem ter filhos.
Sintomas
Os sintomas da doença renal policística ocorrem geralmente devido ao crescimento dos cistos, que aumentam o tamanho dos rins. Isso faz com que apareçam:
- Dor nas costas, contínua ou intermitente, na região lombar
- Dor no abdômen devido à cálculos renais
- Fadiga
- Náuseas
- Sangue na urina
- Urina excessiva à noite
- Febre, caso haja o rompimento de um cisto
- Pressão alta
Diagnóstico
O diagnóstico da doença renal policística é feito por meio do exame de ultrassom. Contudo, às vezes os cistos são pequenos e não são facilmente visíveis. Em caso de dúvidas, uma tomografia computadorizada renal ou ressonância nuclear magnética poderá confirmar a presença do problema. Um exame genético é a melhor forma de detectar a doença, mas não está disponível de forma universal.
Tratamento
O tratamento da doença renal policística envolve o uso de medicamentos para aliviar os sintomas e controlar as complicações do quadro, como infecções das vias urinárias e pressão sanguínea alta. Isso ajuda a retardar a taxa de destruição dos rins. Caso o paciente desenvolva doença renal crônica com a doença renal terminal (insuficiência renal terminal), é necessário realizar uma diálise (processo para remover os resíduos e o excesso de líquidos do corpo) ou um transplante renal.
Caso o cisto provoque muitas dores, o especialista pode realizar a drenagem do fluido do cisto (aspiração), porém, isso não afeta o prognóstico a longo prazo. Sintomas mais graves podem exigir a remoção do rim.
Cuidados
É necessário que o paciente com doença renal policística faça acompanhamento médico regular com um nefrologista. O especialista pedirá exames de sangue e de urina estabelecendo a frequência de acompanhamento. O médico indicará remédios para evitar a piora do funcionamento dos rins. Além disso, é importante que o paciente estabeleça alguns hábitos de vida, como:
- Evite álcool
- Pare de fumar
- Reduza a ingestão de sal.
O paciente também deve ter cuidado na hora de praticar atividades físicas. Esportes de contato que eventualmente rompam os cistos por trauma direto (futebol de campo e de salão, judô e outros) devem ser evitados.
Complicações possíveis
Os pacientes com doença renal policística podem ter episódios frequentes de infecção na urina, que devem ser reconhecidos precocemente para que não causem danos ainda maiores na estrutura dos rins. Além disso, os pacientes apresentam maior frequência de cálculos renais, que devem ser evitados com acompanhamento médico especializado.
A pressão arterial tende a subir e quase dois terços dos portadores de doença renal policística têm hipertensão. O controle da pressão é fundamental para que os rins não sofram as consequências de mais esta complicação.
Os cistos também podem estar presentes em outros locais do corpo, como fígado, ovários e pâncreas. Pacientes com doença renal policística e histórico de dor de cabeça podem ter aneurisma cerebral (uma dilatação em vaso cerebral) por má formação. Doença diverticular do intestino e alterações nas válvulas cardíacas também têm associação com a DRP.
Referências
Manual MSD