Dr. Franco Martins é pneumologista e gerente médico de vacinas da GSK. Ele é formado pela Unicamp e fez residência méd...
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O que é Gripe suína?
A gripe suína é uma doença causada pelo vírus influenza H1N1, sendo também conhecida por influenza A. Seus sintomas e transmissão são bem parecidos com os da gripe comum e incluem tosse, febre e mal-estar. No entanto, suas complicações podem ser mais graves.
Pandemia de gripe suína em 2009
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 207 países notificaram casos confirmados de gripe H1N1 entre 2009 e 2010. Durante este período, foram quase 9 mil mortos pela gripe suína.
O surto começou em janeiro de 2009, no México, onde uma doença respiratória se alastrou pela população, chegando rapidamente aos Estados Unidos, Canadá e, depois, para o restante do mundo. Somente em agosto de 2010 a OMS decretou o fim do estado de pandemia causado pela doença.
Causas
Transmissão da gripe H1N1
A doença é causada pelo vírus H1N1, uma mutação que combina elementos do vírus da gripe comum, da gripe aviária e da suína. A transmissão da gripe H1N1 ocorre por meio de secreções respiratórias passadas de uma pessoa para outra, como gotículas de saliva, tosse ou espirro, ou seja, da mesma forma que a gripe comum.
Além disso, é possível pegar a gripe H1N1 por contato com superfícies contaminadas com gotículas respiratórias (o que pode incluir qualquer objeto). O vírus é capaz de permanecer por até oito horas em superfícies.
A gripe suína também pode ser transmitida através do contato direto com porcos infectados. Porém, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro de Controle de Doenças nos Estados Unidos (CDC), não há risco do H1N1 ser transmitido pela carne de porco porque o vírus é eliminado durante o cozimento.
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Sintomas
Sintomas de gripe suína
Além das manifestações similares às da gripe comum, os sintomas da gripe H1N1 mais comuns são:
- Febre
- Tosse
- Dor de garganta
- Mal-estar
- Dor de cabeça
- Vômito
- Diarreia
- Alterações gastrointestinais.
Alguns sintomas são menos comuns, mas também podem surgir em casos específicos, como:
- Tremores e calafrios
- Dores musculares
- Dores nas articulações
- Falta de ar
- Coriza
- Chiado no peito.
Diagnóstico
A suspeita de gripe H1N1 ocorre em pessoas com sinais compatíveis aos de gripe comum. A partir do quadro clínico, o médico solicita um exame de sangue ou teste de RT-PCR para confirmar a presença do vírus no sangue.
Para o quadro ser definido como gripe H1N1, inicialmente, é necessário que o paciente apresente febre de 37,8º C ou mais, dor de garganta e/ou tosse. Se houver um teste positivo para H1N1, está fechado o diagnóstico.
Fatores de risco
A gripe H1N1 pode afetar pessoas de todas as idades. Porém, no período de pandemia, notou-se que o vírus infectou mais pessoas entre os cinco e os 24 anos. Nesse contexto, foram poucos os casos relatados em pessoas acima dos 65 anos de idade. Alguns fatores de risco que facilitam o surgimento da doença são:
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
- Asma
- Doença cardíaca
- Doença neurológica
- Imunodepressão (pacientes com HIV e transplantados)
- Gravidez (principalmente no fim da gestação)
- Fetos e recém-nascidos de mães que tiveram H1N1
- Diabetes
- Obesidade.
Quase todas as pessoas que evoluem para casos graves, necessitando de internação hospitalar, apresentam alguma doença prévia. Por outro lado, uma a cada três pessoas que morreram pela gripe não tinha nenhuma doença prévia.
Saiba mais: Saiba como diferenciar a Gripe H1N1 de um resfriado
Buscando ajuda médica
Qualquer médico pode diagnosticar a gripe H1N1, sendo que alguns especialistas podem ter mais experiência com a doença, como:
- Infectologista
- Pneumologista.
É importante buscar ajuda médica se os sintomas forem muito intensos nas primeiras 48 horas, especialmente se a pessoa apresentar falta de ar e se os sinais persistirem por mais de sete dias.
Tratamento
Tratamento para gripe suína
O tratamento da gripe suína é feito com o objetivo de aliviar os sintomas da doença, com o uso de antitérmicos, analgésicos e expectorantes. Também pode ser receitado o uso de remédios antivirais, como o oseltamivir (Tamiflu), que deve ser iniciado em até 48 horas após o início dos sintomas.
Além disso, é recomendado que o paciente permaneça em repouso, consuma bastante líquido, tenha uma dieta equilibrada e evite permanecer em locais com grande concentração de pessoas. Por fim, é importante que o paciente procure orientação médica e evite a automedicação, pois pode facilitar o aparecimento de cepas resistentes ao tratamento.
Medicamentos
Medicamentos para gripe suína
Os medicamentos mais usados para o tratamento de gripe são:
- Acetilcisteína
- Aspirina 500mg
- Advil
- Alivium
- Apracur
- Benegrip
- Bisolvon
- Bromexina
- Buscofem
- Clobutinol + Succinato de Doxilamina
- Carbocisteína
- Cimegripe 77C
- Cimegripe Dia
- Coristina D
- Flanax 550mg
- Fluitoss
- Fluviral
- Ibupril (cápsula)
- Ibupril (gotas)
- Ibupril 400mg
- Ibuprofeno
- Leucogen
- Multigrip
- Naldecon Dia
- Naldecon Noite
- Paracetamol Bebê
- Paracetamol
- Tamiflu
- Trimedal
- Tylenol sinus
- Zanamivir.
Saiba mais: Influenza A: entenda o surto de gripe causado pelo vírus H3N2
Tem cura?
A gripe H1N1 tem cura. Quando o paciente procura um pronto-socorro ao sinal dos primeiros sintomas e segue o tratamento indicado pelo médico, ele tem uma completa resolução do quadro.
Prevenção
Além do cuidado com a transmissão pelas gotículas, a vacina contra a H1N1 também é um método para evitar o contágio. As vacinas são do tipo trivalentes, ou seja, que imunizam o paciente contra três tipos de vírus diferentes.
A composição é recomendada anualmente pela OMS, com base nas informações recebidas de todo o mundo sobre a prevalência das cepas circulantes. Dessa forma, é preciso tomar uma nova dose da vacina a cada ano, pois sua composição muda para proteger contra os tipos mais comuns de vírus naquela época.
Quem pode tomar a vacina contra a gripe H1N1?
Qualquer pessoa, a partir dos seis meses de idade, pode tomar a vacina contra a gripe H1N1. No entanto, há grupos que possuem prioridade no calendário de vacinas. São eles:
- Profissionais de saúde
- Idosos a partir dos 60 anos
- Mulheres gestantes em qualquer período da gravidez
- Mulheres em até 45 dias após o parto
- Crianças de seis meses a seis anos de idade
- Professores de escolas públicas e particulares
- População indígena
- Pessoas com doenças crônicas (insuficiência renal ou hepática), pulmonares (bronquite, asma, enfisema) ou cardiovasculares
- Jovens e adolescentes entre 12 a 21 anos que estejam sob medida socioeducativa.
Algumas medidas também são importantes para evitar o contágio da doença:
- Evite manter contato muito próximo com uma pessoa que esteja infectada
- Lave sempre as mãos com água e sabão
- Evite levar as mãos ao rosto e, principalmente, à boca e ao nariz
- Utilize álcool 70 nas mãos
- Mantenha hábitos saudáveis
- Alimente-se bem e coma bastante verduras e frutas
- Beba bastante água
- Não compartilhe utensílios de uso pessoal, como toalhas, copos, talheres e travesseiros
- Se achar necessário, utilize uma máscara para proteger-se de gotículas infectadas que possam estar no ar
- Evite frequentar locais fechados ou com muitas pessoas.
Complicações possíveis
As complicações decorrentes da gripe H1N1 são mais comuns em idades mais avançadas e casos graves. As principais são:
- Pneumonia
- Infecção bacteriana
- Convulsões
- Miocardite
- Insuficiência renal
- Falência de múltiplos órgãos
- Insuficiência respiratória grave.
Referências
Ministério da Saúde
Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Update: novel influenza A (H1N1) virus infections - worldwide, May 6, 2009. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2009; 58:453