Cardiologista graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982), es...
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iO que é Pericardite?
A pericardite é uma inflamação do pericárdio, uma espécie de bolsa que envolve o coração. O pericárdio é composto por duas estruturas: o pericárdio fibroso e o pericárdio seroso, constituído por duas lâminas (parietal e visceral). Entre o pericárdio fibroso e o seroso e entre essas duas lâminas do pericárdio seroso há a formação de espaços virtuais preenchidos por finas camadas de líquido lubrificante. O pericárdio tem como função manter o coração em sua posição e impedir que ele se encha de sangue além de sua capacidade.
Causas
As causas de pericardite muitas vezes não podem ser determinadas. Nesses casos, a condição é chamada de pericardite idiopática.
Dentre as principais causas conhecidas de pericardite estão:
- Infecções por vírus, fungos ou bactérias
- Doenças autoimunes, como lúpus
- Metástases adjacentes de diversos tipos de câncer
- Hipotireoidismo
- Insuficiência renal crônica
- Febre reumática
- Tuberculose
- Infarto do miocárdio
- Lesão ou trauma no tórax
- Miocardite
- Radioterapia no tórax, comum no tratamento de diversos tipos de câncer
- Efeitos colaterais decorrentes do uso de alguns medicamentos.
Sinônimos
Inflamação do pericárdio
Sintomas
A pericardite pode ser aguda ou crônica, a depender dos sintomas apresentados pelo paciente. A pericardite aguda é a inflamação repentina do pericárdio, que dura aproximadamente duas semanas, em média. A forma crônica dessa doença tem início gradual e persiste durante um tempo maior. Os principais sinais e sintomas da pericardite são:
- Dor no peito aguda e contínua
- Dificuldade para respirar, principalmente ao deitar e que geralmente melhora quando a pessoa senta e permanece com o tórax ereto
- Ansiedade
- Tosse seca
- Fadiga
- Febre.
Pode haver ocorrência, também, de atrito pericárdico, resultante da fricção entre as camadas do pericárdio. Além disso, a dor, localizada no centro ou no lado esquerdo do tórax, pode irradiar-se para o ombro esquerdo e para o pescoço.
Diagnóstico
O diagnóstico da pericardite geralmente começa com o médico, no próprio consultório, questionando o paciente sobre seu histórico clínico e por meio de um exame físico geral, em que o especialista ouve atentamente aos sons cardíacos e pulmonares.
Os principais exames usados para diagnosticar pericardite são:
- Ressonância magnética do tórax
- Radiografia do tórax
- Eletrocardiograma
- Ecocardiograma
- Tomografia computadorizada do coração
- Hemograma completo.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar pericardite são:
- Clínico geral
- Cardiologista
- Infectologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quando os sintomas surgiram?
- Qual a intensidade dos sintomas?
- Com que frequência você sente os sintomas?
- Você foi diagnosticado recentemente com alguma condição de saúde? Qual?
- Você está fazendo tratamento para algum tipo de condição de saúde? Qual?
- Você está fazendo uso de algum tipo de medicação? Qual? Em quais doses?
- Você tem problemas cardíacos?
- Você sente dores no peito? Com que intensidade?
- Quais outros sintomas você apresentou?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para pericardite, algumas perguntas básicas incluem:
- Quanto tempo costuma durar o tratamento?
- É necessário cirurgia?
- Quanto tempo de hospitalização?
- Vou precisar cortar o uso de alguns medicamentos?
- Eu tenho risco de desenvolver outras doenças? Quais?
O diagnóstico da pericardite geralmente começa com o médico, no próprio consultório, questionando o paciente sobre seu histórico clínico e por meio de um exame físico geral, em que o especialista ouve atentamente aos sons cardíacos e pulmonares.
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Buscando ajuda médica
Se você sentir fortes dores no peito, procure assistência médica emergencial.
Muitos dos sinais e sintomas da pericardite são semelhantes aos de outras doenças cardíacas e pulmonares. Quanto mais cedo uma pessoa for diagnosticada com pericardite, mais rápido o tratamento é iniciado e maiores são as chances de recuperação.
Tratamento
Os casos mais leves de pericardite são tratados com medicamentos anti-inflamatórios e analgésicas, que ajudam a amenizar a dor. Se o paciente não apresentar complicações, ele pode fazer tratamento oral em casa, devendo, contudo, evitar esforços.
Pacientes com a forma mais grave de pericardite, derrame pericárdico ou, ainda, aqueles que apresentam alguma outra doença grave associada devem ser hospitalizados para seguir com o tratamento.
Dependendo das causas de pericardite, elas também devem ser tratadas individualmente.
Prevenção
Não existem formas conhecidas de se prevenir pericardite.
Convivendo (Prognóstico)
Para a maioria dos casos leves de pericardite, o repouso e o uso de medicamentos vendidos sem necessidade de prescrição médica, como analgésicos, podem ser usados para aliviar a dor causada pela doença.
Além disso, enquanto estiver seguindo o tratamento e não estiver plenamente recuperado, evite qualquer tipo de atividade física, principalmente se os exercícios exigidos forem muito intensos.
Complicações possíveis
Se não for devidamente tratada, a pericardite pode levar a algumas complicações de saúde, como:
Pericardite constritiva
Embora seja raro, algumas pessoas com pericardite, particularmente aqueles com a inflamação crônica, podem vir a desenvolver contração, espessamento permanente e formação de cicatrizes no pericárdio.
Nesses casos, o pericárdio perde muito de sua elasticidade e impede que o coração funcione adequadamente. Esta condição é chamada de pericardite constritiva e, muitas vezes, leva a um inchaço grave das pernas e do abdômen, além da falta de ar e dificuldade para respirar.
Tamponamento cardíaco
Quando muito líquido se acumula no pericárdio, uma condição perigosa chamada tamponamento cardíaco pode se desenvolver.
Esse excesso de líquido coloca muita pressão sobre o coração e não permite que ele se preencha de sangue corretamente. Isso significa, portanto, que menos sangue sai do coração para o restante do corpo, o que provoca uma queda drástica na pressão sanguínea. O tamponamento cardíaco pode ser fatal se não for tratado rapidamente.
Referências
Ministério da Saúde
Mayo Clinic
Sociedade Brasileira de Cardiologia