Priapismo: o que é, sintomas e causas

O que é Priapismo?

Priapismo é o nome utilizado para descrever a ereção constante e involuntária do pênis (mais de quatro horas), que vai se tornando dolorosa com o tempo. Pessoas com priapismo não possuem uma ereção motivada pelo estímulo sexual e o membro permanece rígido mesmo após a ejaculação ou sem excitação.

Causas

As causas do priapismo ainda são um desafio para a medicina. Geralmente, a condição é desencadeada por uma combinação de fatores que determinam uma falha nos mecanismos de controle da ereção peniana. 

Para o pênis ficar rígido, é necessário um aumento significativo do fluxo de sangue na região, provocando uma pressão interna que retém o sangue até o momento da ejaculação. Sendo assim, o priapismo isquêmico pode ser provocado por qualquer situação que impeça a liberação do sangue.

No caso do priapismo de alto fluxo, um traumatismo no órgão provoca a formação de uma fístula (comunicação anômala entre duas ou mais estruturas), entre uma artéria e uma veia do pênis, estabelecendo fluxo contínuo de sangue na região.

As causas do priapismo isquêmico podem ser divididas em:

• Doenças hematológicas (como a anemia falciforme)
• Doenças urológicas
• Uso inapropriado de medicamentos para ereção
• Uso excessivo de anéis penianos
• Causas químicas (remédios)
• Uso de drogas

Tipos

Existem dois tipos de priapismo:

• Priapismo isquêmico: ocorre o aprisionamento de sangue no pênis e, com a persistência do problema, falta oxigênio e nutrientes para as células, que podem morrer
• Priapismo não isquêmico ou de alto fluxo: o sangue flui (entra e sai do pênis) de maneira abundante e constante, mantendo a ereção

No priapismo de alto fluxo, o pênis não chega a ficar totalmente rígido e a dor pode ser mínima, já que não existe isquemia. Mais de 95% dos casos de priapismo são do tipo isquêmico.

Sintomas

Os sinais de priapismo são ereção prolongada e independente de excitação sexual. O principal sintoma é a dor, que estará presente nos casos de priapismo isquêmico.

Diagnóstico

O diagnóstico do priapismo é feito clinicamente, ou seja, pela conversa com o paciente e pelo exame físico. Apenas isso já é suficiente para confirmar o problema e já começar um tratamento.

Quando existe a suspeita de priapismo de alto fluxo, um exame de arteriografia da circulação peniana pode ser pedido para identificar o ponto da formação da fístula responsável pela rigidez.

Tratamento

O tratamento do priapismo isquêmico pode ser dividido em duas etapas:

A primeira etapa é realizada na urgência médica e consiste na interrupção da ereção. Normalmente são utilizadas medidas de sucção do sangue, ou, quando necessário, medicamentos que provocam a contração dos vasos. As duas medidas acabam promovendo a queda da pressão no interior do pênis e a abertura das veias, o que permitiria a saída do sangue e retorno à flacidez.

Quando esses métodos falham, pode ser necessário realizar um procedimento cirúrgico, para impedir que o sangue continue aprisionado no interior do pênis e aumentando a comunicação entre os tecidos da região. Existem diferentes técnicas para essa comunicação, mas todas elas aumentam o risco de complicações posteriores relacionadas a disfunções sexuais.

A segunda etapa do tratamento envolve a prevenção de novos episódios e para isso é fundamental a identificação da causa do priapismo. Quando ele ocorre por conta de um quadro de anemia falciforme, as medidas para evitar as crises falcêmicas (evitar desidratação e frio) são também importantes para minimizar o risco de outros episódios de priapismo. No caso de homens que utilizam medicamentos para tratamento de disfunção erétil, recomenda-se a revisão do tipo e da dose da medicação.

Já para o priapismo de alto fluxo, é necessário fazer uma cirurgia de fístula para cessar o problema. 

Tem cura?

Quando identificado e tratado adequadamente, o priapismo costuma ser revertido sem deixar sequelas. Existe a necessidade de identificar a causa e sempre adotar medidas de prevenção, pois a repetição dos eventos é que gera as complicações.

Convivendo (Prognóstico)

Todas as medidas para manter uma vida saudável são importantes para minimizar os riscos e complicações do priapismo, como:

• Tratamento correto da hipertensão arterial, do diabetes e de dislipidemia
• Atividade física regular
• Alimentação balanceada
• Controle do peso
• Não fumar
• Evitar estresse
• Boa hidratação
• Tratamento precoce de infecções
• Uso de medicações que reduzem a viscosidade do sangue
• Uso do ácido fólico

Complicações possíveis

A principal complicação das crises de priapismo é a disfunção erétil ou impotência sexual. Ela ocorre quando o episódio de priapismo foi tardiamente tratado e o tempo prolongado com a ereção provocou necrose (morte) do tecido erétil. Após a necrose ocorre uma fibrose no local, com substituição do tecido que antes possuía a capacidade de esticar por um tecido rígido e incapaz de se expandir.