Dermatologista formado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). É membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)...
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O que é Roséola?
A roséola, também conhecida como exantema súbito ou “sexta doença”, é uma doença comum na infância. Apesar de se parecer com a rubéola, a roséola é causada por outro vírus – cepas do vírus da herpes - e tende a causar infecções com mais frequência nos primeiros três anos de vida, quando o sistema imunológico passa por uma queda nos níveis de anticorpos maternos.
Roséola infantil
Apesar de poder acometer adultos, a roséola infantil é a forma mais comum da doença. Ela normalmente não é grave e boa parte das crianças têm apenas casos leves, desenvolvendo poucos sintomas. São raros os casos de febre muito alta e sintomas mais acentuados da doença – mas, nestes, pode haver complicações.
Roséola ou rubéola?
Roséola e rubéola são constantemente confundidas. À primeira vista, as duas têm apresentações parecidas, mas há as seguintes diferenças entre elas:
- São transmitidas por agentes diferentes
- Rubéola pode ser congênita (transmitida pela mãe ao bebê na gravidez)
- Rubéola se manifesta de 12 a 21 dias após a infecção, enquanto roséola se manifesta de 5 a 15 dias após a infecção
- Rubéola também pode causar vermelhidão nos olhos, dificuldade para engolir
- Existe vacina para rubéola (tríplice viral)
- Rubéola é mais grave, podendo evoluir para catarata, surdez, problemas cardíacos, órgãos com funcionamento defectivo, atraso no desenvolvimento intelectual e físico.
Causas
Conforme explica o dermatologista José Fraga, a roséola é uma doença causada, geralmente, pelo herpes vírus humano tipo 6 (HHV-6). Ainda assim, é possível que a causa da roséola seja o herpes vírus humano tipo 7 (HHV-7).
Segundo o especialista, por se tratar de uma doença viral, a roséola é contagiosa. O vírus causador da doença fica presente na saliva e nas glândulas salivares – e, assim, pode ser transmitida por espirros e tosses. O compartilhamento de objetos pessoais e outros contatos que envolvam a boca também podem ser vias de transmissão da roséola.
Mesmo em quadros em que não há nenhuma erupção cutânea, e sim apenas febre baixa, a criança pode transmitir o vírus.
Sintomas
Sintomas de roséola
Assim como a catapora, o sarampo e a rubéola, a roséola tem como principais sintomas:
- Febre alta que começa de repente e dura em média 4 dias
- Erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele)
É importante frisar que as manchas avermelhadas só aparecem quando a febre diminui – ou seja, não são o primeiro sintoma que surge. Elas costumam ser planas, mas também podem ser elevadas e duram apenas algumas horas ou dias.
Dependendo do caso, as manchas nas costas, no peito e no abdômen são as primeiras a surgir. Elas também podem surgir no rosto e nas pernas, mas isso nem sempre acontece.
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Em alguns casos, o único sintoma de roséola que se apresenta é a febre – e, menos frequentemente, o quadro pode ser marcado pelos seguintes sintomas:
- Dor de garganta leve
- Tosse
- Ínguas no pescoço
- Fadiga
- Irritabilidade
- Diarreia
- Perda de apetite
- Coriza
- Pálpebras inchadas
A partir do surgimento do primeiro sintoma, a roséola dura, em média, de 4 a 7 dias.
Diagnóstico
Segundo Fraga, o diagnóstico da roséola é clínico. Sendo assim, o médico observa os sintomas e sinais do paciente no consultório – e também é possível fazer exames de sangue para verificar a existência de anticorpos contra a doença em casos de difícil diagnóstico.
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Fatores de risco
Bebês entre os seis e quinze meses de vida são os mais suscetíveis à roséola por ainda não terem os próprios anticorpos. Antes deste período, a proteção do corpo é feita pelos anticorpos que vieram da mãe - que vão diminuindo conforme o tempo passa.
Adultos com o sistema imunológico comprometido também estão mais suscetíveis à roséola. Sendo assim, portadores de HIV, pacientes oncológicos ou pessoas diagnosticadas com doenças autoimunes.
Buscando ajuda médica
Os sintomas de roséola começam do 5º ao 15º dia após a infecção. Neste período, a febre sobe repentinamente, e é importante levar a criança ao médico, especialmente se a febre for muito alta.
Caso um adulto tenha os sintomas de roséola, é importante buscar atendimento médico – especialmente no caso de imunossupressão (baixa imunidade ocasionada por fatores externos.
Tratamento
Antes da consulta médica, os pais podem tentar minimizar os desconfortos causados pela febre da criança com alguns tratamentos caseiros, como:
- Dar bastante líquido para a criança beber
- Incentivar o repouso
- Dar banhos mornos, quase frios, para controlar a febre
- Fazer compressas frias se necessário
Medicamentos
Em geral, o tratamento da roséola é sintomático, ou seja, focado nos sintomas. Sendo assim, ele pode incluir medicamentos para controle da febre, como:
Em casos mais graves, nos quais a criança tem o sistema imunológico comprometido ou apresenta convulsões, podem ser administrados anticonvulsivos ou antivirais como:
- Foscarnet
- Ganciclovir
Tem cura?
A roséola tem cura tanto em adultos quanto em crianças. Em geral, a doença tende a desaparecer sozinha – e os sintomas podem ser controlados facilmente. As manchas ocasionadas pela roséola não deixam sequelas.
Prevenção
Não há vacina para prevenir a roséola, então a melhor forma de evitá-la é não ter contato com pessoas infectadas enquanto elas estiverem doentes. Depois que a criança tem roséola, ela desenvolve anticorpos contra a doença e raramente a contrai de novo no futuro.
No caso de pessoas que vivem na mesma casa, é recomendado lavar as mãos frequentemente para evitar o contágio de alguém que não seja imune.
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Complicações possíveis
Na maior parte dos casos, a roséola é inofensiva – mas, em alguns contextos e a depender da severidade da febre, ela pode trazer sintomas mais impactantes ou complicações. É possível haver, por exemplo:
Convulsões
Caso a temperatura do corpo suba muito e rapidamente, a criança pode ter convulsões. Quando isso acontece, ela pode perder a consciência por um breve período e começar a sacudir os braços, pernas e cabeça por vários segundos ou alguns minutos. Ela também pode urinar e/ou defecar involuntariamente.
Se acontecerem convulsões, é indicado procurar um serviço de atendimento de emergência imediatamente. Apesar de todos os sintomas, convulsões em bebês ou crianças bastante novas normalmente são curtas e raramente prejudiciais.
Infecções secundárias
A roséola é preocupante em pessoas com baixa imunidade, como pacientes oncológicos ou transplantados.
Devido à imunossupressão, o corpo tende a ter baixa resistência a viroses como a roséola ou outras doenças – e, com isso, pode haver infecções secundárias mais perigosas. É possível, por exemplo, que a doença a torne propensa a pneumonias e até encefalite (doença neurológica potencialmente fatal).
Roséola em bebê é perigoso?
A roséola em bebê é algo bastante comum, e raramente é grave. Em casos de febre muito alta, seja em bebês ou crianças com mais idade, é indicado consultar um médico para prevenir convulsões febris e possíveis consequências dela.
Referências
Healthline