Graduada em Psicologia pela PUC-SP. Mestre e Doutora pela UNICAMP. Pós-graduada em Terapia de Casal/Família pelo The Fam...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Tripofobia?
A tripofobia é a aversão, o nojo ou o medo irracional de objetos e imagens que tenham buracos ou padrões irregulares, como favos de mel, agrupamento de buracos na pele, madeira, plantas ou esponjas.
Muitos acreditam que possuem fobia apenas por ter a sensação de incômodo ao observar imagens relacionadas à tripofobia. No entanto, quando essa aversão provoca mudanças na rotina, no convívio social, nas atividades diárias e gera isolamento ou paralisação em situações extremas, é necessário procurar atendimento especializado.
Causas
A psicóloga Ana Gabriela Andriani explica que as pesquisas sobre o assunto indicam que pessoas com tripofobia poderiam estar associando, inconscientemente, os buracos ou objetos com padrões irregulares (normalmente relacionados à criações da natureza) a possíveis situações de perigo.
Essa sensação de perigo seria desencadeada, sobretudo, devido à semelhança entre o aspecto dos buracos com a pele de animais venenosos, como cobras ou sapos, por exemplo, ou com vermes que causam doenças na pele, como no caso do calcanhar de maracujá.
Geralmente, as pessoas que sofrem dessa fobia não conseguem distinguir situações em que há ou não perigo, tratando-se de um reflexo inconsciente que resulta em reações que não podem ser controladas.
Tipos de imagens que causam tripofobia
Aviso: As imagens a seguir podem causar desconforto
Animais vivos e exóticos também podem causar angústia a quem tem tripofobia.
Mesmo imagens de coisas comuns têm o potencial de provocar desconforta quem sofre da fobia
Saiba mais: Medo: como superar e quando ele se torna fobia
Sinais
Quando são expostas a imagens como sementes de lótus, favos de mel, bolhas, morangos ou crustáceos, pessoas com tripofobia podem apresentar sintomas como:
- Enjoo
- Tremores
- Suores
- Nojo
- Choro
- Arrepios
- Desconforto
- Aumento do ritmo cardíaco
- Coceira e formigamento generalizado
Saiba mais: 10 fobias apavorantes que você pode ter e nem sabia
Tratamento
Existem vários métodos de tratar esse transtorno psicológico, sendo a terapia de exposição a forma mais eficaz. Este tipo de terapia ajuda a pessoa a controlar o medo, mudando a sua resposta em relação ao objeto que o provoca, devendo ser feito com muito cuidado, de forma a não provocar traumas.
Esta terapia deve ser feita com o auxílio de um psicólogo através da exposição gradual ao estímulo que provoca a fobia. Através do diálogo, o terapeuta usa técnicas de relaxamento para que a pessoa enfrente o medo, até o desconforto diminuir.
De acordo com a psicóloga Fabiana Alves, a terapia pode ser combinada com outras técnicas escolhidas por especialistas médicos que ajudam a reduzir os sintomas e tratar essa aversão. Algumas das alternativas são:
- Uso de medicamentos que ajudam a reduzir a ansiedade e os sintomas de pânico, como beta-bloqueadores e sedativos
- Prática de técnicas de relaxamento, como yoga e meditação
- Prática de exercícios físicos
- A maior preocupação dos profissionais em relação à tripofobia é justamente evitar que outros transtornos se desenvolvam, como a ansiedade generalizada, o transtorno depressivo ou ansiedade social. Na identificação desses quadros, é fundamental a busca por um especialista
Tem cura?
Como se trata de uma condição não reconhecida, a tripofobia não possui um tratamento específico ou estudos que comprovem a eficácia dos métodos utilizados para tratar a fobia. “O que se acredita é que este tipo de transtorno não tem cura, mas que pode ser controlado”, explica Fabiana Alves.
Referências
Ana Andriani, psicóloga
Fabiana Alves, psicóloga e analista técnica na MAPA Avaliações