Pesquisadores da Universidade de Campinas - Unicamp e da Universidade Federal de São Paulo - Unifesp desenvolveram um exame de sangue capaz de diagnosticar dois tipos de doenças mentais: a esquizofrenia e o transtorno de bipolaridade. Para tanto, foi realizada uma análise do soro do sangue de pessoas com algum dos tipos das doenças e outras que não tinham.
Com aparelhos de ressonância magnética, os médicos puderam identificar alterações nas moléculas de pacientes portadores das doenças em comparação com os que não tinham esquizofrenia ou transtorno bipolar. "Nós chamamos essas moléculas de biomarcadores. Eles são presentes em um grupo investigado e ausentes no outro, ou estão presentes em concentrações diferentes", afirma a professora Ljubica Tasic, do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, uma das principais condutoras do desenvolvimento da tecnologia.
Por haver atualmente uma deficiência no diagnóstico, já que, em muitos casos, os sintomas de ambas as doenças se assemelham, e a constatação ser dada através de investigação dos médicos e da psicologia, os pesquisadores resolveram desenvolver esse teste clínico para a identificação.
Com o sucesso dos estudos, além da precisão de diagnóstico, haveria maior assertividade no tratamento, que se difere de uma doença para a outra. Um dos pontos principais deste teste, que conta com análise biológica de pouca quantidade de sangue coletada, é a eficácia, agilidade e objetividade.
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''Os transtornos mentais, como a esquizofrenia e o transtorno bipolar, são um grande desafio para o sistema de saúde, trazendo sérias consequências financeiras tanto para países desenvolvidos, quanto para o Brasil. A ausência de cura e as limitações dos tratamentos disponíveis são reflexos do conhecimento limitado que se tem do cérebro e de seus mecanismos moleculares e celulares que regulam as suas funções'', relata a professora.