O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (28) que o SUS (Sistema Único de Saúde) disponibilizará, a partir de 2017, um novo medicamento antirretroviral para tratar o vírus do HIV, o dolutegravir. O medicamento será proposto a cerca de 100 mil pessoas, sendo elas novos pacientes e aqueles que possuem resistência a outras drogas.
"Estamos ousando oferecer o melhor tratamento do mundo pelo menor preço possível", destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a cerimônia de anúncio do novo medicamento. Acredita-se que a adesão ao tratamento seja maior pois o medicamento possui baixo nível de reações adversas, menos resistência e uma potência muito mais alta, além de apresentar maior eficácia ao longo do tempo.
O medicamento já era comumente utilizado em países como Estados Unidos, França e Espanha, já tendo sido reivindicado por pacientes soropositivos no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já trabalha com diretrizes para implementação do dolutegravir como medicamento inicial em países da África. Atualmente, cerca de 483 mil pessoas fazem o uso de medicações antirretrovirais no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde e, 17 mil pessoas possuem resistência aos tratamentos fornecidos. O Ministério ainda estima que 800 mil pessoas no Brasil sejam portadoras do HIV.
"O dolutegravir apresenta uma série de vantagens para essas pessoas. Além de potência muito mais alta, o novo medicamento apresenta um nível muito baixo de eventos adversos" esclareceu Adele Benzaquen, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde. Além disso, ela reforçou que o novo medicamento também apresenta maior eficácia ao longo do tempo, o que acarreta o menor aparecimento de vírus resistentes ao longo do tratamento. "Isso possibilita maior qualidade de vida aos pacientes ao longo dos anos", reforçou a diretora.
Os pacientes de HIV costumam tomar três medicamentos disponíveis pelo SUS, o tenofovir, lamivudina e efavirenz, porém muitas outras pessoas possuem resistência aos coquetéis pelos efeitos colaterais, como alucinação e depressão. A orientação será de que os pacientes associem o novo medicamento aos outros dois fornecidos, o tenofovir e a lamivudina.
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O Ministério adquiriu 40 milhões de comprimidos para o próximo ano, tendo o orçamento de aquisição de R$ 1,1 bilhão. Segundo a diretora do ministério, Adele Benzaken, 87% dos portadores de HIV estão diagnosticados. Há alguns meses também foi anunciada a inclusão no SUS de um remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV, chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP).