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Não se engane: o clima ameno que sucede o verão esconde perigos para o organismo. Com a chegada da temporada de outono/inverno, o corpo fica mais suscetível a alguns problemas de saúde comuns nessa época, como gripes, resfriados e alergias respiratórias.
Isso porque passamos mais tempo em ambientes fechados e com aglomerações, o que facilita a transmissão do vírus da gripe, por exemplo. Já o clima seco, característico das estações, facilita a dispersão dos alérgenos no ar, como a poeira, ácaros, pelos de animais, insetos, fungos, pólen, entre outros, o que desencadeia reações alérgicas em pessoas com hipersensibilidade. O próprio inverno é, por si só, um fator irritante para as vias aéreas de algumas pessoas. Por isso, todo o cuidado é pouco!
Apesar de terem muitos sintomas em comum, gripe e alergia são problemas de saúde distintos. O que funciona para a gripe, por exemplo, nem sempre resolve um quadro de alergia. Entender o diagnóstico de cada um, bem como sintomas característicos e como agem no corpo, é o caminho para se proteger e buscar o tratamento mais adequado para você.
Abaixo, listamos algumas dúvidas comuns que as pessoas têm em relação a gripes e alergias. Você sabe como diferenciá-las? Veja mais:
Sintomas nas vias respiratórias
Irritação nas vias respiratórias, como nariz, amígdalas, faringe e pulmão, dificuldade para respirar e secreção nasal são sintomas que causam muita confusão entre gripados e alérgicos, e não é para menos. Todos eles são comuns a gripes e alergias, já que estas doenças afetam principalmente as vias respiratórias, causando os sintomas citados. Para diferenciá-las, é preciso analisar outros sintomas, como presença de febre, tipo de tosse, lacrimejamento dos olhos, entre outros.
Irritação na garganta
Para algumas pessoas, gripe e dor de garganta caminham de mãos dadas, como se uma fosse a consequência da outra. Não é bem por aí. Dor e irritação na garganta, que causam dificuldade para engolir alimentos e bebidas, são, na verdade, dois sintomas bem comuns de alergias respiratórias, principalmente no caso de faringite alérgica. No caso da gripe, os sintomas são sistêmicos, ou seja, com a presença de febre e dor no corpo, não só focado no incômodo na garganta.
Febre alta é sinal de alerta da gripe
O aumento ameno da temperatura corporal, ou seja, aquele que não ultrapassa os 38 °C, pode ter relação com resfriados mais leves ou mesmo reações alérgicas, como a rinite, mas não se trata de um sintoma muito comum no caso das alergias. Com a gripe, porém, o paciente costuma apresentar esse aumento da temperatura, que não chega a ser alarmante, ou a febre acima de 38 °C, que é mais preocupante, acompanhada de outros sintomas sistêmicos.
Cuidado com antibióticos
Antes de pensar em que medicação tomar, é preciso entender como cada problema atinge a saúde do organismo. No caso de gripes e resfriados, o agente causador é um vírus; já a alergia é uma resposta inflamatória do corpo frente a componentes alérgenos, que estão dispersos no ambiente e no ar que respiramos, e que são combatidos pelo sistema imunológico. Por isso, remédios antibióticos não funcionam para nenhuma destas doenças. O tratamento, na verdade, costuma ser sintomático, ou seja, focado apenas em amenizar o desconforto causado por cada um dos sintomas, como secreção nasal, dores no corpo, fraqueza, entre outros.
Alergias podem durar mais
Quando a gripe não envolve grupos de risco, ou seja, pessoas idosas, crianças, gestantes e outras que convivem com alguma doença, como HIV, asma ou diabetes, é comum que a doença não dure mais do que uma semana. Nesse período, o próprio organismo começa a produzir anticorpos para combater a gripe. As alergias, porém, podem durar de duas semanas até meses se não receberem tratamento com antialérgicos. Além disso, é fundamental identificar a causa da reação alérgica e interromper o contato com o agente alérgeno, como mofo, poeira ou polén.
Tosse de gripe e de alergia são diferentes
De repente, você sente uma vontade de tossir incontrolável, sem causa aparente e sem expectoração. Nesses casos, a tosse seca, às vezes acompanhada de um pouco de catarro esbranquiçado, está associada processos alérgicos respiratórios, causada por algum agente alérgeno. No caso da gripe, a tosse vem acompanhada de um catarro diferente, podendo adquirir um tom esverdeado ou amarelado. É importante prestar atenção à natureza do catarro pois a coloração intensa pode indicar uma pneumonia bacteriana.
Olhos lacrimejando
Os sintomas de alergias respiratórias não costumam aparecer isolados. Por isso, além da secreção nasal, é comum observar outras reações alérgicas no organismo, como coceira, tosse seca, espirros e, por último, lacrimejamento excessivo. Este é um sintoma muito característico da rinite alérgica, embora possa aparecer com menos intensidade também em quadros de resfriados mais leves. Para quem é alérgico, o ideal é evitar o contato com roupas e objetos mofados e empoeirados, que estavam guardados há muito tempo, que podem desencadear coceira e lacrimejamento. Também é importante manter os cômodos de casa sempre abertos, arejados e ensolarados, livres de poeira.
Importância do autocuidado
A presença de todos estes sintomas, de uma forma geral, causa um grande desconforto nas pessoas, estejam elas com algum tipo de alergia ou no começo de uma gripe. Apesar do incômodo, são doenças com sintomas leves e já conhecidos por boa parte da população, que não requerem, obrigatoriamente, o apoio de serviços de saúde para orientar a melhor forma de tratamento.
Isso é possível por meio da utilização de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs), ou seja, aqueles que não necessitam da receita de um profissional de saúde. Os MIPs são eficazes no combate de sintomas como febre, dor de cabeça, tosse, congestão nasal, dores musculares, dor de garganta, entre outros.
Para garantir um tratamento seguro e adequado, o paciente deve ser estar atento à bula e às reações do organismo após o uso da medicação. Se os sintomas persistirem, é fundamental buscar auxílio médico.
O uso responsável de medicamentos isentos de prescrição médica faz parte dos pilares de autocuidado apoiados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A iniciativa recebe o suporte de diversas associações no mundo e da ABIMIP (Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição) no Brasil. Os outros pilares do autocuidado são:
- Basear-se em fontes confiáveis para se informar sobre saúde
- Ser consciente das próprias condições físicas e mentais
- Realizar atividades físicas
- Manter ter uma alimentação saudável
- Evitar riscos para a sua saúde (como fumar ou consumir bebidas alcoólicas em excesso)
- Ter bons hábitos de higiene.
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