Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
O celular é uma ferramenta de trabalho para várias mulheres, e usá-lo durante a gestação ainda gera desconfianças e incertezas. De acordo com médicos, de fato o uso indiscriminado do aparelho pode afetar o organismo da gestante e as defesas que ela oferece ao bebê.
Afinal de contas, qual é a medida certa para grávidas usarem o celular? Há riscos para a saúde do bebê?
Radiação é um problema?
A radiação emitida pelo celular é o principal motivo de preocupação para as grávidas, e também é alvo de constantes pesquisas, especialmente quando se fala em saúde e bem estar.
Sim, os celulares emitem radiação. No entanto, as ondas de radiofrequência dos aparelhos, chamada radiação eletromagnética não-ionizante, transmitem baixos níveis de radiação, o mesmo tipo gerado por televisões, computadores e fornos micro-ondas, por exemplo.
Alguns órgãos, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, consideram que a radiação não-ionizante e os campos eletromagnéticos do celular são seguros, embora nas últimas décadas tenham surgido vários estudos apontando os riscos da radiação do celular no organismo humano. Todavia, não há provas definitivas a respeito.
Celular e gravidez
Embora não exista nenhum estudo apontando concretamente se o uso do celular durante a gestação influencia negativamente o desenvolvimento do bebê, médicos alertam sobre o uso do aparelho de forma desmedida.
Segundo eles, o telefone móvel pode inibir e desregular algumas funções do nosso organismo, o que pode impactar na defesa que a mãe oferece para o bebê.
É o caso da luz azul artificial emitida pelo celular, que provoca não apenas alterações na retina como também bloqueiam a produção de alguns hormônios. Entre eles está a melatonina, conhecido também como hormônio do sono, que auxilia na regulação de insulina no corpo, na inibição de crescimento de tumores e na queima de gordura.
É o que o Alberto d'Áuria, ginecologista e obstetra da Maternidade Pro Matre Paulista, explica: "usar o celular perto do horário de dormir vai inibir a absorção e produção de melatonina, o que pode ser nocivo para a mulher grávida, porque ela vai dormir mal, vai se recuperar mal durante a noite, e terá menos substrato e resistência para oferecer ao bebê".
Para diminuir os efeitos da luz azul, médicos orientam que as pessoas evitem o uso do aparelho próximo do horário de dormir, especialmente as mulheres grávidas.
Outra consequência negativa do telefone móvel, segundo o médico, é o aumento da frequência cardíaca e da descarga de cortisol e adrenalina no organismo, emitidas toda vez que o celular dispara uma notificação ou alarme.
"Cada vez em que se fica perto do celular e ele dispara um sinal, se tem um aumento na frequência cardíaca, o que tenderá a aumentar a pressão arterial e o disparo do cortisol, o que é extremamente maléfico para o feto", afirma Alberto d'Áuria.
Afinal, grávida pode usar o celular à vontade?
"À vontade não, mas eu diria com bom senso e ressalvas", pondera d'Áuria. Ele aponta que, apesar do uso do celular não ser proibido durante a gestação, ainda não se sabe ao certo seus efeitos para o feto e o que isso pode desencadear no futuro.
O obstetra ainda dá algumas sugestões de bom uso e gestão do aparelho para as gestantes:
- Evite o uso do celular próximo ao horário de dormir (cerca de 2 ou 3 horas antes)
- Coloque o celular no modo silencioso (a fim de evitar o estresse e a carga de adrenalina a cada vez que ele dispara)
- Mantenha uma distância do aparelho quando não estiver usando (de pelo menos cinco metros)
- Opte por atender ligações utilizando o viva-voz, ou então utilizar o telefone fixo (especialmente para chamadas de longa duração)
- Evite apoiar o celular no abdômen ou no ventre.
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