Redatora especialista em família e bem-estar, com colaboração para as editorias de beleza e alimentação.
O estresse durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do cérebro do bebê, ocasionando em efeitos de longo prazo, como o desenvolvimento de distúrbios emocionais - problemas de humor, TDAH e depressão.
É o que sugere o novo estudo coordenado pela Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, e publicado pela revista eLife. A pesquisa concluiu que a amígdala neonatal, parte do cérebro que processa as emoções, é afetada por um sinal conhecido como cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.
Segundo o artigo, o rastreamento das alterações da amígdala fetal, bem como dos níveis de cortisol na gestante, pode explicar como o estresse durante a gravidez afeta o desenvolvimento do feto e impacta na infância e vida adulta do indivíduo.
Considerando o papel fundamental da amígdala no surgimento da regulação da emoção, as descobertas feitas nessa pesquisa oferecem novos insights sobre os mecanismos que ligam a saúde materna - física e mental - aos resultados neuropsiquiátricos do bebê a curto e longo prazo.
Exposição ao estresse
Os cientistas recrutaram para a investigação cerca de 80 voluntárias e seus filhos recém-nascidos, onde foi realizada uma ressonância magnética para examinar a estrutura da amígdala e como ela está conectada a outras partes do cérebro.
Em paralelo, também foi coletado e estudado amostras de cabelo para medir a quantidade de cortisol das voluntárias na época do nascimento do bebê, o que reflete os níveis de estresse durante os últimos três meses de gravidez.
Os resultados mostraram que a exposição a níveis mais elevados de cortisol no útero afetava os bebês de diferentes maneiras, variando de acordo com o sexo. Enquanto os meninos apresentavam alterações na estrutura da amígdala, as meninas exibiram mudanças em outras partes do sistema nervoso, conectadas a outras redes neurais.
Para os pesquisadores, ainda não se sabe ao certo o motivo dessa distinção entre os sexos. Eles sugerem a hipótese de que as enzimas que controlam a capacidade da placenta de regular a passagem de cortisol da mãe para o feto diferem de acordo com o sexo fetal.
Apoio à gestantes
O cortisol materno - conhecido por seu papel na coordenação da resposta ao estresse - durante a gravidez está relacionado à arquitetura e conectividade da amígdala do recém-nascido, que digere as emoções e o crescimento do feto.
Indo para além da técnica, para os pesquisadores os resultados da pesquisa foram muito importantes para explicar por que crianças, cujas mães experimentaram altos níveis de estresse durante a gravidez, podem ter maior probabilidade de ter problemas ou distúrbios emocionais ao decorrer da vida.
Em um comunicado, James Boardman, diretor do Laboratório de Pesquisa Jennifer Brown na Universidade de Edimburgo, ressalta que os resultados da pesquisa reforçam a importância de identificar e acolher gestantes que precisam de ajuda na gravidez.
"Nossas descobertas são um apelo à ação para detectar e apoiar mulheres grávidas que precisam de ajuda extra durante a gravidez, pois esta pode ser uma forma eficaz de promover o desenvolvimento saudável do cérebro de seus bebês", declarou o diretor.
Oscilação de humor na gravidez
O emocional da mulher durante a gravidez pode oscilar muito por conta das mudanças hormonais que acontecem naturalmente no período da gestação. Manter a calma é a melhor saída para lidar bem com as situações do cotidiano.
Anotar as preocupações em um caderno, controlar a respiração e consumir alimentos saudáveis são algumas dicas para a futura mamãe ter mais paciência. Veja essa e outras dicas de como manter a calma durante a gestação!