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Você é daquelas pessoas que gostam de se presentear no Natal? Saiba que esse pequeno gesto é, de fato, benéfico para a sua saúde mental. Segundo um estudo recente, comprar mimos para si mesmo durante períodos estressantes (como o fim de ano, em que as demandas familiares, sociais e profissionais tendem a crescer) pode aumentar o bem-estar e a sensação de felicidade e de relaxamento.
A pesquisa, publicada em novembro no periódico Journal of Consumer Research, descobriu que pessoas tensas e estressadas que se presenteiam podem se sentir mais felizes e menos pressionadas pelo tempo. Ironicamente, o estudo também descobriu que pessoas estressadas dificilmente se dão presentes, pois possuem a maior tendência de achar que não vão poder aproveitar seus mimos.
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Porém, os autores do estudo defendem que os momentos de maior tensão são, justamente, os melhores para se automimar. “Quando as pessoas estão ansiosas por conta de dinheiro ou pressão do tempo, elas acreditam que não conseguirão focar na experiência do autopresente e, portanto, não serão beneficiadas, então não aproveitam as oportunidades para se presentear”, diz Jacqueline Rifkin, autora principal da pesquisa e professora assistente na Samuel Curtis Johnson Graduate School of Management at Cornell’s SC Johnson College of Business, em Nova York, nos Estados Unidos.
“O paradoxo, porém, é que esse tipo de pensamento é contraprodutivo para o bem-estar. É quando nós nos sentimos mais pressionados que conseguimos realmente nos beneficiar com o ato de se presentear”, completa.
Como o estudo foi feito?
O estudo foi iniciado em 2018, quando os pesquisadores começaram a executar uma série de experimentos comportamentais, on-line e em laboratório, ao longo de vários anos. Foram analisadas as pressões relacionadas ao tempo, dinheiro e saúde mental e como esses fatores podem nos deixar menos interessados no autocuidado.
Em um desses experimentos, os pesquisadores mostraram aos participantes do estudo um anúncio de um produto fictício e mediram seus níveis de interesse por ele. Para metade dos participantes, eles adicionaram ao item um slogan de “autopresente”, encorajando o ato de se presentear com o produto, acompanhado de frases como “crie um momento especial” e “construa um tempo para si”.
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Segundo os autores, quando os participantes se sentiam mais estressados com orçamentos apertados, agendas lotadas ou longas listas de tarefas pendentes, o interesse em experimentar os produtos era menor. Ao serem questionadas sobre o motivo para isso, as pessoas respondiam que não conseguiriam aproveitar a experiência proporcionada pelo presente.
Em seguida, os pesquisadores procuraram entender se esse raciocínio realmente estava certo ou se as pessoas estavam sabotando a própria felicidade. Com base em outros estudos, eles descobriram que as pessoas que, inicialmente, se sentiam estressadas passaram a se sentir mais felizes e relaxadas após se presentear.
Quais são as formas de se presentear?
Presentear-se não precisa demandar dinheiro. Qualquer tipo de mimo, seja material ou imaterial, vale na hora de se presentear e garantir benefícios. Por exemplo, uma pausa de 10 minutos no trabalho para tomar um ar ou fazer uma pequena caminhada pode ser uma forma de “autodoação”.
Além disso, ouvir a sua música favorita depois de um dia estressante ou preparar uma comida gostosa também são formas de se presentear. Afinal, você estará dando a si mesmo um momento de alegria e relaxamento. Mas é claro que presentes materiais também são bem-vindos. Que tal finalmente adquirir aquele produto que você estava namorando há meses, mas não tinha coragem de comprar?
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Inclusive, os pesquisadores acreditam que os resultados do estudo podem servir de inspiração para que grandes marcas invistam nesse tipo de marketing para seus produtos no final do ano.
“Minha esperança é que a compreensão dessas descobertas possa ajudar as pessoas a desafiarem algumas de suas narrativas internas sobre quando é ou não é um bom momento para fazer algo por si mesmo”, disse Rifkin. “Sei que tentei mudar um pouco meus hábitos como resultado de nossas descobertas de pesquisa.”