Neurologista do Hospital São Camilo Santana. Formado pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
A ciência descobriu quais são os impactos do racismo na saúde física. Um estudo publicado no JAMA Network Open indicou que mulheres negras que sofreram discriminação racial possuem um risco maior de desenvolver doenças cardíacas, diabetes e demência.
O trabalho científico explorou como o racismo afeta diferentes partes do cérebro de 90 mulheres negras, com a idade média de 38 anos. Os dados coletados apontaram que as vítimas de racismo apresentaram uma atividade cerebral que acelera o envelhecimento, provocando o surgimento das condições.
“Pessoas que tiveram mais experiências racistas ruminam mais, e achamos que, com o tempo, isso é refletido no envelhecimento biológico. Somos feitos para envelhecer em um ritmo específico, e quando aceleramos esse envelhecimento, temos uma maior probabilidade de experimentar doenças associadas ao envelhecimento — incluindo diabetes, doenças cardíacas, derrame e demência — mais cedo na vida”, declarou Negar Fani, coautor do estudo, PhD e professor de psiquiatria e ciências comportamentais na faculdade de medicina da Universidade Emory, em Atlanta.
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Outras experiências traumáticas associadas ao estresse também podem provocar o mesmo efeito, como explica Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. “Estima-se que o estresse envolve reações bioquímicas aumentadas (excesso de estimulação) que levam as células a algum tipo de esgotamento mais rápido causando então sua morte/deterioração de atividades”, esclarece.
Quem pode desenvolver demência?
Alguns pacientes possuem condições que podem favorecer o desenvolvimento da demência. De acordo com o especialista, são eles:
- Pacientes obesos, sedentários, tabagistas, alcoólatras e usuários de drogas
- Indivíduos submetidos a estresse contínuo e por longo tempo
- Pacientes com transtorno do sono
- Usuários de medicações psicotrópicas, como benzodiazepínicos, e indutores do sono, como zolpidem, além do tempo recomendado
- Pacientes com histórico familiar consistente
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