O câncer de próstata é o segundo tumor maligno mais frequente em homens no Brasil, havendo um grande interesse de saúde pública e comercial na prevenção deste problema, sendo que podemos acompanhar em nosso dia a dia comerciais de vitaminas e medicações que supostamente apresentam um efeito protetor.
De maneira geral, os principais agentes analisados em estudos importantes internacionais são: vitamina E, selênio, licopeno, soja, chá verde, e medicações que inibem a metabolização da testosterona (finasterida e dutasterida).
A vitamina E e o selênio foram testados de maneira isolada e combinados no maior estudo de prevenção já publicado, contando com mais de 35 mil participantes. Embora o estudo estivesse planejado para durar 12 anos, o mesmo acabou sendo suspenso após 7 anos devido a falta de efetividade da vitamina E e do selênio, onde pacientes que utilizaram a vitamina E apresentaram até um pequeno aumento no diagnóstico da doença.
O licopeno é um caroteno encontrado principalmente no tomate, assim como outras frutas vermelhas e vegetais, com importante ação anti-oxidante. Embora existam algumas pesquisas que sugerem algum fator de proteção ligado ao licopeno, um grande estudo com mais de 29 mil participantes publicado em 2007 revelou que, além de não exercer qualquer papel protetor, ainda estava associado a tumores de próstata mais agressivos.
O interesse na soja e no chá verde é decorrente da baixa incidência do câncer de próstata em homens que vivem em países asiáticos, onde o consumo de soja e derivados, assim como de chá verde é significativamente mais alto do que no ocidente. Embora estudos preliminares tenham mostrado indícios de algum benefício de derivados da soja e do chá verde, estudos de maior importância estão em curso para nos mostrar se os resultados iniciais serão confirmados.
Duas medicações que inibem a metabolização da testosterona despertaram grande interesse científico na prevenção do câncer de próstata e já foram estudadas em grandes estudos clínicos: a finasterida e a dutasterida. A finasterida foi avaliada em importante estudo com mais de 18 mil participantes e duração de 7 anos, mostrando uma redução no diagnóstico do câncer de próstata de 25% nos homens que utilizaram a medicação, porém, um aumento na detecção de tumores agressivos neste grupo também foi encontrado. A dutasterida também foi avaliada em estudo com 8 mil homens e uma redução de 23% foi notada no grupo de pacientes que utilizaram a droga, sem aumento na detecção de tumores agressivos. Apesar destes resultados, a larga utilização destes medicamentos na prática clínica ainda é cercada de controvérsias e muito limitada.
Apesar dos resultados dos estudos atuais não aconselharem nenhuma dieta ou suplementação alimentar específicas para a prevenção do câncer de próstata, obviamente uma alimentação balanceada, associada à atividade física e a exames preventivos devem ser encorajados a toda população. A utilização da finasterida e dutasterida na prevenção do câncer de próstata deve ser utilizada para pacientes de alto risco sempre sob supervisão do urologista.
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