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O estado emocional interfere na saúde e pode desenvolver ou potencializar doenças. Seja no trabalho, na rua ou em ambientes aparentemente seguros, como a sua casa, o corpo pode ser atacado por causa do turbilhão de emoções vividas no cotidiano. As doenças psicossomáticas não escolhem alvo por sexo ou idade e podem se alastrar de forma grave e afetar funções vitais, como a respiração. Estudos comprovam que crises de asma podem ser desencadeadas por estresse. O vilão tem o poder de alterar a resposta anti-iflamatória produzida por nossas vias respiratórias para combater a doença, o que aumenta a frequência, a duração e a gravidade dos sintomas da asma em muitos casos.
Estresse é um dos gatilhos
A asma é um dos quadros clínicos mais associados ao estresse, pois sentimentos como medo, preocupação, vergonha, ansiedade, entre outros, atuam no organismo favorecendo as crises de quem já tem pré-disposição a doença. No caso do estresse, explica a pneumologista Anna Cabral, a pessoa tende a liberar certas substâncias que acabam produzindo a broncoconstrição, dificultando a entrada de ar aos pulmões.
Estresse e asma infantil
Assim como os adultos, as crianças podem sofrer crises de asmas por estarem em ambientes estressantes. De acordo com uma pesquisa feita na Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, situações de alta tensão as tornam um alvo em potencial. Ao avaliar mais de 2.500 crianças, foi descoberto que aquelas que viviam em famílias com mais situações de estresse tiveram chances superiores a 50% de desenvolver asma do que as que viviam em lares mais tranquilos e estruturados. O principal motivo, segundo o estudo, está relacionado à capacidade de o estresse, assim como os poluentes, provocar inflamação nos pulmões.
No estágio da infância os cuidados devem ser maiores, pois os fatores que propiciam o aparecimento da patologia podem estar ligados a problemas emocionais que, se não forem descobertos, complicam as etapas de desenvolvimento da doença. O pneumologista Mario Rossetti alerta sobre a fase delicada que serve de alerta aos pais. "Na infância, quando geralmente se manifestam os primeiros sintomas da asma, pode-se perceber um conflito emocional envolvido".
Adultos também correm riscos
Um ambiente de trabalho pouco amistoso e disseminador de sintomas de estresse aumentam em até 40% das chances de um funcionário desenvolver asma, revelou pesquisa feita pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha. De acordo com os pesquisadores, a conclusão do estudo foi possível depois do acompanhamento de aproximadamente 5 mil pessoas com idades entre 40 e 65 anos por oito anos consecutivos. Ao longo do estudo foi constatado que a maior incidência de desenvolvimento da patologia atingiu o grupo de participantes que se queixaram da longa jornada de trabalho, das condições desconfortáveis, do cansaço e da incapacidade de relaxar ao encerrar o expediente.
Entretanto, a pesquisa também apontou que o risco absoluto de enfermidade devido à sobrecarga profissional é pequeno, mas algumas pessoas podem sofrer danos no sistema imunológico que podem levar à asma. Por ser crônica, a asma não tem cura, mas o tratamento preventivo e prolongado permite a diminuição e controle da doença.
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