Graduado em Medicina (1972) pela Escola Paulista de Medicina EPM/UNIFESP – instituição federal, onde fez residência em C...
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Além da vacina contra a gripe, existem outros tipos que precisam estar na carteira de vacinação dos adultos. Isso porque as doenças crônicas, que, geralmente, se manifestam na vida adulta, são fortes indicadores de que o individuo precisa se vacinar.
De acordo com o infectologista Paulo Olzon, existem vacinas tanto para bactérias como para vírus. "No primeiro caso, a vacinação é feita para controlar surtos epidemiológicos e, para o caso dos vírus, a imunização normalmente dura a vida toda, sendo necessárias apenas algumas doses de reforço para garantir que a doença não vai mais voltar", explicou.
Abaixo, confira oito tipos de vacinas que pessoas adultas precisam tomar:
1. Vacina dupla tipo adulto (difteria e tétano)
A difteria é causada por uma bactéria, que é contraída pelo contato com secreções de pessoas infectadas. Ela afeta o sistema respiratório, causa febres e dores de cabeça e, em casos graves, pode evoluir para uma inflamação no coração.
A toxina da bactéria causadora do tétano compromete os músculos e leva a espasmos involuntários. Se a doença não for tratada precocemente, pode haver uma parada respiratória devido ao comprometimento do diafragma, músculo responsável por boa parte da respiração. Ferir o pé com prego enferrujado tende a ser uma das formas mais conhecidas do contágio do tétano.
A primeira parte da vacinação contra difteria e tétano é feita em três doses, com intervalo de dois meses. Geralmente, essas três doses são tomadas na infância. Então confira a sua carteira de vacinação para certificar-se se a vacinação está em ordem. Depois delas, o reforço deve ser feito a cada dez anos para que a imunização continue eficaz. É nesse momento que os adultos cometem um erro, deixando a vacina de lado.
2. Vacina Tríplice-viral (sarampo, caxumba e rubéola)
Causado por um vírus, o sarampo é caracterizado por manchas vermelhas no corpo e a transmissão ocorre por via respiratória. Nos adultos, essa doença é pouco observada, mas como a forma de contágio é simples, eles devem ser imunizados para proteger as crianças com quem convivem.
Conhecida por deixar o pescoço inchado, a caxumba também tem transmissão por via respiratória. Mesmo que seja mais comum em crianças, a caxumba apresenta casos mais graves em adultos, podendo causar meningite, encefalite, surdez, inflamação nos testículos ou dos ovários, e mais raramente no pâncreas.
Já a rubéola é caracterizada pelo aumento dos gânglios do pescoço e por manchas avermelhadas na pele. Geralmente, é mais perigosa para gestantes e o vírus pode levar à síndrome da rubéola congênita, que prejudica a formação do bebê nos três primeiros meses de gravidez. A síndrome causa surdez, má-formação cardíaca, catarata e atraso no desenvolvimento.
O adulto deve tomar a tríplice-viral se ainda não tiver recebido as duas doses recomendadas para a imunização completa quando era criança e se tiver nascido depois de 1960. O Ministério da Saúde considera que as pessoas que nasceram antes dessa data já tiveram essas doenças e estão imunizados, ou já foram vacinados anteriormente.
3. Vacina contra a hepatite B
A hepatite B é transmitida pelo sangue, e em geral não apresenta sintomas. Alguns pacientes se curam naturalmente sem mesmo perceber que tem a doença. Já em outros, ela pode se tornar crônica, levando a lesões do fígado que podem evoluir para a cirrose. "A imunização contra essa doença é importante, pois ela pode causar problemas sérios, como câncer no fígado", explicou Paulo Olzon.
Até os 24 anos, todas as pessoas podem tomar a vacina contra hepatite B, gratuitamente, em qualquer posto de saúde. A aplicação da vacina também continua de graça, quando o adulto faz parte de um grupo de risco. "Pessoas que tenham contato com sangue, como profissionais de saúde, podólogos, manicures, tatuadores e bombeiros, ou que tenham relacionamentos íntimos com portador da doença, são as mais expostas a essa doença", disse o especialista. Fora isso, qualquer adulto pode encontrar a vacina em clínicas particulares.
4. Pneumo 23 (pneumonia)
O pneumococo, bactéria que pode causar a pneumonia, entre outras doenças, pode atacar pessoas de todas as idades, principalmente indivíduos com mais de 60 anos que, em nenhuma hipótese, podem deixar de tomar a vacina pneumo 23.
A pneumonia é o nome dado a inflamação nos pulmões causada por agentes infecciosos, como bactérias, vírus, fungos e reações alérgicas. Entre os principais sintomas dessa inflamação dos pulmões, estão febre alta, suor intenso, calafrios, falta de ar, dor no peito e tosse com catarro. Adultos com doenças crônicas em órgãos como pulmão e coração devem tomar essa vacina sempre que há uma campanha de vacinação.
5. Vacina contra a febre amarela
A febre amarela é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. A doença tem como principais sintomas febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (pele e olhos amarelados) e hemorragias.
Por ser uma doença grave, e com alto índice de mortalidade, todas as pessoas que moram em locais de risco devem tomar a vacina a cada dez anos para prevenir a manifestação dos sintomas de febre amarela, durante toda a vida. Quem for para uma dessas regiões precisa ser vacinado pelo menos dez dias antes da viagem.
6. Vacina contra o influenza (gripe)
A vacina contra gripe deve estar na rotina de quem está com mais de 60 anos. A gripe é transmitida por via respiratória, leva a dores musculares e a febres altas. Seu ciclo costuma ser de uma semana. Pessoas idosas podem tomar a vacina nos postos de saúde a qualquer momento, enquanto os mais jovens podem ser vacinados em clínicas particulares ou durante a campanha anual.
7. HPV
A vacina existe tanto para homens quanto para mulheres e previne os quatros principais tipos do Papilomavirus humano — o HPV. O vírus, transmitido durante a relação sexual, é responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero, além de provocar tumores de vulva, pênis, boca, ânus e pele.
Apesar de existir a vacina bivalente, que protege dos tipos 16 e 18 de HPV e só é aplicada em mulheres, a quadrivalente é a mais indicada, pois protege desses dois tipos citados mais os tipos 6 e 11 e também serve para os homens.
A Anvisa recomenda a vacinação em pessoas dos 9 aos 26 anos, em especial para aquelas que ainda não iniciaram sua vida sexual, para garantir maior eficácia na proteção. Vale lembrar, no entanto, que a vacina não dispensa o uso de preservativos na relação.
8. Vacina para Herpes Zóster
Herpes zoster é uma infecção viral que provoca vesículas na pele e geralmente é acompanhada de dor intensa. É causado pelo vírus varicela-zoster e acomete pessoas que tiveram catapora em algum momento da vida e ficaram com vírus adormecido em gânglios do corpo. Como o vírus fica latente durante muitos anos, a doença é mais comum em idosos e pessoas acima dos 50 anos. A vacina é dose única, via subcutânea, preferencialmente no braço.
A vacina ainda não é distribuída em postos de saúde. Se você tem mais de 50 anos e já foi exposto ao vírus da varicela, converse com seu médico ou médica para entender a necessidade de se vacinar para herpes zóster.