Com saber se uma criança com sintomas de transtono bipolar tem realmente o problema?
Evelyn Vinocur é doutora em Pediatria, graduada em 1978 pela Universidade Federal Fluminense (UFF), especialista em Pedi...
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Há uma escassez de médicos capazes de reconhecer a desordem bipolar infantil e saber como tratá-la. Crescer é muito difícil para crianças com desordem bipolar. A última coisa que precisamos é de diagnósticos errados e tratamento para o que não temos.
A constatação de que crianças manifestam o transtorno é positiva, já que antecipa o tratamento, mas tem uma contrapartida: um grande número de diagnósticos apressados. Muitos médicos sem experiência clínica com bipolaridade acabam por prescrever remédios pesados a seus pacientes, sem examinar mais a fundo o quadro.
Outro problema que ocorre é gerado pelo fato de que a sociedade desconhece os transtornos mentais. Transtornos mentais em criança, pior ainda! Muita gente ainda acha que criança não se deprime e que fica ansiosa. Criança, pensando em morrer? Ah! Imaginem, é muito pesado para os pais até mesmo levantar essa hipótese, o que contribui para um desconhecimento dos sintomas e um atraso muito grande na realização de um diagnóstico e tratamento.
Vemos que normalmente é a mãe percebe. Ah, a mãe desconfia... Ela pode até não saber explicar o que o filho dela tem, mas ela sabe que ele tem algo. O clima em casa e na escola fica sombrio e a angústia toma conta da família. Não tardam as brigas, os gritos, xingamentos e, muitas vezes, a violência pode tomar conta daquela família. Separações são frequentes. A sensação de impotência e incompetência toma conta de todos. Todos ficam como algemados, sem saber o que fazer.
O transtorno bipolar do humor na infância e adolescência é uma condição que precisa ser muito divulgada e conhecida por todos nós. Os portadores precisam conhecer a fundo o mecanismo do problema. A família também, pois assim eles se unirão e se fortalecerão, no sentido de conseguir calma e tranquilidade para prosseguirem no tratamento de modo correto.
Na maioria dos adultos, as manifestações clínicas são clássicas, o humor oscila de um extremo ao outro, da alegria incontrolável e raciocínio veloz à depressão e apatia. No caso das crianças, não é comum ocorrer essa gangorra emocional. A doença se apresenta por meio de uma conjunção de sintomas menos específicos, como impulsividade, irritabilidade, dispersão, agitação e acessos de raiva.
Por causa dos sintomas pouco específicos, é recorrente que a criança bipolar seja diagnosticada com outros males, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e a depressão. Para fazer o diagnóstico diferencial, é preciso ficar atento a sinais de humor cíclico e analisar o histórico familiar. Quase metade das pessoas que sofrem de transtorno bipolar tem outros casos na família.
Segundo a ABRATA: Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos:
Em crianças pré-escolares
A descrição dos familiares é a melhor fonte de informações que o profissional pode obter sobre os sintomas do THB e sua evolução nos pacientes dessa faixa etária, já que as crianças ainda não conseguem expressar claramente seus sentimentos. Além do que, os instrumentos estruturados de avaliação apropriados para essa idade são escassos e é difícil mensurar o prejuízo na vida funcional da criança. Os relatos dizem em geral respeito a comportamentos como:
Isolamento social devido a seu comportamento inconstante
Pouca resposta à estimulação visual e verbal
Mudança inexplicável de comportamento
Queixas de dores de cabeça e estômago
Busca constante de novos estímulos
Choro frequente e sem causa aparente
Abandono de tarefas sem conclusão
Recusa de alimentos ou voracidade
Marcante inquietação motora
Perturbação no sono
Agressividade
Em crianças de 7 a 12 anos
A partir dos 07 anos de idade é que as patologias psiquiátricas, como o THB, tornam-se frequentemente percebidas em função do rendimento escolar inadequado e do comportamento típico dessas etiologias:
Enurese
Agitação motora
Cansaço frequente
Distúrbios do sono
Recusa a ir à escola
Auto e heteroagressividade
Baixo controle dos impulsos
Problemas de relacionamento
Irritabilidade, raiva, mau humor, reações desproporcionais
Sentimento subjetivo de depressão (triste, infeliz, culpado)
Baixa modulação afetivo-emocional, choro imotivado
Os comportamentos bizarros e extravagantes, assim como a hipersexualização são muito mais evidentes na adolescência
Dificuldade de concentração comprometendo o rendimento escolar
Dificuldade na organização da informação
Prejuízo na memória episódica
Em matemática, o desempenho do bipolar é quase sempre abaixo da média
Ruptura brusca na evolução e desenvolvimento normais da criança
Dificuldades em adquirir autonomia social
Apresentam altos e baixos de aproveitamento acadêmico, que decai subitamente e demora a ser recuperado devido às oscilações do humor,
Até a década passada, os especialistas que defendiam que a doença podia aparecer em crianças eram vistos com reservas. Vinte anos atrás, publicavam-se cerca de dez estudos científicos por ano relacionados à bipolaridade infantil – menos de um décimo do que se publica hoje.
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