Atelectasia: o que é, tratamento, causas e se é grave

O que é Atelectasia?

A atelectasia é um quadro clínico caracterizado pelo colapso dos alvéolos pulmonares, estruturas responsáveis pela troca gasosa durante a respiração. Para que essa troca aconteça, os alvéolos devem permanecer abertos e cheios de ar. Quando eles se fecham ou se estreitam, a respiração é prejudicada, levando ao quadro de atelectasia.

É uma das condições respiratórias mais comuns após cirurgias, geralmente causada pela incapacidade de respirar fundo e profundamente devido ao desconforto após um procedimento cirúrgico. Ela também pode surgir em decorrência a outros problemas na respiração, como a inalação de objetos estranhos, tumores pulmonares, água no pulmão, asma grave, pancada e outros ferimentos no peito.

Causas

Causas da atelectasia

A principal causa de atelectasia é a obstrução de um dos brônquios (ramificações da traqueia que conduzem diretamente aos pulmões). Essa obstrução pode ocorrer por conta de:

• Muco
• Tumor
• Objeto aspirado até o brônquio,
• Coágulos de sangue,
• Tuberculose
• Pneumonia
• Pressão externa
  

Leia mais: Dificuldade para respirar: possíveis causas e o que fazer

Além disso, muitas cirurgias podem causar atelectasia. Isso porque a anestesia altera a dinâmica de entrada e de saída de ar dos pulmões, a absorção de gases e a pressão, o que combinado pode levar a algum grau de colapso nos alvéolos.

Por último, a atelectasia pulmonar pode ser consequência secundária da imunidade mais baixa que pessoas com diabetes costumam ter. "Caso um desses pacientes tenha uma infecção pulmonar, é mais fácil que ela evolua para uma atelectasia", explicou a endocrinologista Tarissa Petry anteriormente ao MinhaVida. 

Sintomas

Sintomas de atelectasia

Entre os principais sintomas de atelectasia estão:

• Dificuldade para respirar
• Febre baixa
• Tosse
• Dor no peito
• Aumento dos batimentos cardíacos
• Falta de ar

Diagnóstico

“A atelectasia costuma ser diagnosticada com o auxílio de um exame físico e radiografia de tórax. Isso pode mostrar quanto do pulmão colapsou. Às vezes, pode ajudar a identificar a causa do colapso, como massa, tumor ou tampão de muco”, explica Misbah Baqir, médica de cuidados intensivos e pneumologista da Mayo Clinic.

Raio X para atelectasia

Geralmente, os médicos indicam um exame de raio x do tórax do paciente para diagnosticar a condição. Em crianças com sintomas de infecções respiratórias, especialmente pneumonia, o exame pode mostrar a presença de um corpo estranho aspirado bloqueando uma das vias aéreas inferiores, que é a causa mais comum de atelectasia em crianças.

Outros exames para diagnosticar atelectasia

Para determinar outras causas, o médico pode pedir os seguintes exames:

• Ultrassom
• Oximetria
• Tomografia computadorizada
• Broncoscopia

Fatores de risco

Fatores que aumentam o risco de atelectasia incluem:

• Nascimento prematuro, quando os pulmões ainda não foram completamente desenvolvidos e não possuem as secreções necessárias (surfactante) para ajudá-los a permanecer abertos
• Doenças pulmonares como bronquite, asma e fibrose cística
• Confinamento em uma cama com pouca movimentação
• Cirurgias abdominais ou torácicas recentes
• Uso recente de anestesia geral
• Fraqueza dos músculos respiratórios
• Obesidade
• Problemas para engolir, principalmente em adultos mais velhos
• Respiração superficial

Tratamento

Tratamento para atelectasia

O tratamento para atelectasia depende da razão dela ter ocorrido. Segundo Stephen, em pequenas áreas o pulmão pode se curar com exercícios simples de respiração profunda, muitas vezes com a ajuda de um espirômetro de incentivo.

Se for ligada a outra situação de saúde, como um tumor, o tratamento pode envolver a remoção ou encolhimento da área afetada com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.

Para pacientes que fizeram ou farão cirurgias nas vias respiratórias, é importante usar técnicas para respirar fundo e ajudar a expandir a área colapsada. Alguns exercícios que fisioterapeutas respiratórios recomendam são:

• Tossir
• Posicionar o corpo de forma que a cabeça fique mais baixa que o tronco, fazendo com que o muco seja drenado mais facilmente do fundo dos pulmões
• Dar suaves tapas sobre a área colapsada para soltar o muco
• Inalação com oxigênio, que ajuda a aliviar os sintomas da respiração curta.

Saiba mais: Fisioterapia respiratória: o que é, indicações e exercícios

Medicamentos para atelectasia

Em alguns casos pode ser necessário usar remédios para o tratamento de atelectasia. Exemplos são:

• Broncodilatadores inalados, que abrem os brônquios para que a respiração fique mais fácil
• Acetilcisteína, que ajuda o muco a ficar mais fino para ser eliminado com a tosse
• Pulmozyme, principalmente usado para limpar tampões de muco em crianças.

Dependendo do quadro, o médico pode indicar procedimentos mais invasivos para a remoção das obstruções, que podem ser feitos sugando o muco ou por broncoscopia.

Tem cura?

A atelectasia tem cura, mas depende de cada caso. Em adultos, a atelectasia normalmente dura pouco tempo, pois os alvéolos pulmonares que entraram em colapso se encherão de ar novamente e o problema estará resolvido.

Geralmente, a atelectasia não demanda cuidados durante toda a vida do paciente. Contudo, se atinge grandes áreas do pulmão – especialmente em bebês, crianças pequenas ou adultos com algum problema respiratório preexistente – ela pode ser muito séria se não tratada rapidamente.

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Atelectasia é grave?

A quantidade de tecido pulmonar envolvido na atelectasia é variável dependendo de cada causa. Da mesma forma, os sintomas da condição também variam. Segundo Stephen Cassivi, cirurgião torácico da Mayo Clinic, a atelectasia, quando limitada, não é perigosa, mas se envolver uma grande quantidade de pulmão ou for prolongada, pode ser grave, uma vez que reduz a quantidade de oxigênio disponível no corpo e pode levar à pneumonia.

Prevenção

Para diminuir os riscos de atelectasia, é preciso:

• Não deixar objetos pequenos com crianças, elas podem coloca-los na boca, engoli-los ou eles acabarem presos nas vias respiratórias
• Parar de fumar
• Respirar corretamente e fazer exercícios para uma respiração profunda, especialmente após cirurgias
• Se estiver de cama, o paciente deve mudar de posição frequentemente

Referências

Manual MSD

Mayo Clinic

Stephen Cassivi, M.D., cirurgião torácico da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota

Misbah Baqir, M.B.B.S., médica de cuidados intensivos e pneumologista da Mayo Clinic em Rochester, Minnesota