Graduado em Medicina pela Universidade de Brasília (UNB), residente em Cirurgia geral pelo Hospital de Urgências de Goiâ...
iFormado pela Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul, é especializado em conteúdos de saúde
O que é Cálculo renal (pedra no rim)?
O cálculo renal, conhecido popularmente como pedra no rim, nefrolitíase ou litíase renal, é uma massa sólida formada por pequenos cristais de sais minerais que se desenvolvem nos rins ou dentro do trato urinário. Conhecida por provocar uma dor intensa, ela pode gerar ardência ao urinar, sangramento e crises acompanhadas por náuseas e vômitos. O deslocamento dessa pedra provoca a cólica renal.
Causas
A pedra no rim é formada quando a urina apresenta quantidades maiores que o normal de cálcio, oxalato e ácido úrico, ou quando há uma diminuição de fatores que impediriam a aglomeração desses cristais, como o citrato.
De modo geral, essas substâncias formam pequenos cristais que, consequentemente, se transformam em pedras, ou cálculos.
Diversos fatores causam a formação dessas pedras, como:
- Predisposição genética;
- Volume insuficiente de urina;
- Sedentarismo;
- Perda de peso substancial;
- Dieta rica em proteínas e em sal;
- Baixa ingestão de líquidos;
- Hiperparatireoidismo (transtorno hormonal relacionado ao metabolismo do cálcio);
- Doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn.
Tipos
Existem quatro tipos de cálculos renais, diferentes em relação à sua formação. São eles:
- Cálculos de cálcio: são os mais comuns. Ocorrem mais frequentemente em homens do que em mulheres e aparecem, no geral, entre 20 e 30 anos. Em geral, o cálcio se combina com outras substâncias, como o oxalato, o fosfato ou o carbonato, para formar a pedra no rim;
- Cálculos de cistina: aparecem em pessoas com cistinúria (doença renal hereditária que afeta tanto homens quanto mulheres);
- Cálculos de estruvita: encontrados principalmente em mulheres com infecção do trato urinário. Esses tipos de pedra nos rins crescem muito e bloqueiam o rim, o ureter ou a bexiga;
- Cálculos de ácido úrico: formam-se principalmente em pacientes que têm ácido úrico elevado e são mais frequentes em homens. Eles podem ocorrer juntamente com dietas ricas em proteína, gota ou quimioterapia.
Existem outros tipos de pedra nos rins, porém com menor incidência em relação a esses.
Sinais
Cálculos localizados dentro do rim habitualmente não causam sintomas, incomodando somente quando se movimentam para sair.
Nesta situação, o problema surge nas seguintes formas:
- Dor lombar variável e intensa, como cólica, que pode se irradiar para flanco (laterais do abdômen no corpo), abdômen inferior e região genital (até vulva ou testículo);
- Náuseas e vômitos;
- Desejo elevado de ir ao banheiro urinar, mas sem expelir a pedra;
- Desejo de evacuar;
- Ardência para urinar;
- Sangue na urina.
Diagnóstico
O diagnóstico do cálculo renal é feito com tomografia de abdômen e exames clínicos.
Fatores de risco
Alguns fatores são considerados de risco, contribuindo para o surgimento do cálculo renal. Veja quais são:
- Histórico familiar: se alguém da sua família já teve pedra nos rins, as chances de você desenvolvê-las também são maiores, assim como se a pessoa já teve a doença alguma vez;
- Adultos acima dos 40 anos: são mais propensos a desenvolver pedra nos rins em relação aos mais jovens;
- Sexo masculino: homens são mais suscetíveis aos cálculos renais do que mulheres;
- Deixar de beber a quantidade de água indicada: ao reduzir o volume, aumentam os riscos de desenvolver pedras nos rins;
- Dietas ricas em proteína, sódio (sal) ou açúcar: a presença exacerbada de sal na dieta aumenta a quantidade de cálcio que os rins deverão filtrar, o que, consequentemente, leva a um risco maior do surgimento de cálculos renais;
- Doenças do trato digestivo: inflamação gastrointestinal e diarreia crônica, e cirurgias, como a de bypass gástrico afetam a absorção de cálcio e água, aumentando as chances de formação de substâncias capazes de levar à formação de pedras;
- Outras doenças, como acidose, lesões renais tubulares, hiperparatireoidismo, doenças no trato urinário e alguns medicamentos podem aumentar os riscos de cálculo renal.
Pessoas com obesidade também têm maior risco de apresentar pedra nos rins.
Saiba mais: Consumo de bebidas açucaradas aumenta risco de cálculo renal
Exames
Para detectar o cálculo renal, os médicos realizam exames de imagem, como ultrassonografia e radiografia de abdômen.
Fora do período de crise, realiza-se uma avaliação metabólica que inclui exames de sangue (hemograma) e urina para determinar o fator dos cálculos, e assim, prevenir a formação de novos.
Leia também: Infecção urinária: o que é, causas e tratamento
Buscando ajuda médica
Quais são os especialistas em cálculo renal?
Caso o paciente apresente cálculos assintomáticos, identificados em exames de rotina, o ideal é procurar um urologista que irá solicitar os exames específicos para tratar a questão.
Por outro lado, se a pessoa está sentindo dor ou qualquer outro sintoma de pedras nos rins, a melhor solução é ir direto a um pronto-socorro, pois, no início das crises, é possível tratar o problema e minimizar complicações.
Por fim, quando há a formação de cálculos de repetição, procura-se um nefrologista que fará a avaliação da composição da urina e investigará a existência de problemas que facilitam a formação dos cálculos.
Tratamento
O tratamento pode ser clínico, feito com medicamentos para controlar a dor e auxiliar na eliminação espontânea do cálculo.
Quando o cálculo não sai espontaneamente, há alternativas, como:
- Bombardeamento das pedras por ondas de choque;
- Ureteroscopia: cirurgia para retirar o cálculo dos rins ou do ureter após sua fragmentação;
- Traqueostomia percutânea: consiste na retirada cirúrgica de pedras maiores por meio de um pequeno corte feito nas costas do paciente
- Cirurgia de glândulas paratireoides: a alteração nas glândulas paratireoides, localizadas próximas à tireóide, faz com que aumente os níveis de cálcio no corpo, podendo provocar pedras no rim.
Medicamentos
Os medicamentos mais prescritos para o tratamento de pedra no rim são:
- Alopurinol;
- Ceftriaxona Dissódica;
- Ceftriaxona Sódica;
- Clortalidona;
- Cystex;
- Escopolamina;
- Higroton;
- Lisador;
- Nimesulida;
- Toragesic.
Prevenção
Para prevenir o cálculo renal, é necessário tomar cuidado especialmente com a alimentação. Veja algumas medidas que reduzem a incidência do problema:
- Beba bastante água durante o dia;
- Alimente-se menos com comidas ricas em oxalato, como espinafre, nozes, batata-doce e chocolate. Ao mesmo tempo, consuma alimentos ricos em cálcio, mas cuidado com o excesso. É essencial manter os níveis de cálcio no sangue estáveis.
Saiba mais: Sete cuidados que ajudam a acabar com o cálculo renal
Complicações possíveis
As pedras nos rins que descem para o ureter são muito dolorosas e a recuperação tende a ser mais difícil e desconfortável. Normalmente, eles são removidos sem causar danos permanentes, mas tendem a reaparecer, especialmente se a causa não for encontrada e tratada.
Outra possível complicação gerada pelo cálculo renal é a infecção urinária, pois a pedra no rim pode levar ao acúmulo de bactérias no local.
Referências
Sociedade Brasileira de Urologia
Sociedade Brasileira de Nefrologia
MD Saúde