Médico oftalmologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da PUC-Campinas desde 1985, tendo vasta experiência em...
iRedatora especialista na elaboração de conteúdo sobre saúde, beleza e bem-estar.
Médico oftalmologista especialista em cirurgia de catarata e implantes intraoculares. Ele é graduado em Medicina pela Un...
iMédico com residência em Oftalmologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É membro do Conselho Brasile...
iO que é Catarata?
A catarata é uma doença que deixa a visão opaca por conta da perda de transparência do cristalino - uma espécie de lente natural do olho cuja função é propiciar o foco em diferentes distâncias.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, o mais comum é que a doença apareça com o avanço da idade, pois o envelhecimento torna o corpo humano mais propenso a problemas degenerativos.
Tipos
Como explica o oftalmologista Bruno Prieto, a doença pode ser dividida em cinco grupos principais de acordo com a sua causa:
1. Catarata senil
Essa forma da doença ocorre por causa do envelhecimento, sendo mais frequente em indivíduos acima de 60 anos.
Saiba mais: Conheça as mudanças no corpo comuns da terceira idade
2. Catarata congênita
Nesse tipo, a criança geralmente já nasce com a doença - o que pode acontecer por diversas razões, como a mãe ter tido rubéola ou toxoplasmose durante a gravidez.
3. Catarata secundária
Estão nesse grupo as cataratas provocadas por doenças como glaucoma e diabetes, ou, então, pelo uso inadequado de medicamentos, especialmente os corticoides.
4. Catarata traumática
Essa forma ocorre após acidentes envolvendo o olho, como batidas muito fortes na região, embora ela possa demorar anos para se manifestar.
5. Catarata de radiação
As cataratas de radiação, por sua vez, se desenvolvem após a exposição excessiva a raios X, podendo surgir, por exemplo, depois de um tratamento para câncer.
Sintomas
Os sintomas de catarata costumam aparecer aos poucos, piorando com o passar do tempo. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, os mais comuns são:
- Visão nublada, confusa ou nebulosa
- Halos e pontos luminosos em volta da luz
- Cores aparentemente mais amarelas e menos vibrantes
- Necessidade de mais iluminação para enxergar bem
- Sensibilidade à luz
- Mudanças frequentes na prescrição de óculos
- Visão dupla
Saiba mais: 8 questões respondidas sobre a catarata
Nas crianças, pode ser difícil identificar os sintomas da catarata. Devem servir de alerta para os pais:
- Pupila esbranquiçada
- Desvio dos olhos (estrabismo)
- Movimentos repetitivos das pupilas
- Indícios de que a criança não está enxergando direito ou está com sensibilidade à luz, tampando os olhos ao sair no sol
Diagnóstico
O diagnóstico normalmente é feito por um oftalmologista, mas outras especialidades também podem detectar a doença, como:
- Médico da família
- Geriatra
- Pediatra.
O importante é que o profissional suspeite da doença a partir dos sintomas apresentados. E, em seguida, examine os olhos do paciente em busca de alterações na pupila, já que ela tende a ficar esbranquiçada com a perda de transparência do cristalino.
“No dia a dia, muitos pacientes acham que estão indo a uma consulta de rotina para rever os óculos e acabam surpreendidos com o diagnóstico”, comenta o oftalmologista Daniel Cezar de Andrade, especialista em cirurgia de catarata.
Saiba mais: 11 atitudes que facilitam a consulta médica
Fatores de risco
Alguns fatores podem aumentar o risco de catarata, incluindo:
- Consumo excessivo de álcool
- Exposição prolongada e sem proteção à luz solar
- Histórico familiar da doença
- Obesidade
- Tabagismo.
Tratamento
Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cirurgia de catarata é o único método eficaz para tratar a doença. Nela é retirado o cristalino opaco do paciente e introduzida, no lugar, uma lente intraocular (LIO) que possibilita a visão adequada.
O procedimento é um dos mais realizados no mundo, tendo altas taxas de segurança. “É claro que, apesar de raras, as complicações podem acontecer. Para reduzir os riscos, fazemos a avaliação clínica do paciente e vários exames no pré-operatório”, explica Daniel Cezar de Andrade.
Além disso, para evitar problemas, como em qualquer outra intervenção cirúrgica, é necessário tomar cuidados especiais depois da cirurgia. A recuperação, no entanto, costuma ser rápida, com a pessoa sendo liberada para retomar a sua rotina normal em apenas uma semana.
Saiba mais: Cirurgia de catarata tem recuperação quase imediata
Quando operar?
Fazer a cirurgia o quanto antes é essencial para evitar o avanço da catarata e manter a qualidade de vida do paciente. Por isso, ao contrário de antigamente, hoje não se espera mais a doença progredir para operar. Com os primeiros sintomas e a confirmação do diagnóstico, a pessoa já pode ser direcionada para a cirurgia.
A decisão de operar ou não deve ser feita pelo paciente junto com o médico, porque, às vezes, a catarata precisa ser removida para que o oftalmologista possa tratar outra doença nos olhos, como a retinopatia diabética. Em outros casos, porém, o paciente pode optar por não fazer a cirurgia caso considere que a sua perda de visão não foi tão significativa, sendo bem resolvida com o uso de óculos ou lentes de contato.
O especialista Daniel Cezar de Andrade, no entanto, alerta: “O principal problema é que, quando é prolongada a intervenção cirúrgica, a catarata avança , e traz desafios técnicos ao cirurgião e ao planejamento cirúrgico”.
Catarata pode voltar após cirurgia?
Essa é uma dúvida comum entre os pacientes. A resposta é não, porque o cristalino opaco é removido durante o procedimento e a lente intraocular que foi colocada no lugar dura por mais de cem anos.
O que pode acontecer é a opacificação da parte que ficava atrás do cristalino, que não se trata de uma segunda catarata e que pode ser tratada de forma simples usando laser.
Prevenção
Para prevenir catarata, o oftalmologista Bruno Pietro recomenda:
- Fazer exames oftalmológicos regulares
- Parar de fumar
- Reduzir o consumo de álcool
- Usar óculos de sol frequentemente
- Gerenciar outros problemas de saúde, como glaucoma e diabetes
- Proteger os olhos de lesões durante atividades de risco, como a prática de esportes
- Manter o peso ideal
- Fazer uma dieta saudável, rica em vitaminas e minerais
Complicações possíveis
Se não tratada, a catarata pode levar à perda significativa da visão, resultando até em cegueira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 94 milhões de pessoas no mundo têm deficiência visual devido a um quadro de catarata que não foi tratado corretamente.
Embora em alguns casos as cataratas parem de crescer, elas não costumam regredir por conta própria. Se suspeitar da doença, consulte um médico. O diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença.
Referências
Conselho Brasileiro de Oftalmologia: principal entidade representativa dos oftalmologistas no Brasil.
USA National Eye Institute: centro de pesquisa sobre visão do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos.
Organização Mundial da Saúde: agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que busca melhorar as condições de saúde no mundo por meio da colaboração internacional.
Ministério da Saúde: parte do governo responsável pela administração e manutenção da saúde pública no Brasil.