Paulo Alves Junqueira atua como neuropediatra em Jundiaí - SP.
Redatora especialista em temas relacionados com bem-estar, família e comportamento.
O que é Estenose crânio-facial?
A estenose crânio-facial, também conhecida como cranioestenose, é uma má formação óssea decorrente da ausência ou do fechamento prematuro das suturas (pontos em que os ossos se unem) cranianas e faciais acompanhado do desenvolvimento precário da maxila e do globo ocular. Pode ocorrer isoladamente ou associada a mais de 70 tipos de síndromes, sendo as mais comuns as de Crouzon e Apert.
A prevalência do problema sobre a população ainda não é bem estabelecida, mas estima-se que a estenose crânio-facial acometa uma em cada 2 mil crianças no mundo. O sexo masculino é o mais afetado, com incidência três vezes maior do que em mulheres.
Causas
Por ser uma condição genética, a estenose crânio-facial não possui uma causa específica.
Sendo assim, sua causa geralmente é acompanhada de outras síndromes e alterações genéticas.
Sintomas
A cranioestenose é caracterizada por alterações na aparência física do paciente, que podem variar de pessoas para pessoa, mas geralmente incluem:
- Olhos mais afastados e saltados
- Testa com um formato maior do que o usual
- Cabeça mais alongada
- Pouco espaço entre o nariz e a boca
Em alguns casos, o paciente pode apresentar outros sintomas e complicações decorrentes da alteração, como a hidrocefalia.
Diagnóstico
A estenose crânio-facial pode ser diagnosticada durante uma simples consulta médica, por possuir características bastante específicas. Alguns exames, como radiografia e tomografia, também podem ser solicitados para confirmar a condição.
Além disso, exames de ressonância magnética podem mostrar sinais de atrofia cerebral ou outras complicações. O mapeamento ósseo também pode ser usado para confirmar o diagnóstico, assim como a investigação genética, em alguns casos.
Tratamento
Quando a estenose crânio-facial tem impacto apenas na parte estética, paciente e médico devem discutir a necessidade de uma intervenção cirúrgica precoce para o bem-estar da criança. Nos casos em que o fechamento das suturas coloca em risco a vida ou o desenvolvimento da criança, o procedimento cirúrgico é fundamental e deve ser realizado o quanto antes.
Convivendo (Prognóstico)
Alguns casos exigem acompanhamento fisioterápico, fonoaudiológico e ortodôntico. Se não estiver vinculado a nenhuma síndrome, a condição é apenas estética, não afetando o desenvolvimento neurológico e intelectual do indivíduo.
Complicações possíveis
A não intervenção cirúrgica pode levar a deformidades permanentes da caixa craniana e das estruturas faciais associadas, que incluem deficiências estéticas, funcionais e psicossociais. Algumas delas são:
- Microcefalia: quando o cérebro atrofia porque não tem espaço para se desenvolver
- Hidrocefalia: dilatação dos ventrículos e de cavidades dentro do cérebro pelo acúmulo de líquor, líquido que hidrata e protege o órgão
- Proptose ocular: deslocamento do globo ocular.
Referências
Cirurgiã dentista Katia Regina Izola Simone, especialista e mestre em ortodontia e ortopedia facial, coordenadora do curso de especialização em ortodontia da EAP-APCD Central (SP) e coordenadora do curso de especialização em ortodontia da São Leopoldo Mandic (SP).