Possui graduação em Medicina pela USP, mestrado em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas, doutorado em...
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O que é Microcefalia?
A microcefalia é uma anomalia congênita em que a cabeça dos recém-nascidos é significativamente menor se comparada com a de bebês do mesmo sexo e idade. Frequentemente, crianças com microcefalia também apresentam o cérebro menor — que pode não ter se desenvolvido adequadamente durante a gestação ou após o nascimento. A condição pode ser provocada por diversos fatores, desde problemas genéticos a ambientais.
As medidas de perímetro cefálico que indicam microcefalia variam de acordo com a idade gestacional (número de semanas) que o bebê nasceu. Há tabelas para conferir se o perímetro cefálico está de acordo com o padrão no site do Ministério da Saúde.
Causas
Causas da microcefalia
As principais causas da microcefalia incluem:
- Malformações do sistema nervoso central
- Diminuição do oxigênio para o cérebro fetal devido a algumas complicações na gravidez ou parto
- Exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos na gravidez;
- Desnutrição grave na gestação
- Fenilcetonúria materna
- Rubéola congênita na gravidez
- Toxoplasmose congênita na gravidez
- Infecção congênita por citomegalovírus
Em alguns casos, a microcefalia pode ser causada por doenças genéticas, tais como:
- Síndrome de Down
- Síndrome de Cornelia de Lange
- Síndrome Cri du chat
- Síndrome de Rubinstein - Taybi
- Síndrome de Seckel
- Síndrome de Smith-Lemli–Opitz
- Síndrome de Edwards
Relação entre zika vírus e microcefalia
A transmissão da infecção zika vírus durante a gravidez está relacionada à ocorrência de microcefalia e a outros defeitos cerebrais graves do bebê. Uma pesquisa publicada na edição de setembro de 2016 no periódico científico Cell Host & Microbe explica que o zika vírus seria responsável por atacar células cerebrais fetais, conhecidas como células progenitoras neurais.
Essas células são essenciais para a formação dos ossos e da cartilagem do crânio, por isso há uma má-formação craniana vista em bebês cujas mães foram infectadas pelo vírus da Zika durante a gravidez. Em estudos iniciais, o maior risco está associado aos primeiros três meses de gestação.
Saiba mais: Entenda a relação entre microcefalia e Zika vírus
Tipos
A Organização Mundial (OMS) define a microcefalia com base nos seguintes critérios:
- Microcefalia: determina bebês com perímetro cefálico inferior a dois desvios-padrão (DP), isso é, mais de dois desvios-padrão abaixo da média para idade gestacional e sexo
- Microcefalia grave: é a forma mais extrema da condição e determina bebês com perímetro cefálico inferior a três desvios-padrão (DP), isso é, muito menor do que o valor ainda mais baixo
Diagnóstico
O diagnóstico de microcefalia pode ser feito antes do nascimento através do acompanhamento de crescimento e desenvolvimento da criança por meio de exames de ultrassom. Após o nascimento, a anomalia é detectada ao medir a circunferência da cabeça (perímetro cefálico) e compará-la com a de outros bebês do mesmo sexo, idade e etnia na região que o recém-nascido vive.
O especialista também pode solicitar exames adicionais para detectar anomalias no cérebro e definir a causa da microcefalia, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e exames de sangue.
Saiba mais: Microcefalia: entenda as medidas da cabeça que indicam o problema
Buscando ajuda médica
A microcefalia normalmente é detectada pelo médico nos primeiros exames após o nascimento em um check-up regular. Contudo, caso você suspeite que a cabeça de seu bebê é menor do que a de outros da mesma idade ou não está crescendo como deveria, converse com seu médico.
Tratamento
Não há tratamento para microcefalia que possa ser capaz de fazer a cabeça da criança ter um tamanho considerado normal. É orientado realizar terapias para melhorar as habilidades físicas e intelectuais da criança. Portanto, o médico poderá recomendar a fisioterapia, a terapia ocupacional e outras formas de tratamentos orientadas.
Prevenção
A prevenção da microcefalia envolve o combate e a prevenção dos fatores de risco associados à doença, como:
- Controle de doenças maternas, como diabetes e hipertensão
- Não consumir álcool, tabaco e medicamentos contraindicados durante a gestação
- Prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis
- Controle da população de mosquitos Aedes aegypti
- Proteção individual contra picadas
- Evitar contato com pessoas com febre ou infecções
Complicações possíveis
A criança com microcefalia pode apresentar complicações como:
- Déficit intelectual
- Atraso nas funções motoras e de fala
- Distorções faciais
- Nanismo ou baixa estatura
- Hiperatividade
- Epilepsia
- Dificuldades de coordenação e equilíbrio
- Alterações neurológicas
Algumas crianças com microcefalia podem não apresentar problemas de aprendizado.
Referências
Clínica Mayo, Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrames dos Estados Unidos.
Ministério da Saúde
Manual MSD