Especialista em medicina do sono no Instituto do Sono, realizou o curso de cirurgias para apneia do sono no complexo Flo...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O que é Laringotraqueobronquite?
Laringotraqueobronquite é a inflamação da via aérea que leva o ar para os pulmões. Acontece uma produção aumentada de muco e os cílios, que são encarregados da limpeza, não conseguem eliminá-lo. Indivíduos com laringotraqueobronquite costumam apresentar tosse com muita secreção.
A laringotraqueobronquite pode ser aguda ou crônica. Casos agudos são comuns. Em geral ocorrem depois de um resfriado e melhoram em alguns dias. Já os casos crônicos podem estar relacionados a doenças pulmonares, em geral associadas ao cigarro.
Causas
As causas mais comuns da laringotraqueobronquite aguda são infecções por vírus, como resfriado comum e gripe. Portadores de doenças pulmonares crônicas, como o enfisema, podem ter agudizações por bactérias, levando a pneumonia.
Já na grande maioria dos casos crônicos, o cigarro é o responsável.
Bactérias são responsáveis pela minoria dos casos em pessoas sadias. Dentre elas, está a Bordetella pertussis, causadora da coqueluche. A coqueluche é uma doença altamente contagiosa que, embora ainda pouco frequente, tem tido um aumento de casos em adolescentes e adultos nos últimos anos. A proteção dada pela vacina aplicada na infância vai perdendo força ao longo dos anos, e, na vida adulta, podemos ser suscetíveis à doença novamente. Em geral, o quadro começa como um resfriado, mas evolui para acessos de tosse com grande quantidade de muco.
Sintomas
A tosse é, sem dúvida, o sintoma mais comum da laringotraqueobronquite. Pode ser seca ou produtiva. É importante mencionar que a cor da secreção não prediz se a infecção é por vírus ou bactérias. O que dá a coloração amarelada à secreção é a produção aumentada de células de defesa, e não pelo agente causador.
Outros sintomas são:
- Roncos;
- Dor no peito;
- Febre baixa;
- Fadiga;
- Falta de ar (dispneia).
Diagnóstico
A avaliação médica da laringotraqueobronquite é feita baseando-se nos sintomas do paciente e no exame físico. Em caso de alterações, ou se o paciente possuir alguma doença pulmonar, podem ser necessários exames. Os exames mais utilizados são o raio X de tórax e exames laboratoriais, como hemograma. O objetivo da investigação é descartar uma pneumonia, que não terá melhora se não for tratada de maneira correta.
Em geral, exames de acompanhamento somente são solicitados se o paciente não evoluir bem com o tratamento. Se o paciente apresenta com frequência episódios de bronquite aguda, deve-se suspeitar de uma doença crônica. Neste caso, exames mais aprofundados, como a prova da função pulmonar, são úteis.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para laringotraqueobronquite são:
- Tabagismo;
- Poluição do ar ambiente e no trabalho;
- Situações de imunidade reduzida, como crianças e idosos.
Buscando ajuda médica
Cansaço, falta de ar e febre persistente são sintomas de alerta para a laringotraqueobronquite, assim como para todas doenças respiratórias. Nos fumantes, qualquer mudança do aspecto de tosse e dificuldade respiratória indicam a necessidade de avaliação médica.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para a laringotraqueobronquite. As principais medidas são hidratação via oral, vaporização e evitar exposição a ambientes poluídos.
Medicações são utilizadas para aliviar alguns sintomas, pois a doença é auto-limitada. Por isso, analgésicos e broncodilatadores para uso em inalação são opcionais, lembrando sempre que os antibióticos não devem ser usados na rotina, a não ser que haja uma complicação do quadro.
Tem cura?
As chances de cura são extremamente altas. A minoria dos casos, especialmente as pessoas que já possuem uma doença pulmonar, pode ter complicações, que são passíveis de tratamento com um diagnóstico correto e precoce.
Convivendo (Prognóstico)
Algumas medidas importantes que podem ser adotadas por todos, mesmo quem não está com laringotraqueobronquite são:
- Evitar ambientes poluídos, muito secos e com ar-condicionado;
- Evitar contato com pessoas doentes, com resfriado e gripe;
- Parar de fumar.
Vacina da gripe e da pneumonia está indicada em todos os portadores de bronquite crônica.
Complicações possíveis
A complicação mais importante da laringotraqueobronquite é infecção bacteriana, como a pneumonia. Portanto, se os sintomas não melhorarem, se a tosse persistir produtiva e tiver queixas de falta de ar e fadiga, procure ajuda médica.
Referências
Samanta Dall Agnese, otorrinolaringologista e especialista do Portal Minha Vida - CRM SP 137.576